Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prêmio Pritzker de 2011, talvez seja, ao lado de Álvaro Siza, o arquiteto português influente da atualidade, com uma produção consistente marcada por obras que mostram impressionante atenção às especificidades locais.
A convite da Casa da Arquitectura em Matosinhos, tivemos a oportunidade de conversar com o arquiteto sobre temas que cobriram desde um possível diálogo entre a arquitetura portuguesa e a brasileira, sua visão da arquitetura latino-americana e africana de hoje e a importância das maquetes em sua prática profissional.
Preocupado com a qualidade do espaço, sobretudo o espaço público, Souto de Moura em enfático ao dizer que agir contra os interesses da sociedade é o mesmo que ser fascista. Segundo o arquiteto, "ser incompetente é uma forma de ser reacionário, porque sendo incompetente, não serves à sociedade - que te pede uma resposta e tens que contribuir com algo - e estás a prejudicar o coletivo. Quem prejudica o coletivo é um fascista."
Convidado de honra do evento de abertura da instituição, em novembro de 2017, Souto de Moura tem centenas de maquetes suas depositadas na Casa da Arquitetura, que ficará a cargo da manutenção de um valiosíssimo acervo de arquitetura portuguesa e brasileira.
Publicado originalmente em 27 de fevereiro de 2018.