Após ter sido aprovado pelos órgãos competentes da cidade de Toronto em setembro do ano passado, o KING Toronto está cada dia mais perto de se tornar realidade. Projetado pelo BIG, em colaboração com a Allied e Westbank, o KING Toronto explora a capacidade da arquitetura em criar comunidades e dar respostas os desafios sociais mais urgentes no contexto canadense. Implantado no bairro de King Street West, em Toronto, o projeto é uma resposta formal ao seu contexto espacial específico.
Um novo ícone arquitetônico para a cidade de Toronto, o KING se apropria de ideias e conceitos presentes em um dos mais importantes projetos habitacionais construídos no Canadá, o Habitat 67 projetado por Moshe Safdie em 1967 e também em princípios construtivos apresentados por primeira vez por Pierre Chareau com a obra da Maison de Verre, construída em Paris em 1932. O objetivo principal dos arquitetos foi “desenvolver uma tipologia arquitetônica que pudesse se adaptar e celebrar o contexto histórico local, trazendo a natureza para o coração da cidade de forma a criar um espaço de uso público amplo e generoso.” Por isso, o projeto foi desenhado à partir de um centro comunitário central, gerador e organizador da forma geral do condomínio, ao redor do qual esta grande comunidade vai sendo construída.
O resultado disso é um edifício topográfico, organizado ao redor de um pátio público central. Na geografia de sua arquitetura, sua volumetria escalonada compõe quatro montanhas voltadas para o norte, sul, leste e oeste, proporcionando amplas vistas para diferentes partes da cidade. Cada um destes quatro condomínios conta com dois apartamentos de luxo na cobertura, totalizando oito unidades com superfícies que variam de 279 metros quadrados a 418 metros quadrados. O projeto de interiores foi concebido pela principal designer de interiores do BIG, a arquiteta Francesca Portesine.
Cada uma das quatro montanhas que compõem o KING Toronto possui uma abordagem conceitual específica. Os apartamentos voltados para o Norte, de frente a um dos maiores bairros fabris da cidade, apresentam características mais industriais. Elementos incorporados na materialidade de sua arquitetura, como o aço, contrasta com a leveza da fachada de vidro. Por outro lado, aqueles apartamentos voltados para o sul, fazem frente à Brant Street que aponta em direção à orla de Toronto, foram inspirados pelo movimento modernista brasileiro e buscam uma relação mais próxima entre a arquitetura e a natureza. Além disso, duas estruturas de vidro coroam estes dois condomínios, uma casa de chá e um jardim de inverno. As unidades a oeste, por sua vez, apresentam um design mais orgânico que desfoca os limites entre a torre e a cobertura. Finalmente, para o projeto das unidades a leste, os arquitetos buscaram inspiração na arquitetura modernista escandinava, criando espaços minimalistas e contemplativos.
