Os melhores trabalhos de conclusão de curso em 2019

No final de cada ano realizamos uma chamada de trabalhos finais de graduação dos leitores de países lusófonos. Com isso, buscamos selecionar os projetos que consideramos os mais interessantes a fim de apresentar visões inspiradoras e debates para todo o nosso público.

Nesta edição, recebemos 333 propostas de todo o Brasil e algumas cidades portuguesas. A seleção destes trabalhos é realizada de acordo com os quais julgamos mais bem apresentados, graficamente interessantes e cuja temática abordada consideramos instigante e oportuna a um trabalho de conclusão de curso. Mais que simplesmente resolver um projeto de modo satisfatório, entendemos que um TCC/TFG -- por condensar os esforços do estudante em um momento de passagem da academia para a vida profissional (mas, importante mencionar, ainda fazendo parte da trajetória acadêmica) -- deve levantar questões e incitar a discussão acerca do tema proposto.

Vale ressaltar que diversas propostas não seguiram o regulamento da chamada e foram desclassificadas ou apresentaram uma quantidade insuficiente de material para avaliação. 

Veja, a seguir, nossa seleção* dos 32 melhores trabalhos de conclusão de curso de países de língua lusófona acompanhados pelas descrições enviadas por seus autores.

A relação política entre sujeito e espaço: reinventando o espaço de organização popular

Autor: Leonardo Rodrigues Pitas Pequi
Orientadora: Letícia Bernardi Peruchi
Instituição: Universidade Anhembi Morumbi - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Leonardo Rodrigues Pitas Pequi

“O trabalho testemunha que o espaço é produzido, constituído e transformado a partir de nossas ações políticas enquanto comunidade.

Partindo de uma investigação sobre a relação entre a participação popular e a cidade de Diadema, jovem município da Região Metropolitana de São Paulo, onde os processos históricos tornou-o nacionalmente pioneiro nas práticas progressistas de gestão do espaço com a primeira administração municipal do Partido dos Trabalhadores, em saudosos tempos de redemocratização do país, revelou-nos uma indissociável correlação entre ação, espaço e política, comuns aos fundamentos da arquitetura e do urbanismo. No entanto, revelara também um sombrio quadro que equaciona poder, cooptação, desmobilização, coletividade e cidadania.

O desenho de arquitetura vem à tona como expressão de “uma outra realidade possível” e não propriamente como um projeto. É eleito um território-síntese (loteamento, núcleo e bairro) com cinco elementos espaciais (três centros comunitários, escolas e horta comunitária) como ensaio para reinvenção dessa realidade. Nesta, são as ações as razões do espaço e não um programa, são o contexto e as subsistências locais que o caracteriza e não a prática intervencionista e são os sujeitos populares os reais protagonistas e não o arquiteto."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Leonardo Rodrigues Pitas Pequi

Do arquipélago ao litoral: intervenções nos espaços públicos de borda da Vila Parolin

Autor: Nícolas Marques de Oliveira
Orientadora: Andrea Berriel Mercadante Stinghen
Instituição: Universidade Federal do Paraná - Curitiba/PR

Imagem Cortesia de Nícolas Marques de Oliveira

“Este ensaio evoca um deslocamento: do arquipélago ao litoral – e refere-se a duas lógicas para o convívio no espaço urbano. O arquipélago é uma figura conceitual caracterizada pela descontinuidade territorial, que resulta na ausência de relações de vizinhança entre os fragmentos – as ilhas. No contexto da cidade produzida a partir da lógica da segregação, a cidade-arquipélago é aquela caracterizada pela heterogeneidade da ocupação no espaço urbano, sem, no entanto, produzir diversidade de convívios no espaço público comum.

O arquipélago abordado aqui é o da favela Vila Parolin e entorno, localizado próximo à região central de Curitiba. Pensa-se, portanto, um mundo alternativo, que reconhece a centralidade simbólica da favela como sendo a sua borda, que é o território relacional entre lógicas distintas de cidade, igualmente legítimas.

Para isso, empresta-se a ideia de litoral da psicanálise. A palavra remete ao espaço geográfico como metáfora para seu sentido clínico: no litoral, sabe-se precisamente o que é continente e o que é mar, mas o espaço comum entre eles se refaz a todo instante a partir do movimento das marés. E nesse espaço-entre [o que se diz formal e informal], este ensaio explora os limites, intencionando desconstruir fronteiras em direção a uma intervenção litoral."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Nícolas Marques de Oliveira

Os Lugares e as Lições

Autora: Mariana Lima
Orientador: Carlos Alberto Maciel
Instituição: Escola de Arquitetura - Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte/MG

Imagem Cortesia de Mariana Lima

“Será que percebemos os lugares por onde passamos todos os dias? Será que conhecemos a cidade que habitamos? Os lugares e as lições é uma tentativa de fortalecer a nossa relação com o ambiente vivenciado através do reconhecimento e do estudo de locais que fazem parte do cotidiano da vida na cidade.

Direcionando o olhar para a Zona Central de Belo Horizonte - uma centralidade metropolitana, com fluxos intensos, palco de transformações, variedade de usos e diversidade de usuários -, são apresentadas pequenas lições sobre arquitetura e urbanismo para você, habitante ou visitante.

O guia surge do desejo de revelar espaços de uso recorrente que, além de cumprir necessidades ordinárias e habituais, se mostram valiosos por indicar novas possibilidades de habitar a metrópole.

Entendendo a cidade como um campo complexo, diversificado e em constante transformação, o intuito é favorecer a interação com o construído em busca de lições a partir do que já existe e se tornou invisível ou não tem sido encarado como referencial, colaborar para o entendimento de temas relacionados à arquitetura e ao urbanismo, para o enriquecimento do repertório projetual, excitar questionamentos sobre a prática de produção de espaço contemporânea e fundamentar reflexões futuras."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Mariana Lima

Reconversão como Salvaguarda do Patrimônio Industrial: centro gastronômico e cultural na antiga fábrica Diana

Autor: Rodolfo Henrique Tscha
Orientador: Eduardo Cecco
Instituição: Faculdade Mater Dei - Pato Branco/PR

Imagem Cortesia de Rodolfo Henrique Tscha

“A proposta de intervenção em um complexo fabril abandonado na região central de Curitiba envolve pretextos econômicos e ecológicos resultantes da utilização da estrutura pré-existente, assim como, busca resolver a problemática do abandono e falta de população no bairro e incentivar o crescimento da região.

