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Arquitetos: Alexandre Loureiro Architecture Studio
- Área: 300 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Inês Guedes
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Fabricantes: Rothoblaas, Adobe, AutoDesk, CS Telhas, Cinca, Diathonite, Duravit, Knauf, Maxxon, Miele, Ofa, Onduline, Raul Sousa, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício insere-se na envolvente urbana da Rua de Álvares Cabral destacando-se pela singularidade da sua implantação, tipologia e uso. Neste prédio típico do século XIX, de lote estreito e longo, foram construídos 2 edifícios, em que o primeiro se apresenta recuado em relação ao alinhamento da frente urbana (Edifício A) e o segundo (Edifício B) implanta-se no interior do logradouro encostado ao limite do lote.
O conjunto é singular pela existência de 2 inusitados volumes/naves tipo industrial construídas no mesmo lote e em que o espaço definido “entre” os dois volumes edificados é usado como recatado logradouro.
Ambos os edifícios serviam originalmente para albergar a casa/atelier e oficina de um escultor, respectivamente, Edifício A e B. Porém, pouco tempo serviram a sua função vindo a ser ocupados por uma pequena industria. Os mezzaninos existentes, provavelmente os elementos mais marcantes do conjunto, testemunham no espaço interior de ambos os edifícios as reminiscências destas mudanças de usos e vivências.
No edifício A localizam-se as funções principais da habitação, organizando-se verticalmente os espaços em função do seu grau de privacidade. Assim, no piso térreo localiza-se a entrada principal e a zona social da casa onde se instala com grande amplitude a cozinha, zona de refeições, zona de estar e instalações sanitárias de apoio.
No piso superior localiza-se a zona privada da casa com o quarto, instalação sanitária, lavandaria e arrumos. Nos mezzanines, espaços filtro que articulam e separam verticalmente a zona privada da zona social, localizam-se os espaços dedicados ao estudo e leitura/biblioteca.
Procurou-se valorizar a tipologia do edifício tirando partido a dimensão da grande nave industrial instalando-se a zona social e zona de estudo no mesmo espaço resultando num espaço continuo e de grande amplitude. Por contraste, a zona privada é bem mais segmentada e compartimentada em virtude das exigências programáticas.
O projecto/obra devolveu um edifício singular à cidade numa zona central da mesma mas lançou um desafio para reconversão de tipologias associadas à industria para usos e programas domésticos que, demonstradamente, satisfazem as necessidades e conforto da vida contemporânea mesmo em zonas da cidade menos centrais.