Como será o futuro das cidades e dos transportes? Muitos indícios parecem apontar para as duas rodas, mostrando uma mudança em direção a um estilo de vida mais saudável e econômico. Embora isso seja verdade quando observamos alguns casos específicos, num panorama mais amplo, por que as pessoas optariam por andar de bicicleta se suas cidades não contam com a infraestrutura necessária?
A arquitetura desempenha um papel importante na promoção do uso de bicicletas. Cidades equipadas com ciclovias, bicicletários e instalações públicas para ciclistas acabam incentivando os cidadãos a evitar o uso de automóveis e a optar por este meio de transporte mais sustentável. Muitas cidades já começaram a remodelar sua infraestrutura urbana para receber melhor as bicicletas, seja por meio de ciclofaixas, ciclovias alargadas ou estacionamentos permanentes.
Para celebrar o Dia Mundial da Bicicleta, reunimos uma lista com as 10 cidades mais amigáveis para ciclistas em todo o mundo, mostrando como elas adaptaram seus espaços para atender às necessidades deste modal ativo.
Copenhague, Dinamarca
Copenhague é considerada uma das cidades mais amigáveis ao uso da bicicleta no mundo, com cerca de 62% dos cidadãos utilizando este modal para ir ao trabalho ou à escola. A cidade investe constantemente em infraestrutura para bicicletas e na reformulação da infraestrutura urbana. Entre as muitas estruturas voltadas a este tipo de transporte, destaca-se a construção de quatro pontes exclusivas para ciclistas e diversas outras em obras.
Amsterdã, Países Baixos
Considerada uma das cidades mais amigáveis para bicicletas do mundo, Amsterdã continua construindo infraestruturas dedicadas a elas dentro de seu antigo tecido urbano. Em 2019, a cidade lançou um novo plano para 2022 que se concentra na melhoria dos estacionamentos de bicicletas e na infraestrutura existente. A cidade está criando novas vias para acomodar mais bicicletas, à medida que milhares de novos habitantes estão se mudando para a capital a cada ano. Eles também estão aumentando o número de ruas de baixa velocidade e redesenhando os principais cruzamentos para garantir a segurança dos ciclistas.
Utrecht, Países Baixos
Semelhante a outras cidades holandesas, Utrecht criou infraestruturas cicloviárias de altíssima qualidade e pretende duplicar o uso de bicicletas até 2030. Esta orientação em relação às bicicletas surgiu como uma resposta aos elevados custos dos carros, que encorajaram os cidadãos a buscarem alternativas de transporte. Em 2017, a cidade inaugurou o maior estacionamento de bicicletas do mundo, que conta com um sistema digital para ajudar os usuários a encontrar suas vagas.
Berlim, Alemanha
Embora Berlim não esteja no topo da lista de cidades mais amigáveis com as bicicletas da Europa, um novo plano de “superestradas” para bikes está sendo implementado, promovendo o ciclismo como um meio de transporte eficiente. Encomendado pelo Departamento de Meio Ambiente, Transporte e Proteção Climática do Senado de Berlim, o plano apresenta 30 possíveis ciclovias pela cidade, das quais 12 já foram aprovadas. A iniciativa é um dos esforços recentes de Berlim para criar um ambiente seguro para as 2.4 milhões de bicicletas que estarão em circulação na cidade até 2025.
Bogotá, Colombia
Em cidades como Bogotá, listada entre as mais congestionadas do mundo, promover o uso de bicicletas em vez de carros tem sido uma das principais soluções para reduzir os engarrafamentos e desafogar os sistemas de transporte público superlotados. Embora a cidade ainda não seja totalmente adaptada para este modal ativo, várias soluções foram implantadas em escala urbana para incentivar o uso da bicicleta, como ciclovias temporárias e permanentes ao longo das ruas da cidade.
Estrasburgo, França
A cidade sempre foi considerada a mais amigáveis da França com as bicicletas, extrapolando a ideia de uma rede centralizada de ciclismo urbano. Há alguns anos, a cidade implementou uma nova estratégia que incentiva novos ciclistas a usarem suas bicicletas em vez de carros, reconfigurando a rede de transporte existente. Em termos de melhorias, a cidade ampliou as ciclovias "Vélostras" e passou a considerar o uso de bicicletas para o transporte de cargas.
Antuérpia, Bélgica
Outra das cidades mais amigáveis para bicicletas da Europa é Antuérpia. A cidade tem ciclovias, estacionamentos e programas de compartilhamento de bikes, além de ter reduzido o limite de velocidade no centro da cidade para 30 km/h na maioria das ruas. Antuérpia também está trabalhando na expansão de sua rede de ciclovias, implementando rotas sem carros que levam a destinos turísticos na região.
Barcelona, Espanha
Nos últimos dois anos, a capital catalã se tornou uma importante inovadora do ciclismo urbano com programas de compartilhamento de bicicletas considerados os melhores do mundo. Barcelona também reduziu os limites de velocidade para 30 km/h dentro da cidade e criou diversas novas ciclovias, tornando mais seguro para os ciclistas se deslocarem e encorajando outros cidadãos a evitarem o uso de automóveis particulares.
Malmö, Suécia
Malmö tem mais de 500 ciclovias protegidas – a maior rede da Suécia. Para promover o uso da bicicleta, a cidade organizou campanhas como a No Ridiculous Car Trips, que visam convencer os cidadãos a reduzir o uso de carros. A cidade também introduziu novas tecnologias em seu sistema urbano, como cruzamentos com sensores, para alertar os motoristas quando os ciclistas estão se aproximando.
Montreal, Canadá
Embora as cidades europeias frequentemente liderem o ranking das mais amigáveis para bicicletas, Montreal também merece destaque no cenário mundial. Nos últimos anos, a cidade investiu em melhorias na infraestrutura cicloviária, aumentando em 600 quilômetros a rede dedicada a este modal ativo. Além disso, promove anualmente um festival voltado à conscientização da importância das bicicletas como alternativa de transporte urbano.