O objetivo é a criação de um espaço para intercâmbio cultural através da gastronomia, nesse espírito, o complexo gastronômico idealiza a investigação e aprendizado de técnicas e sabores através de pesquisas, cursos e práticas voltadas ao tema, e como resultado partilhar essas experiências com o público geral. O complexo funcionará, também, como centro cultural, onde aberto para toda a população busca suprir a falta de equipamentos culturais na região e atrair moradores para o entorno. Por fim, um setor de habitação foi associado ao programa com o propósito de servir de apoio aos estudantes diretos do centro e universidades próximas, e assegurar a funcionalidade do edifício."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Rodolfo Henrique Tscha

Espaço Coletivo Guajuviras

Autora: Luísa Kuhn Pohren
Orientadora: Cláudia Piantá Costa Cabral
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre/RS

Imagem Cortesia de Luísa Kuhn Pohren

“Localizado em Canoas, no bairro Guajuviras, o espaço coletivo surge de um cenário recente de ascensão de projetos socioculturais e pouca oferta de espaços voltados à população. Trata-se de um equipamento público na escala do bairro, voltado ao ensino e prática da dança junto ao tratamento de um dos canteiros vazios do bairro. O espaço coletivo tem como objetivo se apropriar de espaços inutilizados e criar espaços de convívio e socialização através da cultura e da dança, daí o partido do projeto de espalhar usos pela praça, criando dois pontos nodais maiores em suas extremidades e pequenos módulos dentro da praça. Além disso, a escolha do terreno do centro de dança foi estratégica por ser fundos de uma escola municipal, reforçando o caráter educativo da proposta. Tirando proveito disso, se propõe uma ligação entre o espaço coletivo e a escola, criando um percurso completo entre todos os equipamentos da área. O projeto buscou utilizar elementos construtivos mais comuns na região, a fim de gerar uma identificação com a comunidade e possivelmente utilizar a própria mão de obra local na sua execução."

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Imagem Cortesia de Luísa Kuhn Pohren

IN[BETWEEN]: ressignificação de áreas de passagem

Autor: Maurício de Andrade Madalena
Orientadora: Patrícia de Freitas Nerbas
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos - São Leopoldo/RS

Imagem Cortesia de Maurício de Andrade Madalena

“A rodovia BR 101 corta a cidade de Osório dividindo-a em duas áreas de paisagens distintas: tecido urbano e mata nativa (Mata Atlântica). São 3 as áreas de passagem que transpõem a barreira criada pela rodovia e conectam a cidade e o morro: 2 passarelas pedonais e um baixio de viaduto.

O projeto contempla a substituição das passarelas existentes. As passarelas propostas, em volumetrias de prismas, abrigam praças lineares com áreas de ócio e vegetação. De grandes dimensões, os volumes passam leveza ao serem suspensos por pórticos. As treliças metálicas, não convencionais, foram pensadas em quadros que ressaltam os montantes e inibem as diagonais, dando um ritmo transverso ao comprimento do prisma e conferindo equilíbrio à composição.

O viaduto é um elemento com força linear perpendicular às passarelas. Essa linearidade é cortada pela proposta de elementos transversos, que abrigam feiras de hortifrúti destinadas a pequenos produtores locais e horto para produção de mudas nativas da região. A implantação dos elementos metálicos nega a projeção do viaduto, ora recuados em relação a ele, ora avançados. Dessa forma, projetando-se para além do viaduto, convidam o caminhante a explorá-lo.

O projeto é pensado em linhas e planos, criando lugares e protagonizando o vazio. "

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Imagem Cortesia de Maurício de Andrade Madalena

Uma perspectiva de Urbanidade e Tectônica em habitar o Centro

Autor: Renan Leite Antiqueira
Orientadores: Prof. Dr. Joubert Jose Lancha e Prof. Dr. Paulo Cesar Castral
Instituição: Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP) - São Carlos/SP

Imagem Cortesia de Renan Leite Antiqueira

“Este trabalho parte de uma investigação teórica sobre os conceitos de Urbanidade e Tectônica para chegar num projeto de HIS para o centro histórico de São Paulo. Possibilitar o acesso à moradia popular e requalificar os espaços no centro significa viabilizar a co-presença e a interação entre diferentes que está no âmago da urbanidade. Trata-se da produção habitacional e da requalificação de áreas urbanas degradadas com foco no centro, onde existe infraestrutura e emprego, além de muito espaço subutilizado.

A essência deste projeto está em pensar a habitação e a edificação urbana a partir de diferentes escalas: a de sua inserção no território da metrópole, a de sua relação com o entorno imediato próximo ao Terminal Bandeira, até a da articulação de unidades habitacionais. A ideia foi responder ao desafio de adensar um recorte no centro incorporando e dialogando com as pré-existências e requalificar os espaços públicos propondo novas relações, conexões e experiências. Em paralelo, trata-se do interior das unidades habitacionais e da imagem que o conjunto assume para a cidade, explorando possibilidades técnicas que permitem incorporar a variabilidade de tipologias e usos, provendo suporte para diferentes estilos de vida no centro e atentando ao problema da gentrificação."

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Imagem Cortesia de Renan Leite Antiqueira

Parque Ecológico Sobradinho

Autor: Lucas Willian Caldeira
Orientadora: Profª Dra. Vânia Loureiro
Instituição: Universidade de Brasília - Brasília/DF

Imagem Cortesia de Lucas Willian Caldeira

“O Cerrado brasileiro é um bioma sob constante pressão. Principal vítima da ocupação do centro-oeste brasileiro, este hotspot vê sua biodiversidade reduzida ano após ano pelo aumento da urbanização e, principalmente, pelo crescimento da região de exploração agropecuária.

Essa redução da biodiversidade, somada a questões culturais, leva o povo que vive no Cerrado à ignorância sobre o funcionamento do bioma. Retrato disso é a quase inexistência de espécies herbáceas e arbustivas presentes nos canteiros públicos, jardins particulares e viveiros comerciais, levando muitos a crer que lenhosas, como o ipê, são unanimidade em termos de representatividade do bioma.

Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo projetar uma Parque Ecológico e Urbano no coração de Sobradinho/DF, região de Cerrado do Planalto Central brasileiro, de modo a não só levar lazer e espaços de convivência à população local e regional, mas também servir como “Parque-Escola”, onde serão feitas tentativas de reprodução da flora do Cerrado, em especial a flora com potencial ornamental e de restauração de áreas degradadas, numa síntese “berçário-museu”."

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Imagem Cortesia de Lucas Willian Caldeira

Sete Chaves para requalificação urbana da Av. Heitor Beltrão

Autor: Leandro Sacilotto
Orientadora: Adriana Sansão
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Imagem Cortesia de Leandro Sacilotto

“Através dos questionamentos dos impactos dos vazios causados pela estrutura metroviária do Rio de Janeiro, este projeto propõe a criação de um sistema de edificações e espaços públicos que reative a dinâmica urbana na Av. Heitor Beltrão, um dos recortes mais afetados pela construção da linha 01 do metrô na década de 1980. A passagem do metrô sob a via resultou em uma abrupta fragmentação da malha urbana em um trecho de aproximadamente 1 km de extensão, desconfigurando a morfologia das quadras compostas pelas vias perpendiculares a avenida.

São tomadas duas estratégias de planejamento urbano categorizadas por Joan Busquets em seu livro City X Lines (2006). A primeira denominada edifício chave (building key), tem por base a construção de um edifício contemporâneo de ordem icônica, implantado sob uma área degradada da cidade, funcionando como um catalisador, aumentando o fluxo de pessoas e incentivando implantação de projetos infra-estruturais públicas e/ou privada, além dos próprios investimentos posteriores de iniciativa privada. O segundo chamado de solo multiplicado (multiplied ground) tem por estratégia a criação de sobreposições de camadas de solo, dinamizando a vida urbana não apenas em um térreo, mas em uma sobreposição de usos coletivos, privados, habitacionais, institucionais entre outros."

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Imagem Cortesia de Leandro Sacilotto

Alcântara e a Transição para o Aterro

Autora: Inês Soares
Orientador: Nuno Mateus (ARX Portugal)
Instituição: Faculdade de Arquitectura - Universidade de Lisboa - Lisboa/Portugal

Imagem Cortesia de Inês Soares

“A relação entre as temáticas abordadas no projeto - a questão do habitar, a possibilidade de contacto com a água em contexto citadino, e a da colmatação de vazios urbanos - materializam a hipótese de trabalho apresentada.

A problemática dos vazios urbanos e dos conjuntos industriais devolutos na capital portuguesa - decorrentes do processo de desindustrialização -, configuram territórios expetantes, alvo de potenciais operações de transformação.

Um olhar atento sobre Alcântara lança o mote da aproximação do rio com a cidade, pela incorporação de lugares aquáticos na vivência do espaço público – onde outrora já existira água.

Neste âmbito, a habitação surge como resposta vital à demanda de espaços residenciais adequados ao habitar contemporâneo, enquanto função primordial e estruturadora da cidade.

A abordagem aos sistemas construtivos é plural, adaptando a tecnologia da madeira, mais especificamente do CLT - cross laminated timber - a cada conjunto urbano edificado, aliando-a a materiais como o zinco, o GRC – glass fiber reinforced concrete – e a alvenaria de pedra."

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Imagem Cortesia de Inês Soares

Feita de Memórias

Autor: Rui Serra
Orientadores: Miguel Baptista Bastos + Jorge Firmino Nunes
Instituição: Faculdade de Arquitectura - Universidade de Lisboa - Lisboa/Portugal

Imagem Cortesia de Rui Serra

“O cemitério é um lugar que transparece o corpo social e nos conta a sua história. A sua função de acolher os defuntos representa, apenas, uma face que oculta diferentes realidades. No seu íntimo, o cemitério simboliza diferentes convicções associadas à identidade, à memória e ao imaginário. Assim, o cemitério tem a capacidade de refletir os valores e princípios de qualquer sociedade que nele habite. Apesar destes ideais, o cemitério é hoje uma sombra do que foi.

A presente proposta pretende lançar as bases para um discurso que sustente uma nova abordagem à representação do lugar da memória. Assumiu-se, então, que a idea de cemitério que habita os nossos subconscientes, deveria ser ultrapassada. De forma a devolver a sua capacidade dramática e elevar a sua experiência de transcendência é pensada uma transformação do lugar tradicional em algo distinto, capaz de responder a uma série de ambições e sentimentos pessoais da experiência do real.

Um cemitério vertical. Feito de Memórias.

Ousemos sonhar."

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Imagem Cortesia de Rui Serra

Análise interseccional da vida urbana: reflexões acerca da condição das mulheres negras na cidade de Maceió-AL

Autora: Mayara Almeida de Paula
Orientadora: Flávia de Sousa Araújo
Instituição: Universidade Federal de Alagoas - Maceió/AL

Imagem Cortesia de Mayara Almeida de Paula

“O trabalho visa compreender a experiência urbana das mulheres negras que, apesar de serem maioria, têm o direito de acesso à cidade restrito ou, muitas vezes negado, seja pela ocupação majoritária de bairros mais precarizados, falta de acesso à infraestrutura adequada, rendas mais baixas, maiores deslocamentos, dupla ou tripla jornadas, maior suscetibilidade às violências, entre outros. E, sob a ótica da interseccionalidade, ou seja, a compreensão da inseparabilidade entre patriarcado, racismo e capitalismo, é agrupado um referencial teórico composto prioritariamente por mulheres e desenvolvido um diagnóstico da cidade, através da espacialização e interpretação do cruzamento de dados quantitativos e de relatos de mulheres negras habitantes da capital alagoana, buscando compreender a lógica de ocupação da cidade e suas dinâmicas, a partir dos seguintes eixos: infraestrutura local e habitação, mobilidade, saúde, educação, lazer e emprego e renda, sob a perspectiva das mulheres negras, cujas vidas são pautadas pelo racismo e sexismo. É, então, produzida uma síntese com os principais problemas, carências, tendências e potencialidades da cidade, que embasa a proposição de diretrizes, metas e indicadores que objetivam mitigar as iniquidades vivenciadas pelo grupo social em questão e que, consequentemente, impactam de maneira positiva na produção de cidades verdadeiramente democráticas."

