Mais de 500 anos depois de ter sido construída, a cúpula de Santa Maria del Fiore, de Filippo Brunelleschi, em Florença, na Itália, continua a ser a maior cúpula de alvenaria já feita. Mas os métodos de construção da cúpula ainda são um segredo, já que nenhum desenho ou esboço foi descoberto. A única pista que Brunelleschi deixou era um modelo de madeira e tijolo. Embora a cúpula tenha sofrido com rachaduras durante séculos, novas descobertas realizadas com imagem de múons podem ajudar os preservacionistas a descobrir como salvar a icônica estrutura e revelar novas pistas sobre sua construção.
Filippo Brunelleschi projetou a cúpula de Santa Maria del Fiore no início do século XV. Destacando-se no horizonte de Florença, a estrutura tem a forma de uma catenária invertida. Com 45 metros de diâmetro e quase 90 metros de altura, a cúpula foi provavelmente construída a partir de uma série de fileiras de pedra e duas conchas. A revista Ars Technica publicou uma matéria em que Elena Guardincerri, física do Laboratório Nacional de Los Alamos, acredita que pode ajudar a resolver parte do mistério da cúpula. Usando partículas subatômicas através de um processo conhecido como imagem de múon, Guardincerri tem como objetivo descobrir se algum reforço foi acrescentado às fileiras de pedra.
Semelhante a imagens de raios X, as imagens de múon normalmente envolvem câmaras cheias de gás. Enquanto os múons colidem com as partículas de gás, os cientistas registram a energia e a trajetória das partículas. Usada para os mais diversos fins, incluindo a busca por câmaras escondidas na Grande Pirâmide de Gizé, a técnica permitiria aos cientistas identificar se Brunelleschi usava barras de ferro para reforçar a cúpula. Elena Guardincerri planeja usar dois detectores portáteis montados no próprio domo para coletar dados durante alguns meses. Uma vez concluído, o trabalho de Guardincerri poderá finalmente revelar os segredos da cúpula de Brunelleschi.