A arquitetura e o urbanismo do século XXI tem em mãos inúmeras tecnologias que auxiliam arquitetos e planejadores a pensarem o espaço. Atualmente, inovações como realidade aumentada, renderizações hiper-realistas, impressão 3D, entre outras, fazem parte do cotidiano da profissão. Mas é possível que nenhuma delas influencie tanto o processo de projeto como a tecnologia BIM, sigla para Building Information Modelling (ou a Modelagem da Informação da Construção). Sua aplicação impõe aos arquitetos uma nova maneira de abordar a construção de nossas edificações.
Como convidados, José Ricardo Munch, arquiteto, BIM manager, professor e coordenador de Pós-Graduação. Trabalha como consultor na implementação do BIM em empresas de projeto e construtoras. Além dele, Maria Fernanda Moraes, arquiteta, mestranda em Gestão do Ambiente Construído, com dissertação focada no aparelhamento BIM em empresas de projeto atuantes no setor de Licitação Pública.
Um dos erros mais comuns – e induzido pela própria nomenclatura – é associar o BIM ao projeto exclusivo do edifício. Pensar em building como tradução do edifício ou da construção é reduzir o entendimento do escopo que a tecnologia oferece ao arquiteto e demais profissionais que lidam com a execução de projetos. O BIM vai além de auxiliar na representação e no raciocínio construtivo do objeto. Ele opera uma gestão de processos complementares e, por consequência, uma gestão das pessoas envolvidas de forma colaborativa e integrada.
A tecnologia dá suporte a esses processos e permite a interdisciplinaridade entre os diferentes campos do saber envolvidos na concepção. E pela natureza como as informações são inseridas, a fim de alimentar um banco de dados que dará forma à uma ideia, esta mesma tecnologia acaba por interferir na dinâmica tradicional de faseamento do projeto, demandando uma revisão das etapas e de seus respectivos escopos.
Um exemplo disso é o aumento do tempo gasto nas etapas preliminares, onde se dá a fase de experimentação e a qual se prolonga até a decisão por uma determinada solução. Inversamente, o projeto executivo ganha agilidade e passa a consumir menos tempo, uma vez que os desenhos vão sendo detalhados e automaticamente compatibilizados nas etapas anteriores.
Para quem ainda não se familiarizou com o tema, é bom se preparar: o uso do BIM será obrigatório a partir de 2021 para participação em editais de obras públicas! Portanto, ouça o cast e entenda um pouco mais sobre a tecnologia que vem revolucionando a forma como pensamos e produzimos projetos.
Texto de Aline Cruz.