O pavilhão Gife foi idealizado como suporte expográfico para a Mostra Gife, em cartaz no CCSP em setembro deste ano. A solução deveria considerar, além da montagem no Centro Cultural, a possibilidade de itinerância em diferentes configurações que se adequassem aos novos lugares, ainda incertos à época do projeto. Ao mesmo tempo, deveria estar muito bem inserida no contexto do CCSP.
Para solucionar as demandas de flexibilidade do pavilhão, a equipe da Goma Oficina adotou um sistema modular de alumínio extrudado e ranhurado, com conectores móveis, para a construção de uma grelha ortogonal e genérica que permite a disposição do conteúdo em variadas configurações.
A intenção era criar um espaço de convergência e uma experiência de introspecção que abrigasse o conteúdo da mostra. Uma envoltória elíptica em tela agrícola aluminizada foi o elemento escolhido para a definição do limite e organicidade ao pavilhão. A independência entre a estrutura e vedação evidencia as possibilidades de variações geométricas para a envoltória, dependendo das especificidades de cada nova configuração e local. A tela agrícola atende às exigências de dimensões e peso - já que pode ser enrolada em bobinas de diâmetro relativamente reduzido - e também de equilíbrio entre a opacidade e a translucidez desejadas.
O sistema construtivo adotado para a estrutura é particularmente empregado em linhas de montagem, na fabricação de esteiras, racks, e outros dispositivos automatizados e mecânicos. O deslocamento de função desse sistema, adaptando-o à arquitetura, foi o maior desafio do projeto. Com este sistema, a equipe buscou racionalizar a montagem e desmontagem, permitindo a reutilização dos componentes nas futuras variações espaciais, sem a implicação de esforços destrutivos ou geração de resíduos.
Para isso, durante o mês que antecedeu a montagem, foram realizados testes com prototipagem e pré-fabricação. Durante esse processo, foi possível experimentar e corrigir o projeto em tempo real, realizar análises de comportamento estrutural e mensurar os esforços e recursos humanos necessários para a montagem e desmontagem do pavilhão.
Essa etapa do trabalho, denominada Fábrica, foi realizada na galeria Mário Schenberg, cedida pela FUNARTE. A Fábrica foi a principal ferramenta de inteligência para o desenvolvimento e aplicação da tecnologia empregada. A montagem da estrutura, que ocupa uma área de 180m2, foi realizada em aproximadamente seis horas e contou com uma equipe de 10 pessoas. A desmontagem completa exigiu menos de quatro horas.
Equipe Goma Oficina
Arquitetura e montagem
Vitor Pena
Victoria Braga
André Vitiello
Inaê Monteiro Negrão
Clara Varandas Abussamra
Luisa Capalbo Menezes
Victor Salviano Isawa
Luiz Gomes da Silva
Design gráfico
Maria Cau Levy
André Stefanini
Coordenação de produção
Paula Marujo
Vídeo
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