Parte do acervo do arquiteto Hans Broos foi catalogada, tratada e digitalizada, e está disponível para consulta de forma online e presencial, no Centro de Memória Ingo Hering, da Fundação Hermann Hering.
Trata-se da parte do acervo que ficava na antiga casa do arquiteto em Blumenau, a Casa Rieschbieter.
Esse acontecimento é resultado de um processo que durou 9 anos, entre o falecimento do arquiteto, em 2011, em Blumenau, quando o acervo foi resgatado por pesquisadores, até finalmente ser incorporado, em 2020, ao Centro de Memória Ingo Hering.
Nesse meio tempo o acervo Broos ficou guardado de maneira emergencial no arquivo da LOTO arquitetos, em Florianópolis. Esse período, quando o acervo perde seu titular mas ainda não encontra destinação definitiva, é o momento de maior perigo para a preservação do arquivo. Num esforço de manter o acervo vivo e dar a ver seu valor, um grupo de pesquisadores independentes organizou-se para produzir, entre outras coisas, uma exposição, um livro e um documentário longa-metragem, com coprodução Brasil-Eslováquia, que será lançado em 2021, além de eventos tendo como tema a produção de Hans Broos e a preservação de acervos de arquitetura.
Todos esses esforços culminaram com a manifestação de interesse da Fundação Hermann Hering, em 2019, em receber esse acervo no Centro de Memória Ingo Hering, com o compromisso de catalogar, tratar, digitalizar, acondicionar e disponibilizá-lo publicamente, num projeto que foi viabilizado por meio do Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura/PatrimônioCultural (Edição 2019), da Fundação Catarinense de Cultura.
Dessa forma, além de ser acondicionado num espaço tecnicamente adequado, com controle de temperatura, umidade, iluminação, e junto a um laboratório de conservação, este acervo pôde voltar à sua cidade de origem.
Além disso, passa a estar localizado dentro do sítio histórico da Cia Hering Matriz, a obra máxima de Hans Broos, planta fabril centenária que foi objeto de trabalho do arquiteto durante mais de 20 anos, quando coordenou o plano piloto de expansão da indústria, com a inserção de novos edifícios junto aos edifícios históricos, preservando a paisagem da mata atlântica que os envolve, num projeto que contou com a colaboração do paisagista Roberto Burle-Marx e do geógrafo Aziz Ab’Saber.
Agora, esse conjunto de alto valor histórico, artístico e paisagístico passará a contar também com esse fundo arquivístico ligado a vida e obra de Hans Broos, que contém a documentação de projetos, fotografias, cadernos de croquis e de viagens, correspondências, livros e objetos pessoais. Entre outras raridades, faz parte do acervo a primeira edição da publicação “Construções antigas em Santa Catarina”, de 1957, datilografada, elaborada pelo arquiteto para revalidação do seu diploma estrangeiro. Esse arquivo irá se juntar, dentro do Centro de Memória Ingo Hering, ao acervo da família Hering e das empresas do grupo, que contém também a documentação técnica dos projetos fabris, e um conjunto de fotografias de Cristiano Mascaro.
Ao todo, já foram higienizados, digitalizados e catalogados 2.400 itens desse acervo, que estão disponíveis para acesso da comunidade em meio digital. O acesso ao acervo pode ser solicitado aqui, na aba “Centro de Memória”, e em seguida “Atendimento ao pesquisador”.
FICHA TÉCNICA
Projeto Memória edificada: catalogação e digitalização de acervos no Centro de Memória Ingo Hering.
Proponente: Fundação Hermann Hering - Amelia Malheiros – Gestão da Fundação Hermann Hering
Arquitetos: Bernardo Brasil Bielschowsky e João Serraglio
Coordenação técnica do projeto: Franciele Machado Scheurich
Analista de comunicação: Daniel Philipi Knop
Analista Financeiro: Josiane Graziela da Silva
Empresa Contratada: Samsara Patrimônio, Cultura e Inovação Ltda – Me
Profissionais especializadas da área de museologia: Iara Claudinéia Stiehler Coninck e Thayse Fagundes de Braga