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Arquitetos: Giovanna Taques, Guilherme Schmitt, João Vitor Sarturi, Victor Escorsin
- Área: 73 m²
- Ano: 2020
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Fabricantes: Rothoblaas, Bosch, EGGER
Descrição enviada pela equipe de projeto. Gingar, movimento básico da capoeira, intimamente ligado à ideia de movimentar-se de uma maneira harmoniosa, nunca sozinho, sempre em roda, onde existe uma constante troca entre os indivíduos. Dessa maneira, o projeto Ginga busca trazer significado ao conceito de Sobreposição, tema do festival de construção em madeira Hello Wood, edição de 2020 na Argentina. A abordagem ao tema partiu do entendimento que interagimos com duas esferas de camadas: as interpessoais e as virtuais. As camadas interpessoais são aquelas a partir das quais nos formamos como indivíduos: a cultura, as experiências, os sucessos e fracassos, as crenças e línguas.
Ao mesmo tempo, as camadas virtuais constituem e organizam o espaço vivido: paralelos e meridianos, fronteiras, limites, o desenho urbano e os eixos construtivos, alguns dos quais se fazem tangíveis através da materialização de um edifício, por exemplo. Ao mesmo tempo, as que permanecem intangíveis, continuam a influenciar diretamente o todo. Como criar um espaço onde se possa sentir a interação entre as sobreposições de camadas interpessoais e virtuais simultaneamente? Através de um plano que permite o movimento livre horizontal em todas as direções.
A camada interpessoal se faz presente no contato de pessoas sobre esse plano. Causando interações inesperadas em sua superfície, movimentos espontâneos e reações sensoriais entre os ocupantes, enriquecendo assim a experiência individual e coletiva. A camada virtual se materializa através de uma estrutura modular tridimensional que contém e sustém o plano. Para que o movimento livre ocorra, o piso está elevado do terreno, sem apoios fixos, através de tensores.
Como local de encontro, o plano se posiciona a uma altura própria para sentar e a inserção de uma luminária ao centro desperta a curiosidade e cria dinâmicas de uso em microespaços. Durante a noite ilumina e tinge o espaço de vermelho, gera sombras e diferentes percepções. O ensaio arquitetônico possui um caráter construtivo experimental. Um objeto que modifica o espaço de maneira efêmera. Tem a intenção de promover os mú ltiplos encontros e proporcionar uma experiência como espaço de ócio, reunião e permanência.