A Prefeitura de São Paulo assinou nesta segunda-feira, 16 de setembro, a concessão do estádio do Pacaembu ao consórcio Patrimônio SP, formado pelas empresas Progen, de engenharia, e Savona, fundo de investimentos. O estádio passará por reformas e deverá permanecer fechado ao público pelos próximos dois anos.
As obras terão início no primeiro semestre do próximo ano e compreenderão a demolição do "tobogã" - setor onde habitualmente ficam os torcedores que adquirem os ingressos mais baratos - e a construção de um edifício de nove pavimentos no lugar da estrutura, que receberá lojas, espaços de coworking, restaurantes, escritórios e áreas para eventos, além de uma passarela peatonal conectando as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis.
Por não fazer parte do projeto original do estádio, o tobogã não é tombado, por isso a possibilidade de demoli-lo sem infringir nenhuma regulamentação patrimonial. Sem a estrutura, contudo, a capacidade do estádio passará de 40 mil para apenas 26 mil espectadores.
O consórcio argumenta que a diminuição da capacidade não afetará a receita do equipamento, já que o futebol deixará de ser a atividade prioritária do Pacaembu. "Com a construção de uma nova edificação, vamos atrair para o complexo inúmeras outras receitas. Aluguel de espaço, estacionamento, venda de alimentos. O futebol vai corresponder a 15% da receita total", afirma Eduardo Barella, presidente do consórcio.
A concessão tem duração prevista de 35 anos e, segundo estimativas da atual gestão municipal, renderá aos cofres da Prefeitura R$ 657 milhões, somando outorga fixa, outorga variável (1% sobre a receita bruta), economia de gastos, investimentos a serem feitos e recebimento de ISS.
Dentre todas as questões burocráticas envolvidas na concessão do Pacaembu ao consórcio privado, uma, de cunho bastante prático, atinge diretamente a população que utiliza cotidianamente as instalações: a gratuidade dos espaços recreativos e esportivos. A Prefeitura e as empresas afirmam que as pistas de corrida, a piscina, as quadras de tênis e tudo mais que faz parte do complexo esportivo continuará a ser disponibilizado de graça para a população após a reinauguração. O edital, no entanto, assegura apenas 5 horas semanais de uso gratuito.
Fonte: Folha de S. Paulo