Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura

Para a edição deste ano da Bienal de Arquitetura de Veneza, o Pavilhão do Japão nos convida a refletir sobre o movimento de bens e mercadorias, sobre o consumo de massa, a sustentabilidade e o reaproveitamento de materiais na arquitetura. Intitulado Co-propriedade de Ação: Trajetórias de Elementos e com curadoria de Kadowaki Kozo, o Pavilhão Japonês para a Biennale deste ano será construído a partir da estrutura de uma tradicional casa japonesa de madeira, a qual será desmontada, enviada para Veneza e então reconstruída e ressignificada através do uso de novos materiais e soluções construtivas. Desta forma, o Pavilhão do Japão procura demonstrar que materiais e estruturas existentes podem ter uma segunda vida, colocando em cheque a crescente demanda por novos insumos e matérias primas, abraçado a reutilização em detrimento do consumo.

Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura - Mais Imagens+ 8

Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura - Imagem 6 de 13
axonometric. Imagem © DDAA + village®

A proposta do Pavilhão Japonês para a 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza explora como a popularização do transporte de bens e mercadorias de um continente para o outro afetou a economia mundial de forma generalizada, promovendo o consumo de massa a níveis alarmantes e jamais vistos. Apropriando-se das redes de transporte de mercadorias à serviço do consumo de massa, para promover a reconstrução e a reutilização de materiais e estruturas existentes, o Pavilhão do Japão será construído a partir da estrutura de uma antiga casa japonesa do pós-guerra, a qual será transportada até Veneza e reconstruída ou melhor, ressignificada para dar forma ao pavilhão. Esta casa, como tantas outras estruturas similares construídas no Japão no mesmo período, esteve abandonada por anos e sem uso devido ao declínio da população do país.

Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura - Imagem 8 de 13
Old house converted to screen by Ryoko Iwase and Studio IWASE. Imagem © Studio IWASE
Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura - Imagem 7 de 13
perspective of the garden. Imagem © DDAA + village®

Durante o processo de desmontagem da estrutra da madeira, a equipe de arquitetura foi descobrindo as diferentes camadas e texturas do edifício, o qual passou por uma série de reformas e ampliações. Os elementos artesanais e componentes industrializados encontrados são testemunhas da própria história e do desenvolvimento da indústria de construção civil no Japão. Desta forma, o projeto curatorial nos revela como as diferentes camadas temporais que constroem a arquitetura são apenas um momento na vida útil de um edifício. Apropriando-se do conhecimento ancestral e das habilidades manuais dos artesãos locais, os elementos construtivos da casa foram desmontados e reaproveitados para a construção de novos objetos e móveis que adornarão o jardim do Pavilhão do Japão na próxima Bienal de Arquitetura de Veneza. Dando sequencia ao projeto, após o término da bienal, a casa-pavilhão seguirá seu caminho: a ideia dos curadores é utilizar seus elementos para construir um centro comunitário em um bairro popular de Oslo, capital da Noruega.

  • Título: Co-ownership of Action: Trajectories of Elements
  • Diretores: The Japan Foundation (JF)
  • Curador: Kozo Kadowaki
  • Arquitetos: Jo Nagasaka, Ryoko Iwase, Toshikatsu Kiuchi, Taichi Sunayama, Daisuke Motogi
  • Designer: Rikako Nagashima
  • Pesquisadores: Norimasa Aoyagi, Aya Hiwatashi, Naoyuki Matsumoto, Tetsu Makino, Building System Design Laboratory at Meiji University (Kozo Kadowaki, Makoto Isono, Kimihito Ito)
  • Editor: Jiro Iio
  • Assessoria: Kayoko Ota
  • Fotografia: Jan Vranovský
  • Vídeo: Hirofumi Nakamoto
  • Projeto Expositivo: Schemata Architects (Jo Nagasaka, Sanako Osawa , Yuhei Yagi), Studio IWASE Architecture+Landscape (Ryoko Iwase, Kaoru Endo, Musashi Makiyama), sunayama studio+Toshikatsu Kiuchi Architect (Taichi Sunayama, Toshikatsu Kiuchi, Risako Okuizumi, Takuma
  • Shiozaki, Kei Machida, Zu Architects), DDAA (D aisuke Motogi, Riku Murai)
  • Graphic Design: L village® (Rikako Nagashima, Kohei Kawaminami, Hiroyuki Inada)
  • Engenharia Estrutural: TECTONICA (Yoshinori Suzuki, Kakeru Tsuruta) / Mitsuhiro Kanada Studio at Tokyo University of the Arts (Mitsuhiro Kanada), yasuhirokaneda STRUCTURE (Yasuhiro Kaneda)
  • Execução do Projeto Expositivo: TANK (Naritake Fukumoto, Ai Noguchi, Takashi Arai), Takahiro Kai, Tsuguhiro Komazaki, Takashi Takamoto, Masayasu Fujiwara, Mauro Pasqualin, Pieter Jurriaanse, Paolo Giabardo, Valentino Pascolo, Jacopo David, Tommaso Rampazzo
  • Fabricação: So Sugita Lab at Hiroshima Institute of Technology
  • Coordenador: Harumi Muto
  • Gestão do Projeto Expositivo: Arquitetos Associados (Kozo Kadowaki, Akiko Kadowaki)
  • With special support of: Ishibashi Foundation

Galeria de Imagens

Ver tudoMostrar menos
Sobre este autor
Cita: Cutieru, Andreea. "Pavilhão do Japão na Bienal de Veneza aborda consumo de massa e reuso na arquitetura" [The Japanese Pavilion at the 2021 Venice Biennale Addresses Mass Consumption and Reusability ] 11 Jun 2021. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/961748/pavilhao-do-japao-na-bienal-de-veneza-aborda-consumo-de-massa-e-reuso-na-arquitetura> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.