A delegação brasileira da Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em missão a Portugal trouxe novidades no campo do Patrimônio Cultural. Em maio de 2019, o país europeu receberá uma missão de intercâmbio com gestores, prefeitos e trades turísticos brasileiros. O objetivo é conhecer referências em Centros de Interpretação portugueses, a fim trazer modelos para as 13 cidades detentoras de sítios culturais Patrimônio Mundial, no Brasil.
Ainda neste ano está prevista a inauguração de exposição sobre Patrimônio Imaterial luso-brasileiro, no Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial, no Rio de Janeiro. O Brasil é referência mundial por sua política de preservação do Patrimônio Cultural Imaterial, com 47 bens culturais salvaguardados, sendo cinco reconhecidos como Patrimônio da Humanidade. A mostra irá, também, tratar sobre os 10 bens imateriais portugueses, sete dos quais levam o título da Unesco. Um dos objetivos é demonstrar a maneira como as culturas se relacionam, além do destaque às raízes comuns que existem entre os dois países. Posteriormente, a exposição irá itinerar para o Museu Nacional de Etnologia e Museu de Arte Popular, em Lisboa.
Em 2020, quando o Rio de Janeiro irá sediar o Congresso Mundial de Arquitetos, a cidade irá receber outra exposição produzida em cooperação com Portugal. A mostra Patrimônio Arquitetônico Luso-brasileiro, também prevista para inauguração no Paço Imperial, vai apresentar experiências de intervenção contemporânea no Patrimônio Cultural, tanto lá quanto cá.
A delegação brasileira foi integrada pelo secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Medeiros Pires, a presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o diretor do Cooperação e Fomento do Iphan, Marcelo Brito, e o diretor de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee. A missão em terras lusitanas transcorreu de 18 a 22 de fevereiro, quando o grupo participou também da II Reunião da Comissão de Patrimônio Cultural da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na sede do Secretariado da Comunidade, em Lisboa.
Centros de Interpretação
Os Centros de Interpretação oferecem atendimento a turistas e visitantes, com informações sobre o sítio histórico, atrativos locais, programação cultural, entre outras informações. Ali se pode encontrar exposições permanentes e outros serviços como oficinas, palestras, atividades formativas para público tanto adulto quanto infantil. Esses espaços levam os visitantes a uma viagem que incentiva a exploração do sítio, a compreender a sua história, a reconhecer os seus valores culturais e a tomar conhecimento dos seus atrativos. O turista pode descobrir e aprender em seu próprio ritmo, ao ter acesso a informações que podem o auxiliar a vivenciar o local, em uma experiência ao mesmo tempo enriquecedora e prazerosa.
Os gestores brasileiros poderão se inspirar em casos como a Casa da Memória de Guimarães ou o Centro Interpretativo da Rota do Românico, onde se divulgam itinerários culturais, apresentando as diversas rotas que podem ser feitas no território, a partir de uma explanação sobre o tema no próprio edifício onde está instalado. Durante a missão na cidade do Porto, foram apresentados novos casos de centros de interpretação como o do Vale do Tua, em Mirandela, construído a partir da reutilização de armazém ferroviário que foi totalmente recuperado, voltado para revelar a riqueza cultural de um território, ou ainda, o do Vale do Varosa, que apresenta um conjunto de monumentos onde foram instalados espaços funcionais de interpretação sem introduzir novas construções. O projeto demonstra como visitas guiadas ajustadas para cada tipo de público permitem aprofundar níveis de informação e experiência, valorizando o Patrimônio Cultural.
Via Iphan.