O MVRDV acaba de apresentar o seu mais novo projeto para a cidade Amsterdã. Chamado de "De Oosterlingen", a nova criação do escritório holandês está composta por sete edifícios residenciais sustentáveis na Ilha de Oostenburg, a leste do centro da capital. A proposta desenvolvida pela equipe do MVRDV organiza os edifícios paralelamente como em um 'código de barras' verde, dando forma a um conjunto coeso porém diverso, conformado por distintos acabamentos de fachadas como madeira, vidro, tijolo reciclado além de integrar compostos de origem orgânica e biológica.
Implantado junto ao acesso do bairro de Oostenburg, o qual já foi uma antiga e importante área industrial da cidade, o De Oosterlingen está sendo concebido para resgatar e preservar a história do lugar, ressignificando algumas das suas mais importantes estruturas construídas, como o cais, os armazéns e também os antigos guindastes. Buscando inspiração na história industrial do bairro, as aberturas dos novos edifícios foram projetadas com venezianas e elementos de sombreamento, os quais acabam por criar um dinâmico jogo de luz e sombra nas fachadas—reverberando a história do bairro e integrando o novo conjunto em seu contexto específico.
O MVRDV desenvolveu o projetou sete edifícios inter-conectados e organizados ao redor de um espaço coletivo comum. O plano diretor para a área realça a proporção entre as áreas verdes e pavimentadas da cidade, promovendo a implantação de uma vegetação exuberante ao redor de cada um dos sete edifícios, que não por acaso foram batizados como: a estufa, o apicultor, o caroço, o jardim, a casa, a rocha e a casa de pássaros.
De Oosterlingen foi concebido como um conjunto de edifícios em meio ao verde, algo que, no nosso ponto de vista, não estará a serviço apenas aos moradores do bairro, mas também de pássaros e insetos. Um dos edifícios será construído a partir de um sistema construtivo muito parecido com a taipa, um método antigo e sustentável; outro contará com um exuberante jardim vertical em sua fachada. Casas de pássaros serão instaladas por toda parte, permitindo que pardais, andorinhas e também morcegos sejam integrados a esse novo ecossistema que está sendo criado. Estas estratégias farão deste lugar um bairro mais verde e agradável de se viver. -- Winy Maas, sócio fundador do MVRDV
Os edifícios escalonados vão crescendo em altura até culminar em uma torre em uma das extremidades. As coberturas dos edifícios mais baixos incluirão diversos jardins acessíveis, como um pomar de maçãs e outros espaços para a prática da agricultura urbana. Essa infra-estrutura verde, de modo geral, permitirá equilibrar e balancear as emissões de gases derivados do carbono—uma abordagem holística e sustentável. A equipe de arquitetos responsáveis também esteve focada em garantir que o projeto do plano diretor fosse desenhado para as pessoas, pensando sempre no bem estar e na qualidade de vida de toda a comunidade. Percursos caminháveis serão construídos por toda a área de intervenção, facilitando encontros e promovendo um senso de comunidade. O complexo inclui ainda zonas mais movimentadas e áreas tranquilas, atendendo a todas as necessidades de seus moradores e possíveis visitantes.
Abrangendo uma área de praticamente 14.000 m2, o empreendimento consistirá em 144 unidades habitacionais, mais de 1.000 m2 de espaços comerciais e serviços, incluindo um mercado orgânico, um pequeno cinema privado e uma “fábrica de impacto social”. A construção está prevista para começar no final de 2022.