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Arquitetos: 55Architekci
- Área: 62 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Kamil Bańkowski, Sylwester Adamczyk, Wojciech Świątek, Dariusz Ptak
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto "Bobrowisko" foi criado para tornar acessível um espaço único, a área de uma antiga pedreira, transformada por sucessão natural, que é o processo de mudança na estrutura das espécies de uma comunidade ecológica ao longo do tempo. O projeto propõe a introdução de uma passarela localizada acima das cabanas de castores, em conjunto com dois mirantes, como resposta à notável escassez de lugares públicos em áreas suburbanas, no limite da urbanização, imersas em paisagens atraentes que estão disponíveis para residentes e visitantes caminhantes, porém difíceis de acessar para pessoas com deficiência e famílias com crianças pequenas.
Localizado fora da trilha, na bifurcação de rios de montanha, e, na intenção de exercer um papel educativo, sensibilizando para a beleza da natureza e da conscientizando sobre seu poder, mesmo diante dos danos antrópicos, o projeto é intimista e não invasivo ao ser implantado em um local que foi preservado.
As soluções adotadas, como o traçado planejado da passarela sobrepondo pequenos charcos e a falta de pilaretes, forçam a atenção dos visitantes e a observação vigilante ao meio ambiente. Uma passarela orgânica permite a assimilação gradual das vistas de diferentes perspectivas. Seu percurso desenhado permite familiarizar-se com o fenômeno natural de Bobrowisko. O percurso planejado e a forma da passarela permitem o contato direto com a natureza, enfatizam sua força e expansibilidade, mas também mostram ao observador sua variabilidade e mutabilidade.
Os mirantes pelo caminho de madeira fazem parte do cenário e pretendem acalmar a percepção do visitante brevemente, evocando um estado de espera, para despertá-lo imediatamente, direcionando para os fenômenos mais importantes - a natureza. Ambos os mirantes estão localizados e orientados para locais previamente apreciados pelos "residentes" - castores e cisnes. A forma irregular corresponde às exibições naturais visíveis, indicando indiretamente a direção de interesse. Aberturas irregulares permitem esconder pequenos e grandes entusiastas da natureza selvagem das espécies observadas.
Um dos desafios deste projeto foi a necessidade de entrar na rota dos habitats dos animais, encontrando os caminhos da antiga escavação, além de considerar as flutuações do lençol freático. Os mirantes foram projetados para serem mantidos relativamente pequenos, com uma geometria complexa que reage à mudança de iluminação, oferecendo vários pontos de acesso visual. Seu acabamento deve sofrer ligeiras, mas contínuas modificações, cedendo ao meio natural com o passar do tempo. As salas proporcionam abrigo durante as intempéries e desempenham o papel de um museu aberto com dioramas que ilustram as etapas de criação do lugar e os elementos mais importantes do contexto natural.
O material escolhido, a madeira local, integra o objeto com o meio ambiente, interagindo fisicamente com suas forças por, por exemplo, imersão nas águas dos charcos, sofrendo uma degradação parcial e planejada. Placas gravadas trazem a riqueza da fauna, da flora e da cultura local escondida do olhar destreinado, fornecendo as informações necessárias para uma vivência contemplativa e independente do local a qualquer momento.