Projetado pela Herzog & de Meuron, o Complexo do Museu do Grande Canal, em Hangzhou, China, propõe uma reflexão sobre a importância desta paisagem natural para a cultura chinesa como um todo. A proposta desenvolvida pela dupla de arquitetos suíços narra a história do Grande Canal da China, propondo um diálogo entre arquitetura e natureza através da paisagem fluvial da região de Hangzhou.
Implantado na principal via de acesso que conecta o Grande Canal e o Rio Hanggang à área de expansão urbana ao norte de Hangzhou, o Complexo do Museu do Grande Canal ocupa uma posição privilegiada no contexto urbano da região. Situado em uma estreita península, cercado por água em três lados de seus lados, o novo edifício projetado pela Herzog & de Meuron é uma estrutura arrojada e linear de frente para o rio, um projeto de arquitetura contemporânea “capaz de construir um diálogo visual e material entre arquitetura e paisagem”, além de re-definir um novo espaço de domínio público às margens do Grande Canal.
O museu encontra-se centralizado no terreno. Ao elevá-lo doze metros acima do nível do solo, minimizando os os pontos de apoio que tocam o chão, os espaços programáticos do museu parecem flutuar acima da paisagem fluvial do Grande Canal, liberado o terreno às margens do Canal para criar um amplo e generoso espaço público coberto e sombreado onde a população de Hangzhou e seus muitos visitantes podem usufruir das mais belas vistas para a paisagem natural do rio Hanggang. O programa público do museu, como o centro de eventos e o refeitório, estão estrategicamente implantados abaixo do volume principal do edifício, delimitados por uma fachada de vidro translúcido de 360º, um espaço convidativo e aberto à toda comunidade de Hangzhou e seus visitantes. -- Herzog & de Meuron
Abrigando mais de cinquenta mil metros quadrados de espaços dedicados à exposições temporárias e permanentes, a estrutura principal do museu se organiza em dois pavimentos suspensos doze metros acima do nível do terreno. Um núcleo vertical opera como o principal elemento de conexão entre os espaços programáticos do museu, incluindo um centro de conferências nos pavimentos inferiores, o hall de acesso no primeiro pavimento e uma série de restaurantes e um hotel na cobertura do edifício. Devido à sua estrutura modular, o layout do edifício é altamente flexível, um museu concebido para atender a uma grande variedade de programas curatoriais.
O Complexo do Museu do Grande Canal é mais do que apenas um único edifício, ele é composto por “um conjunto de hotéis e centros de conferências que, sobrepostos, constroem uma nova topografia construída a beira do canal”, incorporando a imagem ideal da paisagem cultural chinesa, “de frente para o mar e de costas para a montanha”, o projeto do novo museu do Grande Canal é uma resposta direta à paisagem natural da orla de Hangzhou. A fachada frete ao rio, composta por grandes elementos de vidro côncavo, assemelha-se às “ondas que correm na superfície da água, refletindo a beleza natural do Grande Canal”, enquanto a fachada posterior, de frente para a “Montanha” é mais opaca e introspectiva. Finalmente, o projeto de paisagismo foi concebido como uma representação conceitual que incorpora elementos das diversas regiões paisagísticas do país.
Além disso, uma nova paisagem foi criada na cobertura do edifício, multiplicando a áreas verdes do terreno e proporcionando uma melhor resposta as condições de conforto e sustentabilidade, incorporando ainda um sistema de captação e armazenamento de água da chuva. Acima do museu, como se estivéssemos no pé de uma montanha, é possível observar belas vistas para o Grande Canal e a paisagem natural de Hangzhou assim como para toda a área de expansão urbana ao norte da cidade. -- Herzog & de Meuron