Edoardo Tresoldi acaba de inaugurar sua mais recente instalação de arte pública. Implantada na orla marítima de Reggio Calábria, no sul da Itália, a obra intitulada “Ópera” foi encomendada pelas autoridades municipais e regionais como uma intervenção artística permanente “criada para celebrar as relações entre a paisagem humana e cultural da região, ressignificando elementos da arquitetura clássica na materialidade ausente da já famosa obra do jovem artista italiano”.
Composta por uma colunata de quarenta e seis pilares de oito metros de altura, construídos em malha de arame, a obra encontra-se localizada em um espaço público de 2.500 metros quadrados frente à orla marítima de Reggio Calabria. Totalmente acessível e aberto ao público 24 horas por dia, a obra criada pelo artista Edoardo Tresoldi foi concebida para se tornar o novo símbolo da cidade calabresa. Este é o segundo trabalho desenvolvido por Tresoldi na Calábria e a segunda maior obra de arte pública permanente da Itália depois da Basílica de Siponto, realizada pelo mesmo artista na região vizinha de Apúlia. Opera “é um monumento à contemplação da paisagem, através do qual, o próprio lugar é ressignificado.”
Através de suas estruturas translúcidas definidas por uma complexa malha de arame armado, as colunas acabam por criar um espaço sensível, uma espécie de ágora mental que convida os visitantes a explorar o território e contemplar a paisagem. E mais do que isso, em suas obras, “Tresoldi joga com a própria linguagem da arquitetura clássica—assim como com a transparência de seus elementos—, desenvolvendo uma reflexão contínua sobre a poética dos espaços vazios.”
A instalação procura aproximar o visível do invisível, o indivíduo da comunidade, mergulhando-os nas diversas camadas que compõe a ancestralidade desta paisagem humana e cultural e dando voz às suas práticas quotidianas, nos limites entre o espaço físico e mental. Uma intervenção suspensa entre a arte, a arquitetura e a paisagem. -- Edoardo Tresoldi
Profundamente conectadas e harmoniosamente inseridas em seu entorno imediato, “as colunas transparentes compõe uma estrutura aberta que acomoda, acompanha e redefine a experiência do espaço, estabelecendo uma relação direta entre o plano físico e metafísico”. Resultado de um longo processo de projeto e pesquisa, a obra de Tresoldi gira em torno da composição e decomposição de elementos da arquitetura clássica. Desta forma, a instalação estimula uma espécie de sobreposição entre o concreto e o etéreo, entre a luz e a sombra, “evocando uma conexão orgânica e profunda entre a imaterialidade de suas estruturas e a concretude do lugar”.