O arquiteto e professor associado na Faculdade Taubman de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Michigan, Sean Ahlquist, desenvolveu um um projeto de teatro sensorial para crianças com autismo em conjunto com a dramaturga da MSU, Dionne O'Dell. Ahlquist, tem procurado desenvolver soluções alternativas - através da arquitetura - para ajudar crianças com autismo, buscando aprender mais sobre as necessidades específicas destas crianças e a maneira como elas interagem com o mundo ao seu redor.
Sean Ahlquist é conhecido por ser um dos poucos arquitetos dedicados a desenvolver estruturas arquitetônicas têxteis fabricadas com uma máquina de costura industrial controlada por computador. A partir de sua experiencia prévia em design computacional e estruturas têxteis, Ahlquist desenvolveu o projeto de um espaço surpreendente configurado por uma superfície macia e elástica onde as crianças podem interagir, explorar e superar seus próprios limites.
"Por muito tempo eu pensei em como desenvolver um projeto de um espaço onde estas crianças pudessem interagir de diferentes formas com o ambiente e com o mundo a sua volta - e se nós apresentarmos o roteiro de uma história para que elas possam assumir diferentes papeis em uma peça colaborativa?" - Sean Ahlquist, professor associado da Taubman College of Architecture da Universidade de Michigan.
A primeira versão do projeto foi chamada de "Stretch|Color", uma superfície 2D onde projetamos uma imagem em preto-e-branco. Tocando ou empurrando diferentes partes desta superfície, podemos colorir a imagem, como se a estivéssemos manipulando em um programa de computador. Depois de testarmos esta primeira versão, desenvolvemos uma estrutura 3D mais elaborada, servindo como palco para a realização de uma peça, escrita e dirigida por Dionne O'Dell e com o objetivo de criar um teatro participativo direcionada as crianças com autismo. O'Dell trabalha com teatro infantil há mais de 30 anos, e ao longo das últimas décadas ela tem se dedicado a elaboração de novas abordagens que possam auxiliar o desenvolvimento de crianças com ASD.
"Cada criança possui um grau distinto de autismo, mas a maioria delas - de 60-90% - desenvolve uma hiper-consciência para diferentes tipos de estímulos sensoriais. Algumas crianças são mais sensíveis a sons ou luzes, enquanto outras, respondem com mais entusiasmo a sensações táteis. A experiência criada por esta estrutura têxtil, como uma grande cabana de cobertor, as excitas e estimula de infinitas formas, fazendo desta hipersensibilidade uma ferramenta benéfica que favorece a interação social entre elas e outras crianças." - Sean Ahlquist, professor associado na Faculdade Taubman de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Michigan.
Esta iniciativa, que transita entre as disciplinas da arquitetura e do teatro, tem provocado uma série de desdobramentos na esfera das artes performáticas. As estruturas sensoriais desenvolvidas por Ahlquist já foram utilizados em escolas, museus e outros espaços públicos.
"Crianças com autismo tem capacidades motoras limitadas e por isso elas não podem participar em todos os tipos de atividades como maioria das crianças de sua idade, limitando suas oportunidades de interação social. A estrutura que desenvolvemos permite que ela participe ativamente, respondendo aos estímulos físicos e a interação com outras crianças - e eu acredito que o teatro tem muito para agregar neste sentido". - Sean Ahlquist, professor associado na Faculdade Taubman de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Michigan.
"Muitas empresas estão começando a oferecer experiências performáticas amigáveis e sensíveis, baseadas em projeções de imagens e sons e com a colaboração de atores e ushers especialmente treinados para lidar com crianças com diferentes capacidades físicas e intelectuais" "e ainda que muitas destas estruturas tenham sido adaptadas para crianças com autismo, meu objetivo é criar uma peça de teatro especialmente pensada para este público inspirada em suas próprias condições específicas." -- Dionne O'Dell, escritora e diretora do departamento de teatro da MSU.