Esta semana, o presidente da Bienal de Veneza, Paolo Baratta, e o curador da 17ª Exposição Internacional, Hashim Sarkis, apresentaram o tema da próxima Bienal: “Como viveremos juntos?”. La Biennale Architettura 2020 acontecerá no Giardini e no Arsenale, em Veneza, de 23 de maio a 29 de novembro de 2020.
“Precisamos de um novo contrato espacial. No contexto da ampliação das diferenças políticas e das crescentes desigualdades econômicas, pedimos aos arquitetos que imaginem espaços nos quais possamos viver generosamente juntos”, diz a Declaração de Sarkis. O tema explora a arquitetura como um campo material, espacial e cultural, incentivando arquitetos participantes a envolver outros profissionais em suas pesquisas — convidando trabalhos de artistas, construtores, políticos, cientistas sociais e cidadãos comuns. O curador quer que a sociedade reconheça o papel do arquiteto "tanto como convocador cordial quanto responsável pelo contrato espacial".
“Esperamos da pesquisa de Hashim Sarkis e dos países participantes individuais uma série de exemplos que além de nos informar sobre as diferentes realidades e as tendências e conflitos atuais, que possam nos fazer imaginar um mundo em ação para enfrentar essas questões, e em particular um mundo da arquitetura comprometido em pensar, imaginar e concretizar novas soluções”, comenta Paolo Baratta.
Sobre Hashim Sarkis
Arquiteto e educador, Hashim Sarkis é diretor da Hashim Sarkis Studios (HSS) fundado em Boston e Beirute em 1998, e reitor da Escola de Arquitetura e Planejamento do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desde 2015.
Realizar a curadoria da Biennale 2020 não é a primeira experiência do arquiteto com Exposição Internacional de Arquitetura. O trabalho da HSS foi exibido no Pavilhão dos Estados Unidos na Biennale Architettura 2014 e na Exposição da Albânia na Biennale Architettura 2010. Além disso, Hashim Sarkis fez parte do júri na 14ª edição da Biennale em 2016.
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Texto Curatorial
Precisamos de um novo contrato espacial. No contexto da ampliação das divisões políticas e das crescentes desigualdades econômicas, pedimos aos arquitetos que imaginem espaços nos quais possamos viver generosamente juntos: juntos como seres humanos que, apesar de nossa crescente individualidade, anseiam por se conectar uns com os outros e com outras espécies no espaço real e digital; juntos como novos moradores procurando espaços mais diversificados e dignos para a habitação; juntos como comunidades emergentes que exigem equidade, inclusão e identidade espacial; juntos através das fronteiras políticas para imaginar novas geografias de associação; e juntos como um planeta que enfrenta crises que exigem ação global para continuarmos a viver.
Os arquitetos convidados a participar da Biennale Architettura 2020 são incentivados a envolver outras profissões e grupos de interesse — artistas, construtores e artesãos, mas também políticos, jornalistas, cientistas sociais e cidadãos comuns. Com efeito, a Bienal Architettura 2020 afirma o papel negligenciado do arquiteto tanto como convocador cordial quanto responsável pelo contrato espacial.
Paralelamente, a Biennale Architettura 2020 também sustenta que é na sua especificidade material, espacial e cultural que a arquitetura inspira as formas como convivemos. A esse respeito, pedimos aos participantes para destacarem os aspectos do tema principal que são exclusivamente arquitetônicos.
Os curadores das participações nacionais são encorajados a abordar um ou mais dos sub-temas da Exposição. A necessidade de habitações sociais e equipamentos mais inclusivos ou de um tecido urbano e territorial mais conectado permanece tão urgente nas economias emergentes quanto nas mais avançadas.
O ano de 2020 tem sido frequentemente referido como um marco no caminho para um futuro melhor. Muitas nações e cidades criaram uma "Visão 2020". O ano está chegando. Nós nos voltamos à imaginação arquitetônica coletiva para atender a esta ocasião marcante com criatividade e coragem.