Os projetos de interiores estão no centro das atenções em 2020, visto que as pessoas estão passando mais tempo dentro de casa. Já os arquitetos e designers estão cada vez mais conscientes da sua responsabilidade em melhorar o bem estar dos seus clientes e, inclusive, contribuir coma a prevenção de doenças.
O tema do mês de março no ArchDaily foi dedicado aos interiores e os artigos relacionados a este tópico acumularam mais de 1 milhão de visualizações, superando em 240% o número de visualizações alcançadas em outros meses do mesmo semestre.
À medida que o design de interiores se torna cada vez mais um assunto de interesse entre arquitetos e designers, revisamos os projetos que foram publicados no ArchDaily durante o ano passado nas categorias arquitetura residencial, design de interiores e retrofits, buscando identificar algumas tendências. Encontramos algumas características que podem ajudar a prever como os projetos de interiores serão desenvolvidos na próxima década.
1. Design biofílico
A vegetação interna vem se tornando uma camada completamente nova em projetos de interiores e as plantas de grande porte são uma tendência crescente. No ano passado, porém, um novo conceito entrou em pauta: o design biofílico. De forma a manter um certo nível de conexão com a natureza, o design biofílico visa integrar elementos naturais na edificação e espaços internos como estratégia para melhorar nossa saúde, psique e ecossistema em geral. O uso de madeira de demolição, plantas suspensas, paredes verdes e grandes instalações com plantas são algumas das principais tendências que surgiram e que irão moldar os projetos de interiores na próxima década.
2. Móveis em fibra natural
O uso de fibras naturais como o rattan e o vime para mobiliário está se tornando muito popular em projetos de interiores. Este material tradicional vem sendo utilizado em cadeiras, tapetes e iluminação, mesclados e combinados com um desenho mais moderno.
3. Design com formas arredondadas e volumosas
Cadeiras, mesas de centro, sofás e até luminárias apresentam as suas volumosas curvas remetendo-nos à infância e rendendo aos espaços um aspecto lúdico. Essa nova tendência é marcada por móveis com cantos arredondados e formas tubulares, também conhecidos como design neotênico, a partir do termo “neotenia” – o exagero das características infantis.
4. Arcadas
Os arcos – formas típicas da arquitetura tradicional de diversas partes do mundo – passam por uma retomada. Alinhados às tendências de formas arredondadas e design biofílico, os arcos surgem como uma nova estratégia para trazer curvas e formas mais orgânicas aos interiores domésticos, não apenas através de arcadas estruturais, mas também de padrões decorativos pintados nas paredes.
5. Mini espaços de trabalho
Flexibilidade dos espaços internos é, agora, mais importante do que nunca, visto que o trabalho em casa se tornou muito mais comum. Neste contexto, as áreas de trabalho tornam-se menos formais e podem coexistir com outros espaços. Isso levou ao aparecimento de pequenos nichos de trabalho, que podem ser integrados a peças de mobiliário maiores, como armários ou estantes de livros.
6.Puxadores invisíveis para uma cozinha totalmente integrada
Recentemente, vimos como os projetos de cozinha substituíram as alças e puxadores de gavetas e armários (especialmente os grandes) por ferragens invisíveis. Os modelos variam de travas de pressão, um dispositivo mecânico ou magnético instalado dentro do armário, que permite abrir o móvel empurrando a porta, até as alças integradas, que permitem ao usuário puxar as gavetas, graças a bordas internas chanfradas. Além das soluções mais simples, como puxadores ocultos que são afixados na borda superior de cada porta, de modo que se possa ver apenas um singelo perfil. O objetivo é ter um espaço mínimo, uniforme e elegante.
7. Escadas integradas com o mobiliário
Explorando modos de utilizar o espaço sob as escadas, vários projetos de interiores criaram áreas de armazenamento ou mesmo integraram os degraus como parte da composição de um mobiliário maior, como uma bancada de trabalho ou estantes.
8. Banheiros coloridos
Em paralelo ao uso mais frequente de cores vibrantes nas paredes e nos móveis, os banheiros também passam a receber as cores. Estes espaços não precisam mais ser brancos! Por meio de cores como rosa claro, dourado, azul marinho e verde oliva, arquitetos e designers estão fazendo dos banheiros áreas atraentes dentro do espaço doméstico.
9. Áreas de estar abertas e fluidas
Os espaços residenciais estão se tornando mais abertos e fluidos, com a separação formal dos espaços cada vez menos frequente. Ideias como a incorporação de cortinas e painéis móveis em espaços abertos estão se tornando muito populares como solução para ocultar áreas específicas, de acordo com o uso do ambiente.
10. Granilite (não apenas para o piso)
Este piso tipicamente usado em casas venezianas há mais de 500 anos teve seu retorno na década de 1970. Em 2019, o material voltou novamente ao rol de revestimentos favoritos dos arquitetos e designers. O granilite que vemos hoje em dia é uma mistura de lascas maiores de mármore, quartzo, granito e vidro, com menor densidade e padrões gráficos mais atraentes.
Provavelmente, continuaremos a ver este material sendo usado ao longo da próxima década, não apenas em pisos, mas também aplicado em cozinhas e no mobiliário da sala. Este padrão gráfico aparecerá impresso em papéis de parede, tecidos e até mesmo tapetes.
11. Madeira e concreto em seu estado mais puro
Expor a madeira e o concreto como matéria-prima em paredes, tetos e pisos é uma estratégia que arquitetos utilizam há certo tempo para obter um ambiente elegante e quente dentro de orçamentos relativamente limitados. Além de suas qualidades sensoriais, estes materiais exigem pouca manutenção ao longo do tempo.