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Arquitetos: Atelier-r
- Área: 3 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:BoysPlayNice
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Fabricantes: Remmers, UnionOcel, Viabizzuno, tubag
Descrição enviada pela equipe de projeto. Erguendo-se sobre o vale da Morávia, o Castelo de Helfštýn, fundado no século XIV, é o segundo maior complexo da República Tcheca, logo depois do Castelo de Praga. Em 2014, as ruínas do palácio renascentista tiveram que ser fechadas devido a grandes riscos de segurança, como queda da alvenaria e degradação dos restos mortais.
O principal requisito do proprietário do castelo; Olomouc Region, era a renovação do palácio juntamente com a construção de uma nova cobertura. O Instituto do Património Nacional insistiu na preservação do edifício em seu estado de ruína. A cobertura foi permitida apenas parcialmente e só poderia alcançar o nível das paredes periféricas.
O planejamento do projeto foi único. O modelo 3D, baseado em milhares de fotografias de um drone, permitiu mapear todos os tipos de modificações de gesso e alvenaria.
Queríamos ir além da tarefa de reconstrução técnica. Nós nos esforçamos para complementar o edifício histórico com uma arquitetura contemporânea, que se concentraria tanto em usos práticos quanto em configurar um apelo estético.
A fim de imergir os visitantes no desenvolvimento histórico do palácio renascentista original, inserimos novos percursos turísticos nas lacunas já existentes das ruínas, conectando o pavimento térreo aos níveis mais elevados, recentemente acessíveis do palácio. Elementos contemporâneos recém-adicionados são claramente observados na construção histórica. Trabalhamos com três materiais básicos, um para cada pavimento do castelo, a cobertura de vidro sobre vigas de aço, as escadas e passarelas de aço corten e os caminhos do térreo em concreto polido.
A cobertura com planos de vidro foi inserida entre as paredes das ruínas. O céu aberto foi a inspiração chave na escolha do material para o telhado. O uso do vidro fornece condições perfeitas de entrada de luz natural para o interior do palácio. O vidro lixado foi definido pela sua fácil manutenção, além da luz dispersa plana complementar as exposições no interior do palácio. A cobertura da capela foi uma exceção, seu telhado de vidro transparente simboliza literalmente o paraíso.
A cobertura foi instalada em apenas cinco câmaras. As passarelas em aço corten funcionam como uma cobertura para as escadas. Alguns dos espaços foram intencionalmente deixados abertos, para realçar o espírito das impressionantes ruínas e encorajar os visitantes a olhar para o céu.
O que antes era um telhado agora se tornou a nova rota turística. Por estar tão perto dos detalhes de construção do palácio original e tão elevadas em relação à altura das paredes, as passarelas permitem ao público admirar o significado histórico da vista, bem como as vistas panorâmicas da região circundante.
Foi fundamental escolher um material que fosse atemporal. O Corten é uma liga de ferro especial que sofre corrosão, amadurece e se mescla com a textura das antigas paredes históricas. Além disso, o Castelo de Helfštýn é conhecido pela sua tradição de artesanato em ferro, portanto, fez todo o sentido escolher este material para as revitalizações.
No pavimento térreo, projetamos um percurso de áreas de caminhada a partir de placas de concreto pré-moldadas lisas e precisas, dispostas em áreas individuais. O concreto pré-moldado foi definido por perfis de aço Corten rigorosamente retilíneos, configurando uma distância entre as paredes desiguais e irregulares. O espaço entre o perfil preciso e as paredes irregulares foi preenchido por cascalhos que realçam e conciliam a irregularidade com a linha de frente intransigente.
O conceito do projeto foi baseado no respeito ao edifício histórico e na busca por uma estratégia de preservar o caráter autêntico do castelo. O palácio ganhou um atrativo percurso turístico, que permite aos visitantes aprender sobre a história da construção e desfrutar das vistas pitorescas desde as passarelas nos pavimentos superiores do castelo, anteriormente coberturas. A arquitetura contemporânea não compete com o edifício histórico, e sim configura uma unidade coesa na qual todos os elementos, antigos e novos, caminham em harmonia.