O Arquicast compartilhou conosco uma recente entrevista com uma das arquitetas brasileiras mais importantes da sua geração e cujo trabalho exemplifica muito bem a diversidade de responsabilidades que os arquitetos e arquitetas podem assumir na sua contribuição para a sociedade. Maria Josefina de Vasconcellos, mais conhecida como Jô Vasconcellos, traz um pouco da sua história e seus planos para o futuro.
Jô Vasconcellos atualmente atua e coordena projetos em escritório que leva seu nome, mas mantém o espírito de colaboração que sempre caracterizou sua prática profissional, marcada pela parceria frutífera com outros grandes nomes da arquitetura nacional. Ao lado de seu companheiro Éolo Maia e de Sylvio de Podestá, esteve à frente de iniciativas que ajudaram a romper paradigmas e construir uma identidade projetual condizente com seu tempo. Olhar sua produção anterior e atual nos ensina sobre as diferentes culturas que compõe o quadro da arquitetura brasileira e sobre a importância de se adaptar à novos contextos e demandas.
Minas Gerais é parte fundamental de sua história, sendo o lugar onde nasceu, se formou e que oportunizou o ambiente de liberdade e experimentação para toda uma geração de arquitetos mineiros oriundos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais na década de 70. Apesar das dificuldades inerentes ao período, marcado pela ditadura militar, o grupo foi capaz de produzir não só uma nova arquitetura, mas também a produção de revistas e publicações que buscavam promover a circulação de ideias e debates entre arquitetos e outros profissionais da área.
Inquieta, Jô sempre buscou complementar sua formação, seja especializando-se em campos pouco explorados por seus contemporâneos, aprimorando um saber fazer que a distinguiu dos demais; seja na busca por situações de projetos inusitadas e desafiadoras, proporcionadas por concursos das mais variadas escalas e programas.
Autora de projetos premiados e reconhecidos internacionalmente, como o Museu da Cachaça, em Salinas (MG) e o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), Jô se mantém extremamente relevante no cenário atual e não pensa em diminuir o ritmo. Continua sendo procurada para desenvolver projetos de grande porte e impacto social, os quais aborda com um olhar atento à dimensão pública e coletiva.
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Texto por Aline Assis