Os alunos, professores e colaboradores da Faculdade de Arquitetura & Urbanismo & Design de Alagoas, encabeçados pelas professoras Adriana Capretz Borges da Silva Manhas, Josemary Omena Passos Ferrare e a aluna Cecília Oliveira do Nascimento Rossé, organizaram um abaixo-assinado on-line para conceder à professora Zélia de Melo Maia Nobre o Título de Doutora Honoris Causa da UFAL (Universidade Federal de Alagoas).
Todo o movimento é um grande agradecimento coletivo para esta mulher que, nos anos 70, teve coragem e entusiasmo para fundar uma Faculdade de Arquitetura e Urbanismo em Alagoas. O pedido será entregue à Magnífica Reitora, Maria Valeria Costa Correia, para ser submetido à apreciação do Conselho da Universidade (CONSUNI).
A grande Arquiteta, pérola do movimento moderno do Nordeste, é figura central na fundação da FAU UFAL, que está completando 45 anos. A "dama do traço elegante", que hoje está com 90 anos, graduou-se pela Universidade Federal de Pernambuco em 1954. Posteriormente, quando se casou com o engenheiro alagoano, Vinicius Furtado Maia Nobre, veio morar em Maceió- AL. Nessa cidade iniciou a carreira, em um ambiente dominado por engenheiros e desenhistas masculinos. No anos 60 e 70 teve destaque na luta pela valorização da arquitetura moderna no Estado de Alagoas e no Nordeste. As obras de maior vulto são o Alagoas Iate Clube (Alagoinhas), a Residência Universitária da UFAL (RUA), o Parque Hotel, na capital alagoana. Nesse período desenhou inúmeras casas, inclusive a da própria família, no Bairro Farol, que foi um marco para a cidade. Nos projetos, sempre utilizou os pilares do movimento moderno e influências de Oscar Niemeyer e Le Corbusier. Mas procurou fazer uma arquitetura eminentemente nordestina: com cobogós, integração de ambientes e o uso de azulejos e muitos jardins internos, para amenizar o clima tropical.
Destaque-se que a arquiteta atuou em várias intervenções restaurativas, como o aproveitamento parcial do Antigo Liceu de Artes e Ofícios, nos anos 70, que abrigou as instalações da antiga Faculdade de Engenharia de Alagoas. Atualmente, a edificação é a Escola Técnica de Artes (ETA), Espaço Cultural e a Pinacoteca da UFAL. Em 1983, foi figura determinante no movimento que impulsionou o tombamento, a nível Estadual, de Marechal Deodoro-AL (decretado pelo Conselho Estadual de Cultura). Posteriormente, em 2006, a cidade foi tombada a nível Federal, sendo tal ato um fruto da luta anterior.
Pelo empenho em ensinar e formar centenas de profissionais (lecionou por muitos anos a disciplina de Projeto Arquitetônico) e pelo que representa para a arquitetura alagoana, em 15 de dezembro de 2015, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU-AL) criou o Prêmio Zélia Maia Nobre, uma honraria que reconhece os projetos de alunos que fazem os melhores trabalhos de conclusão de curso na área.
Embasados nessa trajetória, foi criado o abaixo assinado on-line, cujo objetivo é homenagear esta "professora pioneira" com o título de Doutora Honoris Causa, como forma de agradecer e incentivar as gerações presentes e futuras a valorizar e defender a arquitetura, o urbanismo e o design do Nordeste e do Brasil.
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