- Área: 550 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Lukas Pelech
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Fabricantes: MY DVA, UNEX, Zenit
A fachada como marca
Nos arredores de um bairro residencial de Brno, na República Checa, a transformação de uma antiga loja de automóveis atualmente em propriedade do grupo MY DVA, uma empresa focada na produção de móveis metálicos para escritório e instituições educacionais, é o mais novo projeto do jovem escritório Checo de arquitetura CHYBIK + KRISTOF Architects & Urban Designers. O edifício de pavimento único e de discutível qualidade estética, transformou-se completamente através de uma nova e curiosa fachada composta por mais de 900 cadeira de plástico preto. A fachada é concebida de forma abstrata, funcionando também como banner para a própria empresa. Depois de uma simples remodelação do interior, foi criado um novo showroom flexível apresentando os diferentes segmentos de produtos da empresa, apresentados com configurações específicas e organizados de forma temática.
Vinohrady é o nome de uma das mais antigas unidades habitacionais construídas em Brno na primeira metade da década de 1980. A sala de exposição de automóveis foi construída na década de 1990 e fazia parte de uma série de edifícios comerciais desta região limítrofe com a estrada de Zarosicka, que no entanto, não fornecia qualquer tipo de benefício para o local. O antigo edifício estava tecnicamente e moralmente desatualizado e, do ponto de vista formal, não correspondia às necessidades da comunidade local. Como a empresa já ocupava o imóvel, investindo temporariamente através do aluguel, a solução de adaptação do edifício deveria ser barata e de rápida execução. A reforma deveria : ˮSer barata, idealmente de graça, ˮ relembram os arquitetos Ondrej Chybik e Michal Kristof.
O grupo MY DVA é um dos principais fornecedores locais de mobiliários metálicos institucionais e para escritórios, focando também em projeto e execução de interiores comerciais e educacionais, incluindo alguns elementos mais específicos. A escolha dos materiais foi feita com base em dois fatores fundamentais, o menor custo e a máxima adaptabilidade ao antigo edifício, considerando ainda, somente os ítens produzidos pela própria empresa. A partir disso, a ideia foi revestir o edifício de forma homogênea, utilizando cadeiras pretas de plástico que custavam apenas 80 CZK (R$11,50) cada unidade, sem a necessidade de grandes modificações na fachada. Com isso foi criada uma textura bastante abstrata que reflete diretamente o que se produz dentro da empresa, sem a necessidade de qualquer tipo de anúncio ou propaganda. "Utilizamos o modelo básico de uma cadeira chamada Vicenza, que o fornecedor produz regularmente. Neste caso, especificamente, optamos por um acabamento preto para uso externo, porque é mais resistente às condições climáticas, especialmente quanto a exposição aos raios ultravioleta" comentam os arquitetos. As peças são fixadas em uma estrutura feita de perfis de aço presa na fachada. Quando necessário, é possível substituir cada peça individualmente, até mesmo a limpeza da fachada pode ser feita facilmente, uma ou duas vezes por ano, utilizando um jato de água de alta pressão.
Interiormente, o conceito representa um segundo momento do projeto e consiste em duas partes: um showroom e um espaço de escritórios para os funcionários. Para isso o interior do edifício foi completamente reconstruído. O showroom foi criado a partir da ampliação do antigo hall de entrada e se define através de uma série de divisórias de policarbonato. O pavimento do piso, na cor branca, é responsável pela uniformidade do espaço, no forro permaneceram os antigos painéis de concreto por onde passam as instalações aparentes. Três galerias circulares foram incorporadas no desenho deste novo espaço, representando os três diferentes segmentos de produção: mobiliário escolar, mobiliário para escritório e peças de design. Estes espaços circulares são demarcados por superfícies têxteis brancas do piso ao teto, que podem ser abertas ou fechadas de acordo com a situação. O interior destes espaços possuem três diferentes configurações, onde os revestimentos, a iluminação e a cor da luz correspondem às características espaciais para as quais o mobiliário foi pensado. Os espaços resultantes podem ser preenchidos com vários produtos ou objetos de arte, e ainda podem ser usados como espaço comum para os funcionários ou para reuniões com clientes. Todo o espaço funciona como uma galeria, podendo ser facilmente adaptada de acordo com cada demanda.
Os escritórios dos funcionários estão localizados no perímetro do edifício, com isso possuem iluminação e ventilação natural. O tapete cinza e a pintura branca são responsáveis pela unidade do conjunto.
