O podcast desta semana trata de um assunto que dá “muito pano pra manga”, como diz a sabedoria popular. Para arquitetas e arquitetos, a representação de um projeto, além de uma forma de expressão artística, envolve o domínio de uma série de ferramentas que precisam traduzir graficamente as informações viabilizadoras de uma ideia do edifício. A história da representação em arquitetura, neste sentido, se confunde com a própria história do projeto, e é sempre objeto de reflexão e evolução em nosso campo.
A chegada da digitalização dos processos de representação impulsiona ainda mais esse debate, trazendo o discurso tecnológico para o centro da conversa e da projetação em si. E quem nos acompanha nesta jornada são dois arquitetos com autoridade na área. Conversamos com Diogo Moita, arquiteto pela USP de São Carlos e sócio fundador da 3DM, escritório de representação em Arquitetura; e com Oliver Uskurat, arquiteto formado pela Positivo, em Curitiba, e sócio fundador da Upstairs, plataforma de representação arquitetônica com mais de 250 mil inscritos no canal do Youtube.
Como apontam nossos convidados, a representação é uma forma de linguagem. Para se comunicar no campo da arquitetura e do urbanismo, é preciso compreender e explorar esse vocabulário. E a escolha dos meios de comunicação depende também do objetivo, do público com o qual você quer dialogar. Arquitetos e arquitetas conversam entre si, com leigos, com outros técnicos; fazem apresentações para conquistar clientes, para explicar detalhes construtivos, para elucidar teorias e contar histórias. Há ferramentas para as diferentes demandas e a grande maioria, atualmente, envolve o meio digital em algum momento de sua elaboração.
Essa comunicação, portanto, vai muito além da visualização da imagem final do projeto, ainda que esse seja um objetivo fundamental na concretização do processo e um nicho profissional dos mais atraentes para se trabalhar atualmente. A representação é parte da identidade do profissional, é um canal de conexão com seu público alvo, e é ferramenta de inclusão quando bem utilizada, quando aplicada para esclarecer conceitos e processos e quando facilita a circulação do conhecimento sobre arquitetura.
Dentre os pontos altos da conversa estão dicas importantes dos nossos convidados sobre quais ferramentas consideram essenciais para a prática da arquitetura e sobre como manter uma coerência gráfica e metodológica no desenvolvimento de projetos, sem cair nos modismos pirotécnicos dos diversos softwares e mídias disponíveis no mercado.
Ouça o podcast aqui.
Texto por Alines Assis.