Há diferentes maneiras de organizar a implantação de uma residência em um lote. Junto aos limites laterais, recuada do fundo ou de um dos lados, alinhada à rua ou recuada, ou, ainda, isolada no terreno. Para cada estratégia, qualidades e insucessos. Em glebas de pequena dimensão, um modo interessante de implantar a casa, ao menos em relação à insolação e ventilação dos espaços, é criando pátios.
Frequentes na arquitetura árabe e, consequentemente, na da Península Ibérica, ocupada por mouros entre os séculos VIII e XV, os pátios garantem a salubridade dos espaços domésticos e, para além de aspectos puramente funcionais, um lugar de resguardo. Na arquitetura brasileira, precisamente a paulista, começam a aparecer na produção dos anos 1950 e na década seguinte ganham um significado político; enquanto Artigas defendia a ideia de se produzir "cidades como casas, e casas como cidades", os pátios ofereciam aos habitantes das residências da época um "espaço de convite ao sonho" [1].
Na produção brasileira contemporânea, continuam recorrentes, como se pode ver nesta seleção de 14 residências com pátios centrais ou laterais.
Casa 239 / UNA Arquitetos
Casa Malva / BLOCO Arquitetos
Casa João de Barro / Terra e Tuma Arquitetos Associados
Casa em Salvador / Norte Arquitetos
Casa Manaus / Alexia Convers Architecture
Casa Jardim do Sol / Hype Studio
Casa M.O / A Arquitetura
Casa Cuiabá / Allouchie Arquitetos
Casa na Mantiqueira / UNA Arquitetos
Residência Jardins / Drucker Arquitetos e Associados
Casa 8 / Zoom Urbanismo Arquitetura e Design
Casa em Ribeirão Preto / SPBR Arquitetos + MMBB Arquitetos
Casa da Rua Madalena / Garoa
Casa Allouchie / Allouchie Arquitetos
Referências bibliográficas
1. ACAYABA, Marlene Milan. Residências em São Paulo: 1947-1975. Apresentação Cecília Rodrigues dos Santos. São Paulo, Romano Guerra, 2011, 496 p