A Factum Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao uso de tecnologia digital para a conservação do patrimônio cultural, em colaboração com a Fondazione Giorgio Cini, Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL) e a Iconem, escaneou a Ilha de San Giorgio Maggiore, em Veneza, em sua totalidade. Ao longo de 10 dias, a equipe digitalizou a ilha de 10 hectares usando fotogrametria e tecnologias LiDAR. Intitulado ARCHiVe, o projeto visa “auxiliar de forma eficiente e eficaz a preservação do frágil patrimônio cultural de Veneza”.
Após a inundação de 2019 que registrou o nível mais alto dos últimos tempos, uma equipe de especialistas, incluindo a Fundação Factum, a Fondazione Giorgio Cini, a EPFL e a Iconem, decidiu tomar medidas urgentes para preservar o delicado patrimônio cultural de Veneza. A cidade, que poderia se tornar inabitável até 2100, exigia medidas imediatas.
A primeira fase do projeto ARCHiVe envolveu o registro da Basílica de San Giorgio Maggiore, uma igreja do século XVI projetada por Andrea Palladio, usando digitalização LiDAR (com uma Leica RTC360) e fotogrametria terrestre (com uma câmera Sony A7Riv). O grupo digitalizou primeiramente o interior da igreja paladiana para, em seguida, se dedicar ao exterior e à cripta.
Capturando imagens de cada edifício, por dentro e por fora, a equipe registrou a ilha a partir de mais de 600 locais diferentes, gerando uma nuvem digital de 60 bilhões de pontos. Agora, “os dados adquiridos através de fotogrametria estão sendo mesclados com as nuvens de pontos com o objetivo de criar um modelo 3D de toda a ilha”.
Na esperança de criar modelos precisos da arquitetura, o ARCHiVe utiliza duas tecnologias: digitalização LiDAR, usando lasers para capturar “relações espaciais dentro de uma grande área”; e fotogrametria, gravando imagens e dados de alta resolução para gerar modelos 3D precisos.