O escritório Snøhetta divulgou imagens conceito de seu data center sustentável, The Spark. O projeto busca abordar a tipologia tradicional de edifícios de data center, alto consumidor de energia, e transformar em um edifício "produtor de recursos para as comunidades poderem gerar seu próprio poder".
A proposta é adaptável para uma vasta possibilidades de contextos e pode ser locada em qualquer local pelo mundo, conectando cidades a partir de sua geração de energia devido ao excesso de calor.
The Spark foi projetado em resposta ao crescimento exponencial do uso de data na era digital, o qual traz uma demanda de 44 zetabytes (são 21 zeros) até 2020. Apesar de usualmente sabermos que esses dados 'flutuam na nuvem', na realidade os dados são guardados em uma rede global de centros de dados que consomem muita energia, muitas vezes construídos em isolamento seguro do ambiente urbano, ainda que conectados a cidade via redes de fibra ótica.
O projeto do Snøhetta repensa a tipologia do data center como uma parte integral orientada para a comunidade da “Cidade da Potência”, cidades positivas em energia, as quais produzem mais energia do que consomem ao longo da vida. Os arquitetos descrevem o projeto como "o corpo e o cérebro" das Cidades da Potência, com o cérebro sendo representado pelo armazenamento de datos e potência para sistemas inteligentes urbanos orientados por dados, enquanto o corpo é representado pelo sistema circular de energia.
O conceito de energia circular do Tha Spark usa como analogia o fluxo sanguíneo no corpo humano. A energia parte do data center, passando por edifícios e infraestruturas urbanas como escolas, apartamentos, facilidades esportivas e hospitais, perdendo calor gradualmente, até que volta ao data center e finaliza seu resfriamento.
O calor produzido pelo data center representa um alto potencial em termos energéticos que queremos explorar futuramente. Usar o excesso de energia de forma eficiente e sustentável significa reduzir este desperdício e usar a tecnologia de forma generosa para viabilizar saúde, lazer e ajudar o meio ambiente.
- Kjetil Trædal Thorsen, sócio-fundador do Snøhetta
The Spark é capaz de reduzir o consumo de energia em até 40%, em um mundo onde 2% da emissão de gases poluentes são provenientes dos data centers. A proposta aponta o uso de materiais de baixa incorporação, como a madeira que envolve um núcleo estrutural feito de pedras locais, variando a estética dependendo da localização.
Para a elaboração conceitual, os arquitetos do Snøhetta trabalharam em colaboração com desenvolvedores como MIRIS, Skanska, Asplan Viak, e Nokia. O primeiro piloto será localizado em Lyseparken, na Noruega, onde será testada a viabilidade do The Spark. Se for uma experiência bem sucedida, isso fará de Lyseparken a primeira cidade positiva no mundo. O projeto ainda integra outro grande investimento de data center na Noruega, com o maior e mais seguro data center a ser construído.
Via: Snøhetta