Selecionada junto a outros nove arquitetos para projetar uma capela para o Vaticano como parte da programação da Bienal de Arquitetura de Veneza, Carla Juaçaba divulgou imagens de sua proposta que firma a primeira participação da cidade murada no maior evento da arquitetura mundial.
A capela projetada pela arquiteta busca uma integração harmônica entre as águas e as árvores de Veneza, com a vegetação do entorno conformando o espaço interior da capela. O espaço entre as copas das árvores – a visão do céu – funciona como o teto da capela.
Estruturalmente, a capela é formada por quatro vigas de seção quadrada de 12 por 12 centímetros e com 8 metros de comprimento, que formam o conjunto: uma cruz em pé, e uma cruz deitada. Uma delas serve como banco, a outra a Cruz: dois elementos importantes das igrejas católicas. O conjunto é construído sobre dormentes de concreto a cada metro, elevando a capela do chão. As peças de concreto dão ritmo ao conjunto. As vigas são feitas em aço inoxidável polido, transformando-as em espelhos que refletem o entorno: a Capela pode "desaparecer" em certos momentos, dependendo dos reflexos do sol e das árvores.
Entre os selecionados também estão os arquitetos premiados com o Pritzker Eduardo Souto de Moura (Portugal) e Norman Foster (Inglaterra), além dos sul-americanos Smiljan Radic (Chile) e Javier Corvalán (Paraguai). A seleção se completa com Flores & Prats (Espanha), Francesco Celini (Italia), Sean Godsell (Australia), Andrew Berman (Estados Unidos) e Teronobu Fujimori (Japão). A curadoria ficou a cargo de Francesco Dal Co, crítico e historiador de arquitetura e desde 1996 editor da revista Casabella.
As capelas serão construídas e dispostas para visitação pública na Isla de San Giorgio Maggiore, ao lado da famosa basílica do arquiteto Andrea Palladio, de 1573. A intenção do Vaticano é que sejam desmontadas ao final da Bienal, e reconstruídas em comunidades italianas que sofreram com os terremotos dos últimos dois anos.