Driver Less Vision é uma instalação feita por Guillermo Fernandez-Abascal, Urtzi Grau e Daniel Perlin especialmente para a Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Seul de 2017. Concebida para proporcionar uma experiência imersiva em três dimensões, a instalação é composta por uma série de imagens em movimento da cidade de Seul, as quais são projetadas em uma cúpula especial de oito metros de diâmetro. Junto com um sistema de áudio surround, os visitantes são transportados para dentro de um veículo autônomo que percorre as ruas de uma futura Seul. Os passageiros deste veículo auto-guiado podem então relaxar enquanto vislumbram uma nova perspectiva de como poderemos nos deslocar através dos centros urbanos no futuro.
A instalação busca responder ao tema proposto pela Bienal de Seul. "Imminent Commons" nos provoca a refletir sobre como serão as cidades do futuro e o papel que elas desempenham tanto na esfera individual quanto coletiva. A proposta tira partido da tecnologia para fornecer uma perspectiva diferente sobre as recentes discussões sobre o papel que este tipo de veículos desempenharão em nossa sociedade. Através do Driver Less Vision os usuários se deparam com alguns dos obstáculos que um veículo autônomo pode encontrar, revelando como isso poderá afetar a mobilidade do ambiente construído no futuro.
Os participantes precisam se abaixar para entrar no espaço definido pela cúpula, aonde podem imergir em um universo de projeções visuais e sonoras. Os três designers responsáveis pelo projeto, Urtzi Grau, Guillermo Fernández-Abascal e Daniel Perlin, desenvolveram o conceito em conjunto com a Universidade de Tecnologia de Sydney, a Rice University e a Ocular Robotics.
Durante a experiência, os visitantes escutam ao monólogo do protagonista que parece ter sido feito com "aprendizado automático", um subcampo da ciência da computação que sugere que os computadores apodem aprender tarefas sem a necessidade de programação prévia. Esse é um tema que ainda precisa ser mais explorado e pesquisado: este tipo de software já está sendo utilizado para ensinar máquinas, incluindo os programas empregados para registrar o entorno dos veículos autônomos, tornando-os capazes de responder a situações imprevisíveis, como motoristas alcoolizados.
A instalação do Driver Less Vision nos leva a questionar como estão sendo projetados os programas para veículos autônomos que amanhã estarão deslocando-se por nossas cidades. Atualmente existem muitas empresas investindo em tecnologias similares. Leis estão começando a serem revistas enquanto que as pessoas gradualmente estão construindo sua opinião a respeito do tema. De qualquer maneira, veículos autônomos podem oferecer muitas vantagens para o futuro de nossas cidades, priorizando a segurança nas estradas, reduzindo o numero de vagas de estacionamentos nos centros urbanos além de diminuir os congestionamentos.
Mas em que medida essas novas tecnologias devem ser consideradas e incorporadas no planejamento urbano de nossas cidades? O questionamento proposto na Bienal de Seul, através do presidente do Conselho de Diretores, Seung H-Sang, é o seguinte: “o que define a qualidade de uma cidade ? [...] Seus espaços e infra estruturas, estratégias de desenvolvimento e requalificação, incorporação de novos métodos construtivos e tecnologias, ambientes urbanos sustentáveis, questões de governança e equilibro sócio-econômico? Estas são algumas das principais questões que os urbanistas de hoje vem considerando”. E o mesmo finaliza: "Driver Less Vision será mais uma ferramenta que nos ajudará a enfrentar todas estas importantes questões".
