Inteligência artificial (IA), machine learning e design generativo já estão moldando a arquitetura como a conhecemos. Como sistemas e ferramentas para reimaginar o ambiente construído, eles apresentam diversas oportunidades para repensar os fluxos de trabalho tradicionais. No entanto, os arquitetos também temem que eles possam afetar inversamente a prática, limitando os serviços da profissão. Olhando para as tecnologias de construção, novas empresas estão criando softwares e projetos para explorar o futuro dos projetos arquitetônicos.
À medida que as cidades continuam a se desenvolver, novas ferramentas surgem para mudar a maneira como arquitetos, empreiteiros e consumidores imaginam e criam o ambiente construído. Os dados e códigos de obras estão se tornando mais acessíveis e, por sua vez, começaram a chegar num ponto em que proprietários e desenvolvedores podem inserir um conjunto de informações e um projeto otimizado é produzido. Uma startup chegou ao ponto de dizer que pode “dar a você a casa que você deseja sem contratar um arquiteto.” Então, onde estamos?
Por enquanto, os arquitetos estão definindo objetivos e parâmetros de projeto, enquanto a inteligência artificial e os algoritmos de machine learning produzem opções a serem consideradas. Estes ainda precisam ser verdadeiramente holísticos, mas estão se tornando cada vez mais a cada dia. Trabalhando com padrões funcionais e de programação, a machine learning pode se estender a padrões socioeconômicos, estéticos e ideológicos. Como um ponto de virada na história da arquitetura, os avanços da IA e da machine learning começaram a impactar profundamente a maneira como moldamos o ambiente construído. Os artigos a seguir exploram essas ideias e as novas tendências de tecnologia de construção.
A Automação Afetará os Arquitetos?
Segundo o The Economist, 47% do trabalho realizado por seres humanos serão substituídos por robôs até 2037, mesmo aqueles tradicionalmente associados à educação universitária. Enquanto o Fórum Econômico Mundial estima que entre 2015 e 2020, 7,1 milhões de empregos serão perdidos em todo o mundo, uma vez que a "inteligência artificial, robótica, nanotecnologia e outros fatores socioeconômicos substituem a necessidade de funcionários humanos", Nicolas Valencia explora como a automação e a inteligência artificial afetarão a arquitetura e o design, e como estes passarão por profundas transformações.
Arquitetura sem Arquitetos? Algoritmos propõem plantas automaticamente
O algoritmo, Finch, gera configurações espaciais diferentes de acordo com parâmetros predeterminados à medida que você altera a área total do espaço. Isso ajuda a definir zonas nas fases iniciais do projeto, que podem ser refinadas de acordo com os requisitos específicos da atribuição. O algoritmo foi desenvolvido por BOX Bygg e Wallgren Arkitekter e aplicado no Grasshopper, por enquanto.
Algoritmos computacionais: o futuro das plantas arquitetônicas?
O programador Joel Simon criou um projeto de pesquisa experimental, o Evolving Floor Plans, para explorar layouts especulativos e otimizados de plantas usando design generativo. Interessado na interseção de ciência da computação, biologia e design, Joel organizou ambientes e fluxo esperado de pessoas através de um algoritmo genético para minimizar o tempo de caminhada, o uso de corredores, etc. O objetivo criativo é abordar o desenho de plantas baixas apenas a partir da perspectiva da otimização e sem levar em consideração a convenção ou a viabilidade de construção. O objetivo da pesquisa é ver como uma combinação de métodos explícitos, implícitos e emergentes permite o desenvolvimento de plantas baixas de alta complexidade.
Startup Quer Automatizar o Projeto Residencial
A startup Higharc começou a repensar como as novas casas serão projetadas e construídas sem a contratação de um arquiteto. Fundada para reinventar o ato de projetar uma nova casa para a era digital, a empresa pretende tornar casas customizadas acessíveis a qualquer pessoa, automatizando o desenho e a personalização da casa online. Utilizando plantas pré-elaboradas, a equipe deseja trazer o design de volta às opções de habitaçãoe tornar a personalização mais acessível.Como afirma a Higharc, a empresa pode "fornecer a casa que você deseja sem a contratação de um arquiteto". A empresa criou um aplicativo de desenho na internet para usuários comuns e compradores de casas que está tentando incorporar inteligência arquitetônica diretamente no software.
Inteligência artificial cria estilos e plantas generativos com machine learning em Harvard
O designer e fellow Fulbright, Stanislas Chaillou, criou um projeto em Harvard utilizando machine learning para explorar o futuro do design generativo, do viés e do estilo arquitetônico. Enquanto estudava a IA e sua potencial integração na arquitetura, Chaillou construiu toda uma metodologia de geração usando as Generative Adversarial Neural Networks (GANs).O projeto de Chaillou investiga o futuro da IA por meio do aprendizado do estilo arquitetônico, e seu trabalho ilustra o profundo impacto do estilo na composição das plantas.