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Arquitetos: Studio Okami Architects
- Área: 273 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Filip Dujardin
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Fabricantes: Niko, Reynaers Aluminium, Vola, Wienerberger, Zangra
Descrição enviada pela equipe de projeto. Duas palavras simples – impressas no papel – definem o projeto: “casa invisível”. Uma figura humana, algumas árvores e nada mais. Apesar de toda esta simplicidade, foram necessários mais de dois anos para convencer as autoridades a conceder a permissão para a construção desta casa em Mont-de-l'Enclus, na Bélgica. Nosso cliente, no momento da aquisição deste terreno inclinado no meio do nada, nos questionou se era possível construir algo ali. Se seríamos capazes de propor algo diferente daquilo que o terreno sugeriria. “Para ser claro,” ele disse, queremos que “esta casa seja feita para nós, e não para as revistas de arquitetura.”
Embora o código de obras fosse bastante restritivo em relação aos componentes do projeto – telhado inclinado, tamanhos de janelas predefinidos, materiais locais –, nosso cliente esperava um projeto nada previsível. Para eles, era inconcebível ter que utilizar janelas de pequeno formato limitando as impressionantes vistas que eles poderiam usufruir desde a encosta. Além disso, era importante que a casa estivesse integrada à paisagem, um lugar desde onde fosse possível observar as mudanças das estações com tranquilidade. Quanto a materialidade, o concreto aparente seria a primeira opção. Este seria o lugar onde eles gostariam de passar as manhãs juntos apreciando o nascer do sol sobre o vale, mas também uma casa confortável e que pudesse acolher os quatro filhos adultos quando eles viessem visitar os pais. O programa de necessidades era claro, eles sabiam bem o que queriam pois haviam passado inúmeras noites filosofando sobre o projeto da nova casa. Nós, por outro lado, temos o hábito de provocar os nossos clientes com um ante-projeto inesperado. A intenção é criar uma discussão mais profunda à respeito do programa. Cada vez que apresentamos uma nova abordagem de projeto com base nas necessidades específicas de nossos clientes, passamos a compreender melhor suas verdadeiras necessidades.
Ao enterrar a casa na encosta, procuramos convencer as autoridades locais a abrirem mão de algumas restrições específicas, permitindo que nossos clientes pudessem assistir o sol nascer todas as manhãs. Encaixamos a casa na encosta através de um corte suave do terreno, dissimulando com maestria um volume de mais de 270 metros quadrados. No fundo do lote, um pátio foi recortado para oferecer iluminação e ventilação natural aos quartos, além de vistas espetaculares para a área verde ao pé da montanha. As áreas de uso comum, voltadas para o vale, desfrutam de vistas ininterruptas para o vale graças a série de aberturas de piso ao teto que também transgridem às regras básicas impostas pelo município. Este espaço flexível é apenas pontuado por uma lareira e pela ilha da cozinha, que parece mais um móvel que um cômodo. Circulações livres, tanto por dentro quanto por fora da casa, permitem que os moradores experimentem os espaços da casa e seus arredores em todo seu esplendor. Os materiais foram escolhidos à dedo para criar fortalecer a composição formal do edifício. A paleta de cores em tom sobre tom contrasta fortemente com as constantes mudanças desta exuberante paisagem do sudoeste belga.
