A Prefeitura de Paris inaugurou no último sábado, 21 de setembro, Jardim Marielle Franco em homenagem à vereadora brasileira assassinada em 2018 no Rio de Janeiro. Localizado no 10º distrito da cidade, ao lado da Gare de L’Est, uma das principais estações de trem da capital francesa, o projeto foi liderado pela associação Rede Europeia para a Democracia no Brasil (Red-Br) com o apoio dos coletivos Autres Brésils, France Amérique Latine, Amnesty International France, Coletiva Marielles, Ligue des Droits de l’Homme, Inter LGBT, Amis des Sans Terre.
“A ideia vem do movimento que começou no Brasil para criar a rua Marielle Franco. O projeto foi recebido com muito entusiasmo [pela prefeitura de Paris]. Rua não era possível, e tinha esse jardim e nos consultaram e achamos a ideia muito bonita por ser uma das metáforas de Marielle que é semear mesmo, ser uma semente de luta social, de mulher na política, de luta por causa de direitos humanos então essa semente está aqui também”, explicou Silvia Capanema Schmidt, presidente da Red-Br - grupo, formado por pesquisadores, artistas, agentes culturais, cidadãs e cidadãos que vivem na Europa e propõem ações para preservar, construir e ampliar a democracia no Brasil.
Este é o primeiro espaço permanente inaugurado em homenagem à vereadora, notável figura defensora dos direitos humanos. O jardim suspenso de 2,6 mil metros quadrados ocupa o terraço de um hotel e conta com cerca de 70 árvores, a maior parte frutíferas; o acesso é feito pela rua d'Alsace.
A decisão de homenagear Marielle foi tomada em abril deste ano, quando a Câmara Municipal de Paris aprovou uma moção para criar um espaço público com o nome da vereadora. Mulher negra, nascida na Favela da Maré, lésbica e defensora dos direitos humanos, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro em 2016. Denunciava abusos da Polícia Militar, atendia vítimas da milícia e dava apoio a policiais vitimados pela violência no Rio e às suas famílias. Foi assassinada junto com seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018 - um crime ainda sem punição.
Fonte: Huffpost Brasil e Terra.