Em parceria com a Airbus, a Bauhaus Luftfahrt, a ETH Zurich e a Systra, o MVRDV está desenvolvendo um projeto piloto para a Urban Air Mobility (UAM), uma iniciativa voltada a criação de um sistema de transporte aéreo seguro e eficiente que pretende transformar para sempre o mercado de transporte de bens e pessoas em nosso planeta. Como a culminação de uma extensa pesquisa, a Urban Air Mobility é uma iniciativa que pretende dar forma a um novo conceito de mobilidade urbana.
Pensando nisso, o projeto procura encontrar respostas à uma série de importantes questões: “Como estas novas infra-estruturas irão afetar o nosso ambiente construído? E como podemos nos apropriar deste sistema para melhorar a mobilidade urbana em nossas cidades?” Os arquitetos do MVRDV em parceria com a equipe da Airbus acreditam que este inovador sistema de mobilidade urbana deveria ser, acima de tudo, acessível à todos. O projeto, encabeçado pelo escritório holandês de arquitetura, procura compreender de que forma a arquitetura poderia colaborar com a minimização dos impactos que a implantação deste novo sistema de mobilidade urbana poderia causar em nossas cidades. Além disso, a proposta apresenta uma variedade de diferentes cenários, de curto, medio e longo prazo, com a principal finalidade de garantir uma melhor integração das infra-estruturas de mobilidade aérea em nossos espaços urbanos.
Conscientes da dimensão deste desafio, a implementação do UAM em etapas sucessivas poderia se dar de forma a causar o menor impacto negativo possível em nossas cidades. Segundo os arquitetos do projeto, “a principal solução encontra-se na construção dos chamados vertiports, plataformas intermodais que integrariam o novo sistema à rede existente de mobilidade urbana.” Assim como os vertiports estariam integrados aos sistemas mais tradicionais de transporte, tornando-os ainda mais eficientes, o UAM prescinde de quaisquer infra-estruturas intermediarias entre um terminal e outro. Esta flexibilidade permitiria “aos arquitetos adaptar os vertiports a uma infinidade de diferentes locais”, favorecendo as conexões com os sistemas de mobilidade existentes, e principalmente, alcançando áreas remotas e de difícil acesso, sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura.
Concebidos para operar como catalisadores da eficiencia dos sistemas de mobilidade urbana, os vertiport também funcionariam como pequenas usinas de energia renovável. Como intervenções pontuais, os vertiports se pretendem como soluções “sustentáveis e resilientes”, conectadas e integradas às redes existentes. Além disso, eles poderiam operar como centros geradores de novas oportunidades, disponibilizando instalações educacionais e de saúde, ou incubadoras para pequenas empresas e iniciativas locais.
“À medida que as nossas cidades se tornam cada dia mais densas e novas soluções tecnológicas vão surgindo em respostas aos desafios que se apresentam, fica cada vez mais claro que o futuro da mobilidade urbana encontra-se no plano tridimensional e não apenas bidimensional ... um sistema capaz de conectar as pessoas pelo ar” diz Winy Maas, sócio fundador do MVRDV. “Mas para chegarmos até lá, temos um longo caminho pela frente. É uma sorte nossa que a Airbus esteja investindo em tecnologias que possam oferecer soluções para o futuro de nossas cidades, e fazendo isso de forma responsável e sustentável.” - diz Winy Maas, sócio fundador do MVRDV.
Por outro lado, o sistema proposto pela Airbus não pretende substituir as infraestruturas existentes, mas introduzir uma alternativa que qualifique e amplie a a rede de mobilidade urbana de nossas cidades. Finalmente, a pesquisa desenvolvida pela equipe conclui que “uma vez que a UAM esteja bem estabelecida com uma extensa rede de vertiports, ela se transformará em um otimizador dos atuais sistema integrados de mobilidade.”
O MVRDV e a Airbus desenvolveram várias propostas ilustrativas concebidas para distintas cidades ao redor do mundo. A intenção da equipe é para mostrar para o mundo como os vertiports poderiam ser integrados em diferentes situações e contextos urbanos. Uma exposição imersiva intitulada The City and the Sky Above, criada por meio de uma colaboração entre o MVRDV, a Airbus e a Squint / Opera, encontra-se atualmente em exibição na Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen e Hong Kong.
- Título do projeto Name: UAM City Integration
- Ano: 2018-2020
- Cliente: Airbus Urban Mobility
- Programa: Pesquisa
- Arquitetura: MVRDV
- Arquiteto responsável: Winy Maas
- Diretor: Enno Zuidema
- Equipe de projeto: Jeroen Zuidgeest, Bertrand Schippan, Kris Schaasberg, Irene Luque Martín, Halina Zarate, Chun Hoi Hui, Laura Huerga, Rocio Calzado, Alexandra Farmazon, Sophia Armpara, Francesco Barone, Boris Maas, Vedran Skansi, Monika Novkovikj, Paul van Herk, Yayun Liu, Leo Stuckardt, Chiara Thomassi, Nika Jazaei, Isabella Suppa
- Imagens: Antonio Luca Coco, Luca Piattelli, Francesco Vitale, Pavlos Ventouris, Kirill Emelianov, Magda Bykowska, Jaroslaw Jeda, Angelo La Delfa
- Desenvolvimento estratégico: Jan Knikker, Bart Dankers, Daan van Gool, Greetje Wieringa
- Equipe UAM: Systra, Tractebel Engie, ETH Zurich, Bauhaus Luftfahrt, MIT, Upstone
- Produção de vídeo da Bienal: Squint Opera