O MVRDV desenvolveu um projeto de edifício de uso misto para a pequena cidade holandesa de Sint-Michielsgestel, às margens do rio Dommel. A estrutura de fachada do edifício - construída como um “rack” de concreto - permite incorporar uma série de plantas transformando-o em uma floresta vertical. Desenvolvido em parceria com os arquitetos da Van Boven Architecten, o projeto foi concebido para ser um elemento de referência para a pequena vila, além de atender aos mais altos padrões de sustentabilidade.
Implantado no extremo sul da cidade, o edifício chamado de Green Villa é uma estrutura de quatro pavimentos que se adapta ao contexto urbano onde está inserido. Por outro lado, a exuberante vegetação que toma conta da fachada e cobertura, faz com que o edifício parece perfeitamente integrado à paisagem natural de Sint-Michielsgestel. O edifício residencial, com cinco apartamentos ocupando os três pavimentos superiores, o Green Villa abriga ainda os escritórios da incorporadora Stein, localizados no térreo do edifício além de um estacionamento subterrâneo.
Como a equipe de arquitetura explica, o edifício procura dar continuidade ao gabarito da rua Adrianusplein, assumindo a mesma forma de telhado em mansarda dos edifícios adjacentes. Entretanto, o Green Villa diverge de seus vizinhos em sua materialidade; um jardim vertical que abriga uma enorme variedade de espécies de arbustos e árvores. Os arquitetos do MVRDV defendem que a sustentabilidade não se trata apenas um desafio tecnológico, mas principalmente de uma mudança no estilo de vida das pessoas.
“Este projeto faz parte de uma de nossas linhas de pesquisa: edifícios ‘facade-less’ e radical greening”, explica Winy Maas, sócio-fundador do MVRDV. “Em nosso ponto de vista, a ideia que despontou nos anos noventa - de transformar as cidades em um oásis verde através da criação de parques urbanos -, é muito limitada. O que estamos defendendo é uma nova abordagem, algo que estamos chamando de 'green dip' e que será posteriormente discutido em detalhe em um livro que será publicado pela The Why Factory sob o mesmo título. O termo 'green dip' faz referência a um mergulho, uma imersão, uma arquitetura impregnada de verde, do térreo à cobertura. Promover a biodiversidade na arquitetura é uma maneira de compensar as emissões de CO2 intrínsecas à industria da construção civil. Winy Maas afirma que “o Green Villa tem um significado especial para ele: este é um projeto pessoalmente importante para mim, porque eu passei a minha infância em Sint-Michielsgestel”, acrescenta Maas. "“Assim como foi a Glass Farm, que construímos em minha cidade natal de Schijndel, com o Green Villa estamos indo além, ajudando a construir um futuro melhor para a região onde cresci.”
A estrutura do Green Villa é baseada em um grid modular de três metros de largura e quatro de profundidade. O MVRDV desenvolveu um catálogo de módulos espaciais que se encaixam neste grid para abrigar os espaços de vida e trabalho. Um outro catálogo foi criado para preencher os módulos vazios da fachada, onde plantas de diferentes espécies e dimensões podem ser escolhidas para habitar a fachada do edifício. As espécies são escolhidas de acordo com a orientação da fachada e o tipo de uso do espaço, proporcionando diferente níveis de privacidade e sombreamento. Para a manutenção da vegetação da fachada, concebemos um sistema automatizado de irrigação que utiliza a água da chuva, garantindo uma fachada verde durante todo o ano.
O Green Villa foi projetado em parceria entre o MVRDV e a Van Boven Architecten, que também é responsável pelo projeto executivo. A incorporadoradora Stein, parceira no projeto, está planejando transferir os escritórios da empresa para o edifício que deverá começar a ser construído em 2020.
Via MVRDV