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Arquitetos: LIST + Hideyuki Nakayama
- Área: 417 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Jeroen Verrecht, Hideyuki Nakayama
Operação geométrica. A tarefa de adicionar um novo pavilhão exige atenção às suas qualidades arquitetônicas e prospectivas quanto ao seu potencial. O novo edifício não é uma ode nem uma crítica ao centro existente. Ele tenta, acima de tudo, encontrar ricas inter-relações complementares com o ambiente existente e carregar o espaço em seu interior e entorno com novas possibilidades. O pavilhão projetado atua como um Machikado. Esta palavra japonesa se refere a esquina de uma rua, semelhante a uma passagem francesa. Como uma encruzilhada, ela se concentra e se difunde, ao mesmo tempo, estimulando a interação e o isolamento. Os diferentes espaços dispersos - como o estúdio de gravura, onde os artistas podem concentrar-se em seu trabalho ou a sala de exposições onde os visitantes podem passear pelas obras expostas - cruzam-se no centro do novo edifício.
Materiais. O novo pavilhão é, em primeiro lugar, um local de produção com ateliês e oficinas de gravura, repleto de máquinas e prensas. O espaço não foi concebido para ser uma galeria de arte, e sim um atelier. Os materiais e acabamentos são simples e nenhuma das tubulações (cabos, dutos de ventilação...) foram ocultadas. O pavilhão foi construído com materiais e técnicas de construção tradicionais. As paredes externas foram feitas de tijolos vermelhos escuros e o interior por paredes de blocos com colunas de concreto. Existem duas categorias de aberturas: (1) as paredes de cortina de vidro, em torno do formato cilíndrico; (2) portas e janelas quadradas nas paredes de tijolo recuadas. O piso é uma laje de concreto polido, enquanto o telhado é uma estrutura de madeira revestida com ripas de betume.
Estrutura do telhado com malha recíproca. A estrutura do telhado do edifício foi concebida durante a competição e elaborada durante as fases de projeto, em estreita colaboração com os engenheiros da Bollinger + Grohmann. Na verdade, a geometria complexa do telhado cônico configurou um verdadeiro desafio técnico e arquitetônico. A estrutura é baseada em uma tipologia estrutural centenária chamada de malha recíproca. Conhecida por percorrer grandes distâncias com elementos de madeira de comprimento limitado, essa tipologia é gerada por elementos mutuamente autossustentáveis inseridas em um ajuste geométrico específico e principalmente desenvolvidas através de padrões repetitivos simples. No projeto foram adaptadas ao cone, e evoluem pelos diferentes espaços sem direções específicas. A estrutura é composta por 800 vigas de madeira maciça de seção igual. Os 25 níveis de reciprocidade foram dispostos para cobrir a superfície do cone de 29 m de diâmetro. O resultado é uma estrutura altamente complexa em que cada peça é única e interdependente entre todas as vigas de madeira.