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Imagem Cortesia de Mayara Almeida de Paula

Mulheres e suas guerrilhas urbanas: processos de análise urbana segundo a perspectiva de gênero

Autora: Cândida Zigoni de Oliveira Landeiro
Orientadora: Adriana Sansão Fontes
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Imagem Cortesia de Cândida Zigoni de Oliveira Landeiro

“Visibilizar as mulheres como agentes na construção de cidade, desnaturalizar as problemáticas experienciadas por elas e assim contribuir para a construção de uma metodologia no campo da arquitetura e urbanismo que seja atenta à pluralidade e subjetividade de cada mulher.

A proposta é subverter a lógica hegemônica e naturalizada de viver a cidade e revelar o lugar de guerrilheira urbana a todas as mulheres que resistem em um espaço que não lhes é dado. A ideia de guerrilha surge como um conceito inerente às formas das mulheres habitarem a cidade. Portanto, seguindo o objetivo de pensar em maneiras factíveis no campo da arquitetura e urbanismo de combater, denunciar e intervir, constrói-se um caminho para estratégias de intervenção na cidade que estejam próximas à escala do corpo, das experiências.

A metodologia desenvolvida estrutura um faseamento que busca implementar o efêmero e projetar o temporário, além de colocar em experiência as categorias de análise levantadas durante o processo. Dessa maneira, o 1º Dia da Guerrilheira Urbana (31/08/19), uma ação de guerrilha no Centro do Rio de Janeiro, abre caminhos para espessar as análises urbanas e enfim encontrar ações projetuais / diretrizes sensíveis à perspectiva das mulheres."

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Imagem Cortesia de Cândida Zigoni de Oliveira Landeiro

Reabilitação e a preservação da memória da Boca do Lixo no bairro de Santa Ifigênia

Autora: Gabriela Araujo
Orientadora: Nadia Somekh
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Gabriela Araujo

“O projeto consiste em um programa habitacional, cultural e comercial, em meio a uma grande praça aberta que liga os espaços internos e ruas do entorno. O principal objetivo do “vazio” interno da quadra era criar fluidez, área de convivência, passagem e permanência. O programa cultural tem como principal objetivo, por meio das salas de cinema, retomar a memória do cinema da Boca do Lixo em uma área que carece de salas de cinema.

Nos edifícios habitacionais – HIS, HMP e habitação temporária – essa convivência é feita por meio das varandas, os vazios nas fachadas, que também permitem a entrada de ventilação e iluminação natural para os corredores dos apartamentos. Na cobertura, temos novamente a ideia de convivência, com a área de lazer residencial que permite que todos possam usufruir das vistas estratégicas para a cidade de São Paulo, como a vista da Estação Júlio Prestes.

O projeto, que nasceu da ideia de pensar a cidade, fazendo uso dos lotes ociosos e subutilizados, é um exemplo de uma quadra viva, livre de muros, convidativa e fluida, cuja habitação é feita para diversas faixas de renda garantidas pela ZEIS 3, do Plano Diretor Estratégico de São Paulo e o Estatuto da Cidade."

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Imagem Cortesia de Gabriela Araujo

Sobre as águas da Amazônia: Habitação e cultura ribeirinha

Autora: Danielle Khoury Gregorio
Orientadora: Prof.ª Dra. Helena Ayoub
Instituição: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Danielle Khoury Gregorio

“Este trabalho final de graduação ensaia um projeto habitacional para a cidade de Manaus. A cidade enfrenta hoje uma grande crise habitacional. Com a falta de políticas públicas e planejamento urbano eficiente, parte da população com menos recursos passou a viver em palafitas nas margens de rios e igarapés, de forma desumana e precária. Alguns projetos foram desenvolvidos para tentar solucionar a questão. Porém, em geral, o que se verifica nos conjuntos habitacionais feitos ao longo do século XX, é a falta de preocupação com o modo de vida ribeirinho e as tradições locais.

O projeto surge em resposta a essa situação, com a intenção de desenhar um conjunto habitacional que leve em consideração a cultura e a paisagem local, trazendo uma reflexão sobre a produção da habitação social. Ele se localiza na área de várzea do Igarapé do Quarenta. A região é atualmente ocupada por palafitas de forma irregular. A intenção do projeto é remover moradores das áreas de risco, que residem em habitações sujeitas a inundação ou desmoronamento. No entanto, este projeto pretende considerar as particularidades, espacialidades e estéticas das habitações locais, através de uma releitura da habitação tradicional ribeirinha."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Danielle Khoury Gregorio

Superfícies de Contato, Processos de Transmutação de Terrenos Residuais do BRT Transcarioca

Autora: Isadora de Moura Tebaldi
Orientadores: Andrés Passaro e Gonçalo Henriques
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Imagem Cortesia de Isadora de Moura Tebaldi

“Nas últimas décadas, o Brasil contou com um desenvolvimento irrefreável em seus municípios — muitas das vezes condicionado pelo ineficaz gerenciamento público e movido à interesse do capital — e, no centro disso, terrenos marginalizados pela sociedade, dia após dia, perdem seu último resquício de opacidade. Esses espaços, às vezes degradados, quase sempre esquecidos, são referenciados como vazios urbanos; áreas disfuncionais e carentes de propósito social. Sobretudo localizados entre pontos críticos de infraestruturas salientes, os vazios urbanos são contrapontos às novas tecnologias, como traduz o objeto deste estudo: um recorte de oito quilômetros do BRT Transcarioca.

