Em seu mais recente projeto de arquitetura, a Vincent Callebaut Architectures desenvolveu uma espécie de utopia ecológica, um edifício de 8.225 metros quadrados destinado a abrigar a sede da Soprema na cidade de Estrasburgo, na França. O edifício, chamado de Semaphore, é descrito pelos arquitetos como um “amplo espaço verde e flexível para o trabalho em equipe”, voltado especialmente ao bem-estar dos funcionários e à agricultura urbana.
Através de sua arquitetura eco-futurista, os arquitetos buscaram inspiração na biomimética com o principal objetivo de transformar o edifício do Semaphore em um ícone da arquitetura eco-futurista, além de servir como uma vitrine para a empresa e toda a sua linha de produtos de isolamento, impermeabilização e tecnologias voltadas à sustentabilidade na construção civil. O projeto desenvolvido pela equipe de Vincent Callebaut será um protótipo ecológico da cidade verde do futuro a medida que busca encontrar o equilíbrio perfeito entre o homem e a natureza.
No centro do edifício, há um fóssil de mamute exposto dentro de um cubo de vidro, o metafórico coração da Soprema. Dentro deste elemento monumental de vidro, com seus 24 metros de altura, o esqueleto do mamute pode ser visto a partir dos quatro cantos do terreno, uma vez que foi implantado no encontro dos dois eixos fundamentais do edifício.
No interior do edifício, flexibilidade e adaptabilidade falam mais alto. Projetado para se ajustar à estrutura formal da empresa, todos os funcionários do mesmo departamento poderão trabalhar livremente e em equipe em um mesmo pavimento, mas sem um layout prescrito e sim uma organização bastante flexível, sem lugares predefinidos ou mesas individuais. "Bolhas" para reuniões foram integradas ao layout, elas permitem pequenos momentos de privacidade e recolhimento quando necessário. A circulação vertical foi projetada como um grande átrio para ser naturalmente iluminada e ventilada, com espaços para encontros informais e atividades recreativas além do espaço necessário para uma eficiente circulação dos funcionários em suas atividades diárias.
Esforçando-se ao máximo para integrar-se à natureza em todos os momentos, a arquitetura do edifício aproveita de sua localização à beira d'água para incorporar uma nova marina e grandes terraços verdes em cascata, inspirados nos campos de plantação de arroz aonde os funcionários da empresa podem aproveitar as vistas ensolaradas voltadas para o sul. Também para o benefício dos funcionários, o espaço verde do edifício inclui hortas urbanas, estufas e pomares. Todos os caminhos convergem para a ágora, o epicentro deste projeto desde onde é possível acessar a todas as áreas comuns do edifício.
Além desta "fazenda urbana" que configura a arquitetura do edifício, o Semaphore incorpora várias outras estratégias inovadoras para compensar seu consumo de energia e produção de carbono. O projeto desenvolvido para a Soprema inclui a plantação de novas 10.000 árvores, arbustos e espécies nativas da região de Estrasburgo, fixando uma enorme quantidade de gás carbônico. A densa vegetação também servirá para combater o efeito de ilha de calor, enquanto recupera a água da chuva e serve para filtrar as águas cinzas produzidas pelo edifício. Além disso, estratégias passivas foram incorporadas ao projeto, bem como um sistema fotovoltaico e térmico na cobertura, um parque eólico vertical e uma usina de mini-biomassa. Os materiais utilizados na construção serão rastreados de "berço ao berço" (cradle-to-cradle) e escolhidos para otimizar a qualidade do ar e as condições de conforto no interior do edifício.
Uma visão ambiciosa e otimista para o futuro. O projeto desenvolvido para a sede da Soprema utiliza a arquitetura como uma ferramenta para apresentar ao mundo os seus produtos e também a sua visão de mundo, contribuindo com o meio ambiente de forma eficiente e didática para com os seus funcionários.