Matosinhos, ao norte de Portugal, receberá o mais novo projeto do BIG, escritório dinamarquês liderado por Bjarke Ingels. Intitulado Fuse Valley, o projeto consiste em um complexo corporativo de uso misto localizado nas adjacências da cidade dedicado a Farfetch, plataforma global para moda de luxo, e ao Castro Group, empresa que atua nas áreas de promoção imobiliária e construção.
Vendendo a ideia de um empreendimento "sustentável" que abrirá caminho para um "futuro vale tecnológico" que nascerá em Matosinhos nos próximos quatro anos, as empresas destacam que mais de 80% dos espaços exteriores serão "totalmente abertos à comunidade, numa total harmonia e respeito pelo meio-ambiente envolvente."
Afastada da centralidade da cidade, a conexão com a rede pública de transporte ocorrerá, contudo, através de ônibus fretados que levarão os usuários ao valley. Dentro do contorno do projeto, a mobilidade sustentável é a grande aposta, com espaços para o carregamento de veículos elétricos e pontos para bicicletas e patinetes elétricos para usufruto comum dentro do perímetro do vale.
O programa do complexo é bastante amplo e conta com "uma creche para os filhos dos colaboradores, uma academia focada no bem-estar e também salas para a prática de meditação, ioga e exercício, promovendo a saúde física e mental" dos funcionários da Farfetch, que ocupará sete dos 14 blocos que compõem o Fuse Valley.
Na nossa visão do futuro do trabalho, os espaços da empresa são mais do que espaços de trabalho, são núcleos de conexão, de criatividade e inovação, mas são também espaços onde queremos criar as condições para promover o bem-estar. No Fuse Valley queremos reunir as condições que permitam que as pessoas se sintam incluídas num espaço que é facilitador de modelos de trabalho híbridos onde o presencial e o remoto se encontram em perfeita simbiose, e onde se promove a cultura da empresa. — José Neves, CEO e Chairman da Farfetch
Os outros sete edifícios serão ocupados pelo Castro Group, que incluirá no seu programa imobiliário 62.800 m2 de escritórios disponíveis para acolher outras empresas, um hotel com 75 quartos e 42 apartamentos, 5 mil metros quadrados de espaços para comércio e serviços de suporte ao empreendimento, como áreas de restauração, ginásio e SPA, bem como um anfiteatro ao ar livre disponível para receber mostras de arte, palestras e workshops. Paulo Castro, CEO do Castro Group, comentou que o plano é "desenvolver uma smart city, ou neste caso, um smart valley" com 24 edifícios, 14 dos quais deverão ser concluídos até 2025.
Com uma cativante volumetria em cascata – já vista em outros projetos do BIG – e frondosas coberturas ajardinadas, o complexo corporativo busca ser "o empreendimento mais sustentável em Portugal e dos mais sustentáveis da Europa". Além de breve menção aos "princípios de sustentabilidade aplicados à construção", temos ainda poucas pistas de como este objetivo será alcançado. Mas uma coisa é certa, o projeto do Bjarke Ingels Group para Matosinhos chama a atenção pela enorme escala e pelo belo contexto natural onde será inserido.
Com informações de Castro Group.