Não há maior frustração para um arquiteto do que enfrentar o fim de uma construção e perceber que a qualidade dos materiais escolhidos, ou a maneira pela qual os produtos foram instalados, prejudicam a imagem do trabalho que foi inicialmente projetado. É por isso que o arquiteto tem se envolvido cada vez mais ativamente no processo de construção de sua obra, como uma oportunidade de fazer a diferença em relação à sua concorrência. As empresas do mundo da construção devem aproveitar essa instância para gerar um vínculo significativo com o arquiteto, não só na etapa final do trabalho, mas também no processo criativo.
Já na fase inicial do processo de projeto, é fundamental para o arquiteto conhecer a variedade de produtos e materiais disponíveis no mercado, pois com essas informações poderá sugerir soluções construtivas que estejam em sintonia com sua proposta conceitual e formal.
Como parte do processo projetual, o arquiteto busca inspiração e coleta imagens de outras obras como referência. Muitos deles serão inspirados por propostas publicadas no ArchDaily, e eles vão buscar saber dados como, por exemplo, quem é o fornecedor dos forros de madeira que caracterizam as casas do brasileiro Marcio Kogan, ou como Attilio Panzeri conseguiu obter aquele concreto preto que dramatiza sua fachada. É importante entender que essas imagens não são apenas referências formais, mas também fornecem informações técnicas. Portanto, é essencial que as empresas do setor de construção possam sempre mostrar seus produtos contextualizados, tornando-se parte de uma obra. Isso se tornará o melhor suporte para a disseminação de seus produtos, circulando através de mídias especializadas como o ArchDaily e indo diretamente ao arquiteto que busca inspiração.
Uma vez concluída a etapa inicial do projeto, inicia-se a fase de escolher as marcas e fornecedores dos produtos. Para atingir a qualidade esperada, é natural que o profissional de arquitetura escolha os produtos com os mais altos padrões. No entanto, os orçamentos geralmente são limitados e dependem da decisão dos proprietários, não do arquiteto. Diante desse cenário, a chave para a escolha do produto será sua rentabilidade, o que não necessariamente tem a ver com seu preço, mas com a possibilidade de que sua instalação seja o mais rápida e simples possível.
Não são raras as vezes que surgem gastos extras devido à instalação incorreta de um determinado produto, gerando perda de material, atrasos no cronograma e consequentes despesas que isso ocasiona. O ideal é que a equipe não perca tempo em treinamentos, assim, algo muito valorizado entre os arquitetos são os vídeos informativos que permitam entender facilmente os procedimentos de instalação.
Além disso, o arquiteto aprecia os conselhos que os especificadores técnicos das empresas - aqueles que mais conhecem os produtos - podem oferecer durante o processo de projeto e construção. As informações técnicas sobre o produto e seu comportamento depois de instalado permitem ao arquiteto aprimorar seu uso para alcançar a solução construtiva esperada. Por exemplo, saber que um produto de revestimento está disponível em dois formatos diferentes permite inovar em termos de desenho de modo a tirar proveito das possibilidades de ritmo e textura.
Finalmente, se o resultado do trabalho atender às expectativas dos arquitetos, equipe e proprietários, eles naturalmente se tornarão porta-vozes do produto e suas opiniões podem ser usadas para divulgar a marca. Lembre-se que nesta área a experiência desempenha um papel importante, portanto, as recomendações de colegas de profissão têm um efeito maior do que a mensagem que a própria marca pode transmitir.
