Gropius, Mies van der Rohe, Albers, Klee, e Breuer são todos os nomes que lembram o excepcional talento artístico da escola Bauhaus. Mas um aspecto excepcional, ainda que menos conhecido da Bauhaus é que a escola de arte alemã experimental do início do século XX foi uma das primeiras instituições educacionais a aceitar abertamente mulheres qualificadas no programa.
Uma vez inseridas no programa, as mulheres não eram exatamente tratadas como iguais aos seus pares masculinos, mas em 1919 a aceitação dessas mulheres apaixonadas foi o início de uma onda de artesãs modernas que fizeram significativas contribuições, ainda que não tão reconhecidas, ao movimento Bauhaus. Uma introdução a sete dessas mulheres pode ser encontrada abaixo:
1. Anni Albers
Albers começou sua educação na Escola de Artes e Ofícios em Hamburgo, na Alemanha. Em 1922, e chegou à Bauhaus interessada pela tecelagem. Era conhecida por seus padrões de abstração geométrica. Ao longo de sua carreira, experimentaria as funções têxteis e as propriedades físicas de certos materiais de tecelagem. Depois de imigrar para os Estados Unidos em 1933, quando os nazistas tomaram o poder, continuou seu trabalho, abrindo um estúdio que colaborava com empresas internacionais de design e mobiliário como a Knoll. Em 1949, ganhou grande reconhecimento do MoMA em Nova Iorque em uma exposição individual.
2. Gunta Stolzl
Uma das primeiras membras da Bauhaus, Gunta Stolzl chegou à escola em 1919. Stolzl tinha um vasto interesse pelas artes, mas, ao chegar, transitou em torno da tecelagem. Apesar da missão da escola em incluir mulheres, a arquitetura, o design industrial e a escultura eram reservados aos homens. Tecelagem e cerâmica tornaram-se as principais formas de arte exclusivamente para as mulheres. Ela ajudaria Marcel Breuer a estofar muitas de suas peças de mobiliário. Seu casamento com um colega de classe judaico acabaria por levar Stolzl a deixar a Bauhaus enquanto o nazismo continuava a crescer. O casal se mudou para a Suíça, onde Stolzl abriu sua própria loja como designer têxtil.
3. Marianne Brandt
Marianne Brandt continuou a quebrar os limites para as mulheres na Bauhaus. Um dos diretores da Bauhaus, Laszlo Maholy-Nagy ficou impressionado com a jovem Brandt e permitiu que a artista usasse a oficina de metal, a primeira para as mulheres na Bauhaus. Ela também trabalhou na oficina têxtil com Gunta Stolzl. Em 1928, Brandt substituiu Maholy-Nagy como chefe da oficina de metal, continuando seu trabalho criando produtos inovadores e tornando-se uma das designers industriais mais celebradas. Ao longo de sua vida, ela buscaria e se destacaria em muitas disciplinas artísticas: pintura, escultura e fotografia.
4. Margarete Heymann
Margarete Heymann entrou na Bauhaus com um forte interesse em olaria e cerâmica. Gropius permitiu que ela participasse da oficina, mas saiu após um ano devido a frustrações com a administração da Bauhaus e as limitações impostas a ela. Heymann continuou a experimentar cerâmica depois de sua temporada na Bauhaus e criou, com o marido, uma oficina por alguns anos antes de sua trágica morte.
5. Gertrud Arndt
Gertrud Arnt era uma mulher apaixonada por arquitetura. Depois de ganhar uma bolsa de estudos para estudar na Bauhaus, achava que a escola lhe daria a chance de seguir sua paixão, mas a administração não a deixaria fazer o curso de arquitetura. Em vez disso, Arnt foi direcionada para as oficinas têxteis, onde estudaria enquanto estevee lá. Depois de se formar, Arnt nunca mais praticou o design têxtil. Em vez disso, concentrou seus esforços criativos na fotografia.
6. Benita Koch-Otte
Benita Koch-Otte foi uma das artistas têxteis de destaque da Bauhaus. Ela utilizou sua experiência anterior como professora de desenho, têxteis e educação física como base para seu interesse pelas artes. Após sua passagem na Bauhaus, Koch-Otte lecionou no laboratório de tecelagem criando novas técnicas para ensinar os alunos da Bauhaus. Ela continuaria a ensinar por toda a sua carreira até se aposentar. É mais conhecida por sua pesquisa em técnicas inovadoras de tecelagem.
7. Lou Scheper-Berkenkamp
Nascida em 1901, Lou Scheper-Berkenkamp, formalmente conhecida como Hermine Louise, matriculou-se na Bauhaus em 1920. Completou os cursos preliminares e concentrou seus esforços artísticos na pintura mural. Após sua passagem pela Bauhaus, Scheper-Berkenkamp permaneceu envolvida na escola, particularmente no teatro e nas exposições. Após a morte de seu marido, um também ex-aluno da Bauhaus, Lou assumiu muitas de suas funções em teoria das cores na arquitetura. Mais tarde em sua vida, ela publicaria uma série de livros infantis e desempenharia um papel ativo representando as mulheres na Associação Profissional de Belas Artes.