A 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza convidou arquitetos para refletir sobre o tema "Como viveremos juntos", suscitando várias respostas e interpretações. A Mostra Internacional, que acontece no Giardini, Arsenale e no Forte Maghera, apresenta 113 participantes na competição, vindos de 46 países, cujas contribuições estão organizadas em cinco escalas: Entre Seres Diversos, Como Novos Domicílios, Como Comunidades Emergentes, Entre Fronteiras e Como Um Planeta. Os participantes a seguir exploram uma variedade de assuntos, levando a uma reflexão holística do coletivo em relação a questões que vão desde o ambiente urbano e natural, até a ação climática ou o relacionamento com outras espécies.
Resolução Antártica
Giulia Foscari / Unless
Representando 10% da massa terrestre, a Antártica é ao mesmo tempo, um território contestado, um recurso indispensável e um crucial campo de exploração científica. Resolução Antártica, criada por Giulia Foscari / Unless, é um projeto multidisciplinar com coautoria de especialistas de renome mundial, que analisaram um quadro abrangente da geografia, condições e significado geopolítico do continente. A exposição apresenta este corpo holístico da pesquisa sobre a Antártica, acompanhado por vestimentas antárticas e uma paisagem sonora evocativa.
O planeta depois da Geoengenharia
Explorando o conceito de geoengenharia, a contribuição do Design Earth para a bienal, traz modelos climáticos abstratos para o debate público, por meio da visualização. Cinco histórias, cada uma seguindo a implantação de uma técnica específica, exploram a engenharia climática e suas controvérsias em uma narrativa especulativa preventiva, que levanta questões sobre a intervenção humana nos sistemas da Terra. A exposição pretende destacar o papel da arquitetura na comunicação climática para explicar a gravidade da crise climática.
Reinos Entrelaçados
O escritório grego Doxiadis+ enfoca a intrincada teia de formas de vida e processos na Terra, apresentando aos visitantes um “jardim” de fungos, cultivados a partir dos esporos nas salas do Arsenale, e cultivados no departamento de micologia da Universidade de Atenas. A instalação convida à reflexão sobre a complexidade e importância deste reino, capaz de metabolizar e decompor a matéria orgânica, facilitando assim a vida na Terra.
Playscapes of Exile
Explorando os campos de refugiados, que abrigam sírios e palestinos no Líbano, o arquiteto e fotógrafo Wissam Chaaya, destaca os cenários improvisados de crianças refugiadas em um ambiente caracterizado pela escassez de espaço e recursos. O ensaio fotográfico em exibição na Bienal, capta uma forma alterada de “convivência”, onde várias atividades acontecem espontaneamente em áreas improvisadas ao redor dos acampamentos, mostrando as crianças na vanguarda dessa busca espacial.
Alive: Um Novo Contrato Espacial para Arquitetura Multiespécies
Explorando a ideia da arquitetura probiótica e multiespécies, a instalação utiliza um material orgânico texturizado e poroso para criar um espaço com vários microclimas, que podem alimentar diferentes categorias de micróbios. Partindo da premissa de que organismos nocivos são mitigados por organismos benignos em uma vida microbiana diversa, a instalação propõe um protótipo para um novo contrato espacial e visão de futuro, onde os espaços arquitetônicos promovem a diversidade microbiana, contribuindo assim para a saúde coletiva.
Beirut Shifting Grounds
Sandra Frem e Boulos Douaihy em colaboração com Carla Aramouny, Rana Haddad e Nicolas Fayad
Destacando a mobilização pirâmide em Beirute após vários desafios, desde lutas econômicas até a explosão do porto, o projeto explora diferentes formas de se reapropriar da cidade. Ao evidenciar práticas espaciais de recuperação, improvisação e produção, Beirut Shifting Grounds especula sobre diferentes maneiras de envolver energias coletivas e realidades locais, para catalisar uma série de projetos orientados para a comunidade no sistema pirâmide, em vários locais da cidade.
Future Assembly
Resultado de uma colaboração entre seis co-designers e cinquenta participantes da Bienal, a exposição Futura Composição destaca as entidades vivas e não vivas excluídas da legislação humana, chamando a atenção para a necessidade de garantir os direitos da natureza. De fungos a estuários, as partes interessadas estão reunidas em um tapete circular feito de plástico marinho, ecoando a Assembleia das Nações Unidas. Apresentando uma história de tentativas humanas para garantir a integridade da natureza, o projeto destaca a interdependência de espécies, elementos e sistemas.
Confira a abrangente cobertura da Bienal de Arquitetura de Veneza 2021 realizada pelo ArchDaily. Não deixe de assistir à nossa playlist oficial no Youtube, onde apresentamos entrevistas exclusivas com arquitetas, arquitetos e curadores da Bienal.