Amplamente usado em telhas e caixas d'água, o amianto teve sua produção interrompida no Brasil em 2017 por decisão do Supremo Tribunal Federal. Estudos conduzidos pela Organização Mundial da Saúde comprovam que o material é cancerígeno, no entanto, na contramão das evidências e do consenso em outros 65 países, quatro senadores brasileiros pedem a retomada da produção do mineral.
Os senadores Davi Acolumbre (DEM), Vanderlan Cardoso (PP), Luis do Carmo (MDB) e Chico Rodrigues (DEM) visitaram na semana passada a mineradora SAMA, localizada em Goiás, e julgam equivocada a decisão do STF de banir o mineral fibroso do mercado. Em um vídeo publicado pela TV Senado, os políticos dizem que pretendem reverter a decisão do Supremo.
No ano passado, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) permitiu a reintrodução do amianto na indústria norte-americana por meio de produtos e materiais domésticos comuns. Embora o país nunca tenham proibido inteiramente a substância, seu uso foi restringido pela legislação entre 1972 e 1989. Apesar disso, estima-se que 40.000 pessoas nos EUA morrem todos os anos por causas relacionadas à substância.
Embora não haja nenhuma comprovação científica de que beber água de uma caixa d'água de amianto ou dormir em uma casa coberta com uma telha de amianto represente dano ao consumidor, a maior preocupação está relacionada aos trabalhadores do setor, como trabalhadores das minas de amianto, da construção civil, da manutenção de freios de automóvel, da limpeza urbana e do comércio de material de construção. Segundo dados da OMS, mais de 107 mil profissionais do setor morrem todos os anos em decorrência de doenças relacionadas ao material.
Fonte: Viva Bem, Brasil de Fato.