Embora esta via de ônibus expresso colabore com a mobilidade do subúrbio carioca, ela também reorganiza a malha urbana da cidade, resultando novos desafios. Do recorte estudado, cinquenta são os vazios urbanos. Como a tecnologia, predecessora de incontáveis mudanças, pode produzir retrocesso? Este trabalho esperou resolver a premissa de que a tecnologia rediscute a paisagem urbana, incorporando-se também da própria tecnologia para engendrar uma metodologia de desenvolvimento arquitetônico, que consiste em quatro etapas: identificação e classificação das áreas de atuação; geração de um algoritmo auto-aprimorado — responsável por três operações geométricas no espaço; e seleção dos resultados otimizados por meio de três critérios físicos."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Isadora de Moura Tebaldi

Y-HAB - Habitação para nativos digitais

Autora: Marcella Spinelli 
Orientadora: Ana Luisa de Oliveira Rolim 
Instituição: Universidade Católica de Pernambuco - Recife/PE

Imagem Cortesia de Marcella Spinelli

“Propor sob forma de especulação arquitetônica, um edifício voltado à habitação para a geração dos nativos digitais, cuja configuração seja flexível, estimulando a socialização destes. Entender o porquê do público alvo definido é o ponto de partida para elaboração deste trabalho, que tem suporte em dados acerca da população da cidade do Recife, a qual, em sua grande maioria, é composta pela geração de nativos digitais. São considerados nativos digitais aqueles nascidos entre 1980-1995, onde, argumenta se há necessidade de pensar o problema das habitações a partir do entendimento de ineficiências nos espaços tradicionais e avanços da tecnologia a qual lidam constantemente.

Compreender as novas demandas e formas de reagir ao mundo é essencial para entender estas gerações. Neste contexto, arquitetos tem a grande responsabilidade de incorporar as novas atividades que estão em constante mutação, ao qual estes usuários demandam. Aborda-se a evolução da tecnologia nas novas gerações e seu poder modificador da realidade, tanto no ambiente vivido, como no ser humano, afetando as configurações do morar, que devem atender a esta decodificação da experiência do usuário e sua interação para melhor aproveitamento do espaço, visando o desenvolvimento de variadas atividades passiveis de constantes mutações."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Marcella Spinelli

Equipamentos Travessia - Infraestrutura como arquitetura no espaço perimetropolitano

Autora: Maria Rúbia Martelletti Grillo Pereira
Orientador: Cauê Costa Capillé
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Imagem Cortesia de Maria Rúbia Martelletti Grillo Pereira

“A periferia metropolitana comporta-se como um complexo sistema de segregação social e autoconstrução, originada por uma expansão descontínua da cidade (ligada aos grandes eixos viários). Suas lógicas de ocupação e mobilidade sugerem uma multiplicidade escalar que produz dinâmicas que fogem às leituras tradicionais do espaço urbano.

Este trabalho se fixa na Rodovia Presidente Dutra, no trecho compreendido na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e transita entre estudos bibliográficos, cartográficos, ensaios estratégico-projetuais e projeto de arquitetura.

Observando os atravessamentos de pedestre dessa Rodovia, se definem quatro trechos em que são ensaiadas estratégias projetuais através de colagens de projetos existentes que refletem como essas infraestruturas podem ir além em termos de forma, performance, programas. Projetando infraestrutura como agregadora da política urbana-social em múltiplas escalas.

A ‘piscina posto’ se localiza em São João de Meriti, cidade extremamente densa. A utilização do espaço aéreo da Rodovia para a implantação de equipamento público enquanto resolve de forma pragmática a falta de terrenos disponíveis, ironiza com a ideia de um espaço não regulamentado. A passarela, na medida em que é encapsulada por um equipamento público com múltiplos programas, horários de funcionamento, acessos compartilhados ou privativos, expande as possibilidades de fluxos de pessoas e dinâmicas sociais."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Maria Rúbia Martelletti Grillo Pereira

Crematório Regional do Oeste Catarinense: Abrigo para as atividades de luto e percepção do fim

Autora: Bruna Gral Ibrahim
Orientador: Luis Carlos Macchi

Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre/RS

Imagem Cortesia de Bruna Gral Ibrahim

“É papel da arquitetura apresentar ambientes propícios para todas as atividades humanas, inclusive, o luto. Para esta, em específico, espera-se locais que estimulem a reflexão, acalmem os sentidos e guardem as memórias daqueles que partiram.
A proposta de um crematório para a região Oeste de Santa Catarina foi motivada pela insustentabilidade dos cemitérios no contexto em que vivemos, seja por questões ecológicas, econômicas ou territoriais. Pelo rompimento do estigma das funções urbanas relacionadas à morte, desafiando o plano diretor local. E, por fim, pelo exercício de reconciliação entre a sociedade e sua própria finitude.

Nas ocasiões de perda, o sentimento de luto sobrepõe-se às memórias daqueles que atendem a uma cerimônia fúnebre. Como diretriz para o lançamento do partido, buscou-se a separação, pelo menos física, dos locais de luto e de memória. Sendo assim, crematório torna-se um abrigo para os momentos imediatos à perda e uma referência como espaço de contemplação e memória.

Para as famílias que desejarem manter as cinzas no complexo, o crematório disporia de três destinos para as cinzas: um columbário, um jardim de aspersão e um bosque para plantio de eco-urnas."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Bruna Gral Ibrahim

Mapear para Habitar: Um ensaio sobre a Rua XV de Novembro

Autora: Daniela Moro
Orientadores: Marina Oba (orientação) / Emerson Vidigal (coorientação)
Instituição: Universidade Federal do Paraná - Curitiba/PR

Imagem Cortesia de Daniela Moro

“O ensaio traz o foco para o mapeamento como ferramenta crítica de representação do espaço, tomando como objeto de estudo a Rua XV de Novembro, em Curitiba-PR. Parte-se da problemática do excesso de divulgação de uma imagem da cidade - no caso de Curitiba, a ideia de Cidade Modelo - e suas consequências para a habitabilidade do espaço urbano. Ao lidar com um território cuja dimensão espacial encontra-se camuflada sob sua imagem superficial, o processo de representá-lo sucessivamente busca não somente desconstruir esta imagem, como também lançar um olhar propositivo sobre a Rua XV.

