O Architecture Drawing Prize está celebrando sua quinta edição e continua atraindo artistas, arquitetos e alunos do mundo todo. Neste ano de 2021, o número e a qualidade dos trabalhos inscritos superaram qualquer expectativa. Organizado em três diferentes categorias, desenhos manuais, técnicas mistas e digitais, o prêmio deste ano na verdade é um ode aos trabalhos de alunos, os quais consagraram-se vencedores nas três principais categorias do Architecture Drawing Prize deste ano.
Antonio Paoletti foi o grande vencedor da categoria “Desenhos Manuais” com o seu trabalho ‘Reconfigurando Narrativas de Addis Abeba’.
Em sua obra premiada, Paoletti constrói uma história em quadrinhos narrando um possível redesenvolvimento dos bairros históricos de Adis Abeba, onde as comunidades locais encontram-se hoje ameaçadas por um rápido e voraz processo de urbanização e expansão urbana.
A curadora das exposições do Museu Sir John Soane e jurada do Architecture Drawing Prize deste ano, Louise Stewart, descreveu o trabalho com as seguintes palavras: “Os desenhos de Paoletti impressionam pelo formato incomum utilizado para construir a narrativa, chamando atenção para o impacto da arquitetura na vida destas comunidades. Com sua abordagem única, ele nos faz redescobrir a vibração e potência do desenho arquitetônico manual nos dias de hoje como uma ferramenta de criatividade e experimentação.”
Na categoria técnicas mistas, foram escolhidos dois vencedores, trabalhos que se destacaram em igual medida por sua originalidade e criatividade na combinação de diferentes técnicas de desenho. Os membros do juri ficaram igualmente impressionados com o trabalho ‘Fluid Strata’, de Filippa Dafni, e ‘(Un)homeliness’, de Boji Hu.
‘Fluid Strata’ oferece uma espécie de resposta ou crítica à crise climática no cenário da cidade de Londres, propondo a ativação do “Deep Ground” como uma ferramenta para combater as possíveis inundações de forma ativa e responsiva.
Ken Shuttleworth, sócio fundador do escritório Make Architects e membro do júri desta quinta edição do Architecture Drawing Prize, comentou sobre a proposta de de Filippa Dafni: “Como membro do júri, posso afirmar que todos ficamos impressionados com a proposta ‘Fluid Strata’ e a maneira como ela brinca com os limites entre realidade e ficção com grande habilidade e imaginação, um exemplo excepcional do que é possível alcançar com técnicas mistas de desenho.”
Por sua vez, ‘(Un)homeliness’ de Boji Hu se revela na forma de um curta-metragem desenhado à mão, acompanhado do conjunto de imagens utilizados para o desenvolvimento do trabalho. Em suas duas formas, o trabalho de Boji Hu explora os limites das esferas pública e privada, aproveitando o potencial de espaços urbanos ociosos para abrigar moradores sem-teto, refugiados e pessoas em busca de asilo.
A arquiteta Lily Jencks, cofundadora da Lily Jencks Studio/Jencks Squared, referiu-se à proposta da seguinte forma: ‘(Un)homeliness’ narra uma história poderosa a partir de um desenho gestual. É emocionante assistir a animação criada a partir de uma série de desenhos. O áudio contribui para transmitir a atmosfera desejada pela autora em suas cenas urbanas inusitadas, as quais aparecem acompanhadas de incríveis renderizações e criando assim uma sensação única e inesquecível.”
Finalmente, o vencedor da categoria Técnicas Digitais foi Zachary Higson com sua proposta ‘Site(s) of Flux’.
‘Site(s) of Flux’ é um projeto baseado em localização real e que procura investigar a natureza específica deste lugar através de imagens. Em seu trabalho, Zachary Higson nos convida a questionar como um projeto arquitetônico tradicional deve ser executado em termos das relações entre o espaço construído e o seu lugar específico no