Combinar unidades e padrões a fim de apresentar distintas possibilidades de compor o espaço é o principal motivo para buscar por um mobiliário modular. Este agrega valor ao espaço através da versatilidade espacial que proporciona, além de criar um ritmo que pode ditar diferentes formas de ocupação e intervenções num mesmo ambiente.
Exploramos aqui como foram pensados e quais são os benefícios do uso deste artifício em projetos de programas variados.
Arquitetura residencial
Para que a sala de estar de um pequeno apartamento pudesse ser organizada de modo diferente dependendo do estado de ânimo e as ocupações da família, Ruetemple desenhou em Bagritsky mobiliários modulares e móveis. Incluindo sete módulos com rodas: 4 poltronas, dois puffs e uma mesa de café que possibilitam diversas combinações de acordo com o uso.
No Studio Mescla, Cité Arquitetura projetou peças que se modificam e se adequam ao que o morador precisa. A cama foi o ponto central do processo criativo. A ideia foi criar um mobiliário versátil, com encostos (soltos e modulados) distintos e móveis que permitissem a multiplicidade de usos, não se limitando à sua função tradicional e podendo ser usada como um espaço de trabalho mais confortável e inesperado.
Espaços de trabalho
LOS OSOS projetou um sistema modular de móveis como uma extensão natural da Unidade Móvel de Trabalho Coroflot. Para aproveitar ao máximo o pequeno espaço, o sistema utiliza a periferia do escritório como uma estrutura, conformando uma oportunidade de organizar o espaço, mantendo flexibilidade para o usuário final.
Para ocupar o espaço do Co-working utopic_US Conde de Casal, Izaskun Chinchilla Architects trabalhou modificando elementos industriais modulares através de um desenho que os transformou em elementos móveis cheios de personalidade e que poderiam ser trasladados a outro local mantendo sua imagem.
A fim de garantir o uso customizável do espaço, o Estúdio Guto Requena desenhou uma linha de mobiliário desmontável que possibilita diferentes composições para qualificar as atividades do Escritório Sede LIVE. Todas as peças podem ser recolhidas em um móvel matriz, uma estante que se estende do térreo ao mezanino que, através de um sistema de cortinas e suportes, organiza e disponibiliza todos os itens necessários as diferentes apropriações.
Espaços de aprendizado
Em escolas o mobiliário modular se torna ainda mais comum, no caso da Escola de Inglês Qkids, realizada por Crossboundaries, a principal característica desenvolvida é um longo corpo escultural azul que conecta todos os espaços permitindo, ao mesmo tempo, conexões e inserções modulares. Este projeto é organizado em áreas de diferentes níveis de privacidade, e gera uma transição suave entre a frente pública, visível, para o corredor semi-público no centro e as salas de aula privadas ao fundo. Este mesmo elemento também abre espaço para móveis modulares que podem ser colocados e modificados de forma flexível e armazenados dentro, a qualquer momento, de acordo com o cenário e o número de usuários.
Como principal partido para definir a versatilidade espacial da Wish School, o Garoa projetou painéis pivotantes que ajudam a delimitar e abrir os espaços. Estes dão suporte às atividades que acontecem à sua volta, servindo de armário, apoio de mochilas, instrumentos, livros e trabalhos dos alunos. Ao serem modulares e pivotados, os painéis mudam a configuração do espaço à sua volta, abrindo a sala de aula para os ambientes adjacentes. Expandem para receber atividades com mais interação, contraem para atividades introspectivas.
No caso da Pylonesque, projetada por INDA Students of Chulalongkorn University + PAREID, a flexibilidade programática é alcançada através da planta livre que é simétrica em dois eixos, onde o que é frontal, posterior ou lateral pode ser decidido pela localização e organização do mobiliário projetado especificamente para o projeto. Robusto e leve o suficiente para que estudantes e funcionários os reconfigurem conforme necessário, diferentes formações permitem que o espaço se transforme em uma cantina, sala de aula, espaço para eventos e um ponto de encontro pós o período escolar; um elemento fundamental para uma escola que hospeda crianças de diferentes idades em horários variados.
A série Cornell University AAP Furniture de doze peças, projetada por CL3 e Lim + Lu, inclui sofás coloridos, mesas de centro e prateleiras em carrinhos de mão altamente manobráveis. Os móveis se associam à relação do carrinho de mão com o contexto da cidade de Nova York. A colocação deles sobre rodas e sua modulação permitem que sejam facilmente movidos e girados quando não estiverem em uso, ou reconfigurados para facilitar as discussões, se tornarem prateleiras ou púlpitos. Além disso, grande parte da mobília pode ser rotacionada para criar funções como mostruários ou assentos mais altos.