Ao deslocar o foco para a apropriação do espaço, sem interferências de sua imagem já construída, emergem novas ferramentas e estratégias para representá-lo. O ensaio constrói em um primeiro momento um inventário, através da catalogação sucessiva de camadas, elementos e partes do mesmo objeto. Em seguida desenvolve-se uma notação urbana para representar os fixos, os fluxos e a apropriação deste espaço. Com a construção de narrativas subvertidas a partir da recombinação destes elementos, são identificados cenários possíveis para, por fim, levá-los a seu limite através de catástrofes. Resultam deste ensaio outros imaginários edificados, mas também novas maneiras de pensar, ver e representar o mesmo espaço."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Daniela Moro

DO do SER ser MULHER cidade

Autora: Gabriela Inomata
Orientadores: Ricardo Ramos e Gilberto Belleza
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Gabriela Inomata

“Dado a relação de vulnerabilidade e marginalidade da mulher dentro dos espaços da cidade - tanto público quanto privado - foi criado um projeto urbanístico utópico baseado na metrópole de São Paulo. Três camadas se sobrepõem: o mapa de violência contra as mulheres por regiões, o grid de linhas horizontais e verticais que, em seus cruzamentos, formam pontos. É justamente nestes pontos que acontece a implantação de um farol-monumento, como uma simbologia à algo que possa proteger e vigiar as mulheres contra às agressões.

O farol escolhido para desenvolvimento dá-se na região central, devido ao alto índice de violência à mulher e para funcionar como um nodo focal, um impulso dinamizador que possa repercutir para áreas mais periféricas: atuando como um pulsar, soando e ressoando a perspectiva de gênero, mostrando sua importância e necessidade.

O edifício propõe um local de memória às lutas das desigualdades de gênero e apoio à mulher, através de duas frentes: cultural-educacional e de apoio-assistência. Agregando maior vivência à caminhabilidade do entorno, gerando fluxos e transposições para que o espaço possa ser usufruído pelos pedestres, tanto para permanência quanto para passagem, dando uso e revitalizando um local agressivo à mulheres para um lugar de conscientização, resistência e luta. "

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Gabriela Inomata

Travessias - corpo expandido da cidade

Autor: Fernando Longhi
Orientadora: Raquel Naves Blumenschein
Instituição: Universidade de Brasília - Brasília/DF

Imagem Cortesia de Fernando Longhi

“A história de Travessias materializa-se no Bairro da Liberdade, em São Paulo, área de efervescências culturais e intensa dinâmica urbana. Travessias é um corpo crítico que questiona não apenas as práticas urbanas e arquitetônicas atuais, mas também de que maneira a tecnologia e a velocidade da comunicação impactam o nosso relacionamento com o espaço construído.

Seja em Lagos, Tóquio ou Berlim, Travessias guarda a mesma materialidade geradora – grandes prismas suspensos que ocupam a cidade, entendida como uma topografia de aço e concreto. O projeto desenvolve-se como um tentáculo, um amplexo intimista com a cidade em resposta à dinâmica urbana e à maneira com que arquiteturas tocam o espaço público.

Seu padrão sóbrio, ortogonal e modulável aumenta o impacto numa paisagem propositalmente surpreendente e delirante – pontos nodais nascem de áreas subutilizadas e degradadas, expandindo eixos que balizam locais potenciais e atalhos que encurtam distâncias. O vocabulário de vigas, lajes e pilares recombinantes modelam uma megaestrutura que tem sua pluralidade resguardada pela maneira com que seus usuários se apropriam do espaço. Novas formas surgem e desaparecem, cambiam ao longo do tempo e não se cristalizam na imobilidade estéril que leva à obsolescência de lugares."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Fernando Longhi

Centralidades Lineares em Porto Alegre: Uma Proposta para a Azenha

Autora: Camille Coussirat Piazza
Orientadoras: Prof. Eugenia Kuhn e Prof. Geisa Rorato
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegra/RS

Imagem Cortesia de Camille Coussirat Piazza

“Eixos estruturantes das cidades exercem uma importante função de costura urbana municipal e atraem um grande fluxo de transeuntes, tornando-se locais com forte presença comercial. As ruas com tais características são centralidades lineares: eixos que exercem função de centro na sua extensão linear. Para repensar esses espaços urbanos a partir desse tema em Porto Alegre, o trabalho foi desenvolvido em duas etapas: na escala municipal e em uma escala específica, com projeto para um estudo de caso.

Na escala municipal as ruas foram identificadas a partir das variáveis de importância viária, recorte de renda e concentração comercial. A partir dessa identificação, as ruas selecionadas foram classificadas levando em consideração algumas variáveis, o que resultou em um diagnóstico geral e diretrizes. A partir dessa escala, um eixo foi utilizado como estudo de caso, a Avenida Azenha, rua com alta densidade comercial, importante para a fruição viária e com o maior número de linhas de transporte público do estudo. Ao abrigar as diversas funções, o espaço viário é incompatível, resultando em falta de espaço e qualidade urbana para pedestres e ciclistas. O estudo contou com etapas de análise, diagnóstico, diretrizes e projeto de redesenho viário e de espaços públicos."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Camille Coussirat Piazza

Oguatá Porã - Centro de Aprendizado Indígena

Autor: André Barros
Orientador: Rudivan Cattani
Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina - Florianópolis/SC

Imagem Cortesia de André Barros

“O Centro de Aprendizado Indígena Oguatá Porã propõe, ao tomar como base as especificidades da Aldeia Itaty, comunidade guarani da Terra Indígena Morro dos Cavalos, um papel possível da arquitetura na busca por um modelo de sustentabilidade indígena apoiado na capacitação e aprendizado comunitário.

Impossibilitados de desempenhar suas atividades tradicionais de subsistência devido à limitação e descaracterização do território, a comunidade se vê obrigada a aceder ao sistema econômico através da venda do artesanato para comprar alimentos, roupas e materiais de construção em um processo de crescente erosão de sua tradicionalidade.

Neste contexto, a incorporação de tecnologias do não-índio se mostra imprescindível à recuperação de sua plena autonomia, possibilitando novos meios de subsistência mais alinhados ao modo de ser guarani, que incorpora e ressignifica essas novas ferramentas perante sua cosmovisão.

O espaço se materializa através da reinterpretação do vernáculo guarani, fundindo-o à eficiência dos conhecimentos de construção em solo compactado do não-índio. Ao escavar e moldar cuidadosamente a terra – motor da luta indígena contemporânea - o edifício toma, para além do caráter simbólico, qualidades contemplativas evocativas da arquitetura guarani que buscam aproximar o homem àquilo que não compreendemos em sua totalidade para, de alguma forma, fazer nossas diferenças parecem menores."

