Estabelecido na mais icônica das avenidas paulistanas, após oito anos em obras, a nova unidade do Sesc São Paulo abrirá suas portas no próximo dia 29 de Abril. Com uma programação pautada pelo tripé “Arte, Corpo e Tecnologia”, a instituição prevê um público de aproximadamente 18 mil pessoas por semana.
Projetado em 1978 pelos arquitetos Sérgio Pileggi e Euclides de Oliveira, o edifício que até 2010 abrigava a sede administrativa do Serviço Social do Comércio (Sesc/SP) e Federação do Comércio do Estado de São Paulo, passou nos últimos oitos anos por um processo de retrofit, tendo seu programa e interiores completamente remodelados para abrigar a nova unidade da instituição, o Sesc Avenida Paulista. Entre 2005 e 2010, o edifício abrigou – para além das atividades administrativas – uma unidade com atividades provisórias limitadas pelas condições e infraestrutura.
À frente do projeto de retrofit esteve o escritório paulistano Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados, que reformou integralmente o edifício de escritórios a receber o novo programa, que agora abriga salas de espetáculos, salas expositivas, salas dedicadas às artes e tecnologia, espaços para práticas corporais e esportivas, espaço infantil, biblioteca, consultórios odontológico, comedoria, café, terraço e ainda, um mirante com vista panorâmica à avenida e bairros adjacentes, junto a toda infraestrutura e acessibilidade necessária ao correto funcionamento dos serviços oferecidos pela instituição.
Ladeado por um conjunto de outros edifícios de significância cultural ao eixo que nos últimos anos tem conformado um importante polo cultural, junto ao MASP, Instituto Moreira Salles, Centro Cultural Fiesp, Casa das Rosas (na mesma quadra) Itaú Cultural (lateral) e há poucos metros do Japan House, o Sesc Avenida Paulista veem agregar o conjunto de atividades culturais presentes no eixo e possivelmente juntar-se às demais instituições à próxima edição do Paulista Cultural. Ao ser questionado acerca de possíveis parcerias, Danilo Santos de Miranda pontuou:
“Temos parcerias em nossas ações como tradição da Instituição há muitos anos. Nunca imaginei a ação cultural e interesse público como algo que despertasse o espírito concorrencial. Nunca imaginei isso! Concorrência serve a outras coisas, não ao campo da cultura. No campo de interesse público não existe isso. No campo a Cultura tenho sempre incentivado ações e parcerias compartilhadas. Não participamos da Paulista Cultural realizada no dia 11 de março simplesmente porque não estávamos inaugurados.”
O diretor ainda revelou estudos acerca da implantação de um bulevar, como chamado por ele e o arquiteto no trecho da Rua Leôncio de Carvalho, como conexão dos edifícios do novo Sesc e Itaú Cultural pela implementação de uma praça elevada, que atualmente passa por aprovação junto aos Órgãos públicos. A ideia se aproxima aos chamados pocket parks americanos – modelos compactos e relativamente novos à implementação de pequenos parques urbanos, através da desativação de vias e/ou terrenos subutilizados. Em São Paulo, por exemplo, há poucos metros do novo edifício da instituição, a Alameda Rio Claro, frente ao Centro Cultura Fiesp, transformou a via num espaço de convivência.
Programa
Térreo
Com hall de entrada em pé direito duplo, abriga sala multiuso destinada à apresentações artísticas variadas – teatro, shows, performances, dança, etc. junto a um invólucro por cortinas de vidro, que permitem ser inteiramente abertas, ampliando o espaço ou conflagrando o perímetro existente. Na sala, arquibancadas e palco cênico móveis permite ser desmontados ou não, em prol das apresentações e/ou atividades desenvolvidas. No lado externo, o bicicletário permite que pedestres cheguem ao edifício utilizando a ciclovia da avenida, e consequentemente, gerando mobilidade urbana alternativa e não poluente.
2º Pavimento
Neste espaço, duas atividades principais são dispostas – Central de relacionamentos e Loja. A primeira, junto à tecnologia implementada a nova unidade, dispositivos digitais serão implantados de modo a evitar filas e superlotação. Prevê-se que o modelo seja adotado em outras unidades da instituição. Na varanda externa, o ambiente atua como praça e também, prolongamento da área de convívio.
3º Pavimento
Intitulado Espaço Criança, o pavimento será integralmente dedicado à crianças de 0 a 12 anos, ampliando a faixa etária pré-existente da instituição que até então, instituía atividades dedicadas a crianças de 0 a 4 anos. Toda a ambientação e mobiliário interativo serão desenvolvidos pela empresa de criação e desenvolvimento de objetos de brincar, interagir e participar, Erêlab. No conjunto de atividades, o universo lúdico funde-se a tecnologia digital e analógica.
No forro, nuvens acústicas coloridas junto a infraestrutura aparente por conta da limitação do pé direito auxiliarão no conforto térmico.
4º Pavimento
No pavimento dedicado e intitulado às Tecnologias e Artes, atividades já existentes do programa da instituição serão fundidas a novos equipamentos e possibilidade de ampliação do conhecimento, como impressoras de fabricação digital. No espaço, vidros acústicos atuam como barreiras entre as diferentes salas, permitindo interação visual ente os mesmos, mas ainda, proteção acústica.
5º e 6º Pavimento
Intitulado Arte I, com pé direito duplo após abertura na laje do edifício da década de 1970, o pavimento possibilita criação cenográfica pela liberdade espacial, podendo receber atividades artísticas variadas – de exposições a instalações de arte. Com camarins no mezanino, oferece liberdade espacial e programática.
7º Pavimento
Áreas técnicas – almoxarifado, limpeza, etc.
8º Pavimento
Dedicado à odontologia, conta com 3 escritórios de odontologia, 2 salas de ortodontia e 2 salas de serviços odontológicos gerais. Com equipamentos específicos digitais e novos na instituição, oferecerá aproximadamente 98 consultas diárias. Os consultórios possuem fechamentos em vidro e salas de exames recebem tratamento de biossegurança e contra radiação.
10º, 11º e 12º Pavimento
Dedicados às atividades corporais, esses três pavimentos intitulados Corpo I, II e III, destinam-se à academia, aparelhos de exercícios, ginástica multifuncional e pilates.
13º e 14º Pavimento
Com pé direito duplo após abertura na laje existente, atuam como o 5º e 6º pavimento, intitulado Arte II. Com forro e instalações retráteis permitindo alteração quanto as alturas, permite receber atividades dedicadas ao teatro, música, dança e performances, dado sua capacidade acústica. Vale ressaltar que um sistema de câmera permite que as atividades desenvolvidas na sala possam ser simultaneamente compartilhadas em outros pavimentos da unidade. Cortinas blackouts ainda podem ser abaixadas, isolando complemente as visadas externas.
15º pavimento
Dedicado integralmente a biblioteca receberá um acervo integrante ao espaço e atividades de leitura. O espaço ainda contará com equipamentos destinados à deficientes visuais, permitindo scanner de voz, linha braile e ampliador de caracteres e imagens, tornando todo o conteúdo da biblioteca acessível para esse público
16º pavimento
Com área à comedoria conta com cozinha industrial e área de alimentação.
17º Pavimento
Com café, terraço e mirante, o pavimento é um dos pontos de interesse do projeto e possivelmente será disputado. Com vista panorâmica à Avenida Paulista e bairros adjacentes, permite contemplação do espaço urbano.