No último dia 14 de junho foi realizado o segundo e último dia do V Congresso Internacional de Arquitetura e Sociedade, realizado no Baluarte - Palácio de Congressos e Auditório de Navarra, na cidade espanhola de Pamplona. Um dia em que as diferentes sessões estiveram focadas em temas muito diversos como a construção do ambiente urbano, a ecologia política das cidades, a mobilidade ou o futuro de nossas cidades.
As arquitetas Farshid Moussavi e Belinda Tato iniciaram a primeira sessão do dia centrando suas reflexões na importância dos espaços públicos nas cidades, como "geradores de cidadania". Ambas as especialistas também focaram-se na discussão da importância das pessoas na configuração das cidades.
"Quando se trata de projetar, temos que pensar nas pessoas, especialmente quando construímos edifícios residenciais. E também temos que projetar para toda uma gama de diferentes perfis", destacou Moussavi.
Por outro lado, a espanhola Belinda Tato, professora em Harvard, definiu a arquitetura como "ativista e geradora de equidade social" e considerou que "a arquitetura melhora a cidade e a qualidade de vida dos cidadãos".
Sob o lema "arquiteturas da urbanidade" iniciava-se a segunda sessão do dia em que o diretor do Design Museum de Londres, Deyan Sudjic, começou definindo a cidade como um espaço de tolerância. "A cidade é um lugar onde diferentes culturas podem coexistir e cohabitar. A mistura reflete bem o potencial das cidades e o que elas são: tolerância e convivência", disse ele.
Por outro lado, Salvador Rueda, diretor do escritório de Ecologia Urbana de Barcelona, definiu sua concepção de ecossistema urbano baseado em "superquadras" que têm como característica "a acessibilidade e a habitabilidade dos espaços públicos". Além disso, defendeu que se trata do "modelo mais barato de regeneração urbana do mundo" e que gera espaços verdes "para acabar com as ilhas de calor".
Finalmente, o reitor do COAM, José María Ezquiaga, apresentou os dois últimos oradores como "mestres dos mestres, autênticas lendas vivas do urbanismo mundial".
Jan Gehl, que já trabalhou nos centros urbanos de Sydney, Nova Iorque, Moscou e Copenhague, incidiu em sua ideia de "cidade das pessoas, para que possam andar, sentar, praticar esportes ou ir de bicicleta ao trabalho". "Estamos muito obcecados com a mobilidade e perdemos a capacidade de fazer bairros onde é um prazer crescer e envelhecer".
"As cidades para as pessoas são muito baratas e é por isso que penso que será o futuro para a maioria das cidades europeias em desenvolvimento", disse o dinamarquês.
Por outro lado, o ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, considerou o carro "como o charuto do futuro para as cidades e as pessoas". "Não é que não vamos fabricar ou ter mais carros, mas que haverá uma maneira diferente de usar o carro, para viagens longas ou para lazer, mas isso vai mudar seu uso na cidade", afirmou. E concluiu que o caminho para o futuro é o transporte público.