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Imagem Cortesia de André Barros

Sistema de lazer e áreas livres no centro de Campinas

Autora: Juliana Leanza
Orientador: Rafael Augusto Urano de Carvalho Frajndlich
Instituição: Universidade Estadual de Campinas - Campinas/SP

Imagem Cortesia de Juliana Leanza

“O presente trabalho é resultado das reflexões sobre a cidade contemporânea e seus espaços públicos, mais precisamente sobre como nos apropriamos do espaço urbano no cotidiano e o que ele tem a nos oferecer para criar conexões com os seus usuários. Tais reflexões ganham força com o período político em que nos encontramos, onde valorizar os espaços e equipamentos públicos de qualidade é uma forma de resistência, uma vez que o seu esvaziamento e consequente deterioração está ligada ao recuo da cidadania e convivência social. Considerou-se de extrema importância para a criação dos vínculos entre usuários e espaço físico: o lazer, as manifestações culturais e o caminhar.

O local escolhido foi o centro de Campinas, pelo contraste entre vitalidade e degradação. É repleto de memórias, edifícios e largos que marcam o processo de formação da cidade, ao mesmo tempo em que possui inúmeros vazios, patrimônios deteriorados e conflitos de fluxos.

A proposta é um percurso pela Rua Regente Feijó com intervenções em vazios e edifícios subutilizados. Busca-se olhar para o lazer como parte do cotidiano, com um programa atrativo e acessível. Os espaços livres estruturam o percurso e trazem a unidade ao conjunto. Por fim, foi escolhida uma das intervenções para maior detalhamento."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Juliana Leanza

Guarulhos, Urbano - Especulações sobre o real

Autor: Gustavo Borges Ramos
Orientador: Leandro Medrano
Instituição: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Gustavo Borges Ramos

“Este estudo, como parte de uma inquietação pessoal, pretende levantar as bases necessárias para um projeto de arquitetura em Guarulhos. A vontade projetual precede o ato, a definição teórica do objeto é fundamental.

A história de Guarulhos é um enredo complexo permeado por conflitos e oportunidades definidos, sobretudo, pela sua localização geográfica estratégica ante a metrópole paulista. Proximidade e dependência, cujo centro gravitacional é a cidade de São Paulo, condicionaram a evolução econômica e urbana local. Compreender a dimensão urbana de Guarulhos é, acima de tudo, um exercício interescalar, que transita ora pelas especificidades intramunicipais, ora pelos padrões singulares da formação econômica e urbana brasileira.

A investigação é essencialmente gráfica e se desdobra em três partes - ou escalas - complementares e redundantes: o edifício fala da metrópole, o bairro fala do edifício, a metrópole fala do bairro.

Mais que um projeto consolidado ou a delimitação de uma forma construída, este exercício evidência e especula uma ideia de cidade."

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Imagem Cortesia de Gustavo Borges Ramos

ARCA

Autor: Pedro Ribs
Orientadoras: Carolina Pescatori e Rachel Blumenschein
Instituição: Universidade de Brasília - Brasília/DF

Imagem Cortesia de Pedro Ribs

“O que acontece quando os oceanos inundam as maiores cidades do planeta?

É com essa pergunta simples, mas complexa, que o projeto ARCA nasce. A intenção é debater através das lentes da arquitetura e do urbanismo a maneira como lidaremos com as mudanças climáticas, já em andamento, em nosso planeta.
Usando métodos do Design Especulativo, o projeto é definido em um cenário em que as maiores cidades do planeta estão submersas e na busca por uma solução para esse problema, nasce uma Aliança Global para criar cidades oceânicas flutuantes: a Aquatic Receptacle Alliance, ARCA.

Esse universo se forma através de especulações sobre as transformações do espaço urbano, novas formas de vida e interrelações pessoais entre arconautas (cidadãos dessas cidades).

O projeto é materializado em três publicações, um Guia, que ajudaria os recém-chegados às cidades; um Diário, com narrativas mais pessoais; e um Ensaio Teórico sobre megaestruturas dos anos 1960. Além disso, o projeto materializa objetos desse universo, como: bandeira, passaporte, dinheiro e constituição.

ARCA é expressão caricaturada de indignação num mundo cada vez mais violado pela loucura humana: destruição da natureza, ódio, discriminação de todos os tipos, concentração de renda, sofrimentos das guerras internacionais, campos de refugiados e fome crônica."

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Imagem Cortesia de Pedro Ribs

Pátio Urbano

Autora: Lis Fernanda Thuller 
Orientador: Guilherme Lassance
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Imagem Cortesia de Lis Fernanda Thuller

“Através da promessa de acessibilidade da população periférica à centralidade do Rio de Janeiro, reforça-se uma condição de dependência, investindo em grandes obras de infraestrutura e mobilidade. Estas não atendem às demandas internas dos municípios, mas garantem o deslocamento diário do trabalhador até seu emprego.

Na contramão desse sistema, é lançado um olhar para São João de Meriti, analisando sua malha densa e fragmentada pelos grandes eixos de transporte. Próximo à um importante resíduo central desse tecido, um novo tipo de infraestrutura é pensada para subverter a lógica de transitoriedade das estações de trem, transformando-a em um espaço de permanência e apropriação.

Uma nova estrutura de preenchimento ocupa as ruas, tangenciando o vazio residual, transformando-o em um grande pátio, que se conecta com a nova estação. Lâminas com estrutura aberta, moduladas a partir do loteamento existente, permitem uma faixa de apropriação vertical por cada lote. “O pátio poderia se tornar um claustro, abrigando uma ampliação das propriedades existentes na forma de uma varanda compartilhada emoldurando o espaço coletivo”¹. O vazio unifica o edificado e é alimentado por ele. Assim, a estação e o pátio se transformam em um espaço de lazer, cultura e apropriação, fomentando uma nova centralidade."

