Balkrishna Doshi, vencedor do Prêmio Pritzker 2018, apesar de ter uma produção extensa, é um nome pouco conhecido no mundo ocidental. Dirigido por Premjit Ramachandran, o documentário "Doshi" permite que o espectador se aproxime da visão deste importante arquiteto indiano através de seus pensamentos, conhecendo parte do seu conjunto de obras. O filme, em inglês, foi filmado num estilo franco de conversação, revelando um ser humano original e criativo que, mesmo com idade avançada, segue apaixonado tanto pela arquitetura, como pela vida e a aprendizagem.
O filme torna-se uma mesa redonda com Doshi, seus ex-alunos, seus contemporâneos e até mesmo membros de sua família, tudo dentro do contexto de sua arquitetura. A câmera segue seu protagonista através de espaços desenhados por ele, enquanto ele narra, relembra e explica seus processos de criação. Também revela como faz de sua filosofia parte intrínseca de sua própria vida.
A seguir, você pode assistir todos os capítulos do filme e ver um breve resumo de cada um deles.
Doshi: Capítulo 1 - “Oito meses com azeitonas e queijo.”
O filme começa abordando a influência de Doshi na criação da Escola de Arquitetura, uma das melhores na Índia, chamada de Centro de Planejamento e Tecnologia Ambiental (CEPT). Mostra, também, o projeto para o Institute of Indology, de 1961, construído em Ahmedabad. Nesse projeto, sobretudo em concreto, Doshi começa a explorar estratégias bioclimáticas, trabalhando com o clima indiano a seu favor. Voltando um pouco no tempo, Doshi relembra os tempos difíceis no início da carreira, tanto na Índia, com pouco dinheiro, quanto na França, quando foi trabalhar para Le Corbusier e, segundo ele, comeu pão com queijo e azeitonas por oito meses.
Doshi: Capítulo 2 - “Eu não sou um arquiteto ... para mim isto é uma busca.”
Doshi explica que seu trabalho é centrado na humildade de observar, em uma eterna busca e aprender com as situações e memórias, o que se reflete claramente em suas obras.
Doshi: Capítulo 3 - “O plano indiano não é centrado.”
Neste capítulo, Doshi retrata o indiano como alguém que possui uma mente engenhosa que sempre busca por mais. Trata-se de uma cultura que possui diversas formas de usar a mesma coisa - seja nas vestimentas, na música ou na arquitetura.
Doshi: Capítulo 4 - “Você está representando Deus.”
Doshi pede para que os arquitetos considerem que todos edifícios sejam um templo para Deus, até mesmo uma pequena casa. Assim, não é possível pensar a arquitetura a ser realizada de forma miserável. Após esse discurso, é possível conhecer alguns projetos habitacionais realizados pelo arquiteto.
Doshi: Capítulo 5 - “O resultado final não é tão emocionante quanto o processo.”
De acordo com a filosofia indiana, o processo vem em primeiro lugar e não o resultado final, que jamais será tão excitante quanto aquele. Neste capítulo a habilidade de inventar é retratada como um desafio e demonstra-se como o desenho final surge de um longo processo que ao ser uma busca por uma linguagem distinta, resultará de uma intensa pesquisa - seja em algo inédito ou na tradição - a fim de revelar novas inspirações.
Doshi: Capítulo 6 - “A arquitetura é uma questão de transformação.”
Aqui Doshi nos demonstra como a Arquitetura é uma questão de transformação de situações e condições efêmeras. Não se trata de uma decisão no papel, no programa, em materiais ou conforto climático, mas sim no comportamento e atitudes das pessoas e como tudo isso se costura. "Arquitetura serve para abrir portas, não apenas uma, mas várias".
Doshi: Capítulo 7 - “O ser humano, por natureza, é um animal caloroso e compassivo.”
As raízes são fundamentais. Neste capítulo é possível ver um lado mais pessoal de Doshi através de sua visita à Casa Kamala, onde os detalhes arquitetônicos se confundem com os detalhes familiares, uma vez que ambos se adaptam ao tempo e criam uma constância.
Doshi: Capítulo 8 - “Afinal, qual é a nossa herança?”
Sem inspirações sociais e culturais nas instâncias públicas e comunitárias a humanidade perde muito. Neste capítulo Doshi aponta que reconhecer nossas heranças - do que já nos foi dado através dos patrimônios construídos -, pensar o futuro através do passado, novas ideias de escala e diferentes elaborações são grandes responsabilidades dos arquitetos.