Quase dois anos depois do desastre do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho-MG, os moradores da cidade vão ganhar um monumento para homenagear as vítimas. O Memorial Brumadinho foi projetado pelo escritório GPA&A, fundado pelo arquiteto Gustavo Penna, e servirá para recordar todos os brasileiros de uma das maiores tragédias ambientais da história do país.
“Este espaço vai possibilitar uma experiência sensível, individual e compartilhada, dando voz e forma a aquilo que não esquecemos”, comentou Gustavo Penna, em referência às vítimas. O projeto do memorial foi pensado para gerar no visitante uma experiência de reflexão sobre a memória e a dor que o rompimento deixou na comunidade local, por meio de estruturas cheias de significado.
Num terreno de cinco hectares escolhido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) e adquirido pela empresa Vale, o Memorial Brumadinho terá cerca de 1.220 m² de área construída. Na entrada haverá um pavilhão com forma distorcida e fragmentada, que, segundo o arquiteto, simboliza os sonhos das vítimas. Em outro ambiente, escuro e iluminado apenas por frestas de luz no teto, será representada a invasão da lama. No arvoredo serão plantados mais 272 ipês-amarelos, em respeito e culto à memória de cada uma das vítimas.
O concurso público para seleção do projeto contou com a votação dos membros da Avabrum e o apoio técnico da arquiteta e urbanista e ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Jurema de Sousa Machado e do museólogo ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) Marcelo Mattos Araújo. O início das obras deve acontecer entre agosto e setembro deste ano, e o Memorial Brumadinho entregue à população em um ano e meio.
Via Gustavo Penna Arquiteto & Associados e CAU/BR