¹ From Dom-ino to Polykatoikia - Pier Vittorio Aureli,Maria S. Giudici,Platon Issaias

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Lis Fernanda Thuller

A natureza da margem

Autora: Maria Gabriella Stabile Gomes
Orientador: Bráulio Romeiro
Instituição: Universidade Federal de Goiás - Goiânia/GO

Imagem Cortesia de Maria Gabriella Stabile Gomes

“Às margens do curso canalizado do Córrego Botafogo, em Goiânia, encontra-se o CEPAL (Centro Popular de Abastecimento e Lazer). O CEPAL foi idealizado como um equipamento público que visava abrigar a feira livre e oferecer novas opções de lazer para a população. No entanto, devido à falta de infraestrutura e ao caráter temporário das atividades que nele se desenvolvem, se tornou um espaço urbano ermo, sem novo usos e usuários.

Além disso, o estudo da área direcionou questionamentos mais abrangentes sobre a atual condição de extrema fragilidade ambiental desse contexto urbano. Desta forma, surge a necessidade de repensar novas diretrizes de uso e ocupação para as margens, a fim de requalificá-las.

O projeto se estabelece, portanto, como uma proposta de requalificação de um trecho do Córrego Botafogo, partindo das possibilidades que o espaço oferece e com a intenção de mostrar um cenário onde se é possível chegar, por meio do planejamento urbano e da democratização do espaço público.

Só então, é que se define a proposta do novo edifício: um edifício público de integração social, que reinterpreta o espaço da rua por meio da sua atuação como um articulador de fluxos e espaços."

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Imagem Cortesia de Maria Gabriella Stabile Gomes

Hiperterritório

Autor: Fábio Alberto Alzate Martinez
Orientador: José Borelli Neto
Instituição: Fundação Armando Alvares Penteado - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Fábio Alberto Alzate Martinez

“O Hiperterritório da RMRP parte de uma abordagem multi-escalar que abrange as dimensões do território, do desenho urbano e do projeto arquitetônico, para consolidar um cenário de conexões urbano-rurais entre os agricultores locais, as pequenas cidades da RMRP e o Ceasa Centro na cidade de Ribeirão Preto.

Um estudo inicial sobre os galpões do Ceasa Centro, tombados e bastante deteriorados, levou ao primeiro contato com as feiras dos hortifrutigranjeiros no local, recuando a escala do olhar para compreender o problema sistematicamente. Na escala do território, compreendem-se as dinâmicas da RMRP, e a composição das propriedades rurais condizentes com a agricultura familiar. Identifica-se a necessidade de um plano de mobilidade urbano-rural, e é proposta uma nova linha férrea, além da retomada do modal como um todo.

A chegada da nova conexão se dá no Ceasa Centro, estruturando o conjunto como um importante suporte ao agricultor, além de possuir diversos programas ligados à alimentação e inovação, unidos por uma megaestrutura tênsil e espaços públicos.

O Hiperterritório repercute em seu contexto, atende demandas, requalifica os galpões, oferece espaços públicos e atua em diversas escalas, em meio a uma constante dualidade entre o tecnológico e o vernacular; e entre a utopia e a necessidade."

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Imagem Cortesia de Fábio Alberto Alzate Martinez

Práticas para o desenvolvimento sustentável. Concessão e projeto de arquitetura sustentável.

Autora: Joana França
Orientador: João Paulo Cardielos
Instituição: Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra - Pombal/Portugal

Imagem Cortesia de Joana França

“O presente trabalho parte da reflexão perante a atual conjuntura global, como argumento para averiguar a importância da arquitetura enquanto potenciadora de realidades mais sustentáveis.

Em analogia com iniciativas globais levadas a cabo no domínio da preservação ambiental, procura-se fundamentar o papel do arquiteto como alicerce na mudança do paradigma vigente, apostando no desenho de edifícios-piloto, que representem modelos arquitetônicos em casos de elevada demanda ambiental.

Investiu-se no exercício de investigação pelo projeto como meio para experimentar o desenvolvimento de um equipamento público - complexo de piscinas municipais –, que compreenda princípios arquitetônicos e tecno construtivos favoráveis a um desenvolvimento mais sustentável. O objeto proposto integra o novo polo desportivo desenhado para a cidade de Aveiro, no âmbito da estratégia urbana elaborada.

O plano de trabalho traçado visa servir de exemplo a práticas disciplinares ambientalmente mais amigáveis. É expectável que, de igual forma, a aquisição de conhecimentos e metodologias laborais necessárias ao projeto de um equipamento desta índole, permitam dar um contributo para o desenvolvimento do estado da arte relativo à importância das temáticas da arquitetura sustentável e ecologicamente consciente."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Joana França

Obsolescência: centralizando a expansão

Autora: Fernanda A. Moreira
Orientador: Gilberto Belleza
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo/SP

Imagem Cortesia de Fernanda A. Moreira

“A organização do território urbano atual reflete o gradiente da estratificação em sua geografia. Quanto mais bem provida de infraestrutura e equipamentos uma região é, mais estimada e custosa é a posse de um imóvel em sua superfície. Como resultado, a desigualdade se manifesta territorializada na cidade e aqueles com menor poder aquisitivo são sujeitados a gastar horas em deslocamentos diários para suas jornadas de trabalho. As repercussões que se manifestam desse afastamento estão intrinsecamente relacionadas a intensificação do quadro de injustiças sociais e do conflito entre classes.
Como uma tentativa de assegurar o lugar do pobre no centro e combater seu exílio na periferia, o projeto se configura como uma proposta de retrofit à um edifício notificado no centro, mais especificamente na histórica rua São João. A partir da aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade, é possível atribuir uso a uma construção pré-existente em ociosidade. Em conjunto com outra nova edificação, elaborada a partir da demolição de dois imóveis baixos, foi implementado um atravessamento de quadra com térreo livre. As tipologias foram pensadas de modo a atender diferentes classes sociais, incluindo estudantes, a fim de quebrar estigmas de preconceito através da convivência."

Veja o trabalho completo aqui.

Imagem Cortesia de Fernanda A. Moreira

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*A seleção está ordenada de forma aleatória.

Já que você está aqui, aproveite para ver as listas dos anos passados: 2016, 2017 e 2018.

Sobre este autor
Cita: Equipe ArchDaily Brasil. "Os melhores trabalhos de conclusão de curso em 2019" 13 Dez 2019. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/929653/os-melhores-trabalhos-de-conclusao-de-curso-em-2019> ISSN 0719-8906

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