Arquitetos
Localização
Lisboa, PortugalAutor
Ricardo GordonColaboração
José Pedro Cano, Catarina Farinha, Daniela CunhaÁrea
64906.0 m2Ano do projeto
2017Fotografias
Courtesy of bak gordon arquitectos
Arquitetos
Localização
Lisboa, PortugalAutor
Ricardo GordonColaboração
José Pedro Cano, Catarina Farinha, Daniela CunhaCliente
Sete Colinas Real Estate Investment FundEspecialidades
Afaconsult, F|C Arquitectura PaisagistaData
Competição 2017Imagens
Stefano FarinaÁrea
64906.0 m2Ano do projeto
2017Fotografias
Courtesy of bak gordon arquitectos
A oportunidade de debate sobre a Cidade de Lisboa e o seu futuro que esta consulta promove é admirável e só por isso digna de nota.
Cidade /Densidade ou nota sobre a metrópole contemporânea
Acreditamos que o futuro da cidade passará inevitavelmente por assegurar a qualidade dos seus espaços públicos, reservando tanto quanto possível o seu chão para construir o lugar de todos. Só assim poderemos garantir uma porção de vazio que permita amparar a imprevisibilidade da vida urbana e paralelamente assumir o seu sentido metropolitano, densificando o seu tecido através dos seus habitantes, visitantes e de uma multiplicidade de funções e atividades aos cidadãos associadas.
Foi com base nestes princípios de equilíbrio que diagnosticámos o problema que o quarteirão da Portugália configura, permitindo-nos propor uma solução que garanta o melhor de dois mundos.
A fábrica Portugália, Cidade/Quarteirão
A nossa proposta é composta por um elemento horizontal abrangente, uma praça “infinita”, que se estende por toda a área de intervenção. Sobre esta espécie de terreiro, assentam não só os equipamentos pré-existentes – a Fabrica e o Restaurante da Portugália – como também três edifícios verticais. A sua implantação estratégica permite a diversidade dos espaços vazios, bem como a relação deste novo lugar com toda a sua envolvente. Mas é no conjunto destas praças, e das infinitas atividades que aqui terão lugar, que germina o potencial transformador da proposta. Assegurar vazio público onde, de facto, não existe.
Construção, Paisagem e Programa
A ocupação da praça através dos três edifícios verticais obedece a critérios muito precisos, quer do ponto de vista das partes, quer no que à composição do todo diz respeito.
Trata-se de uma marca impressa no plano horizontal, da qual se extrude uma forma arquétipal de casa que cresce em altura, fazendo surgir quer as três torres de programas mistos, quer uma sucessão de espaços vazios e contíguos, os quais podem também ser lidos como uma única praça de geometria orgânica.
A torre destinada exclusivamente à habitação localiza-se no gaveto formado pela rua Pascoal de Melo e António Pedro, de modo a aproximá-la de um ambiente urbano mais configurado face ao seu programa.
No entanto, não se instala rigorosamente nos limites do gaveto, pelo contrário, recua de forma a emprestar ao quarteirão e à cidade uma das múltiplas praças deste projeto.
A torre que irá absorver a residência de estudantes e a residência sênior, é propositadamente localizada no epicentro da intervenção, sobre a Av. Almirante Reis, afirmando a sua marca distintiva programática que é a sua condição inter-geracional.
Composta por espaços de escritórios e habitação, a torre sul implanta-se no limite da Rua Marques da Silva, embora garantindo o seu acesso principal pela praça central. Aliás, esta torre deverá substituir o edifício Planasa configurando a intervenção na parcela B.
O piso térreo de todas as torres é composto por espaços comerciais que ativam os diferentes ambientes da praça.
Mercê da geometria de cada uma das construções, da base cromática que lhe está associada e da sua correlação no espaço assegura-se uma paisagem dinâmica capaz de responder a todas as expectativas do lugar.
Esta nova paisagem urbana, cuja área de influência irá muito para lá dos seus próprios limites físicos, foi projetada de forma a assegurar um grande lugar público, capaz de “religar passado, presente e futuro”. Este objetivo é conseguido quer pelo modo como se interliga a frente construída da rua António Pedro com a nova intervenção, quer pela abertura à comunidade próxima de uma serie de espaços públicos diversificados, quer pela capacidade programática que o novo lugar assegura.
No seu interior, como se de uma espécie de grande pulmão se tratasse, desenvolve-se um generoso jardim linear, composto maioritariamente por árvores da espécie Phytolacca dioica que assegura a interligação entre todos os espaços vazios, para lá de constituir um alçado verde face a qualquer aproximação.
Sistema Construtivo e sustentabilidade
As fachadas, em elementos pré-fabricados de betão colorido, com caixilharia de alumínio e sistemas de proteção solar, são ainda estruturadas por um ritmo de cheio-vazio que lhes permite relacionar-se com as construções dos anos 40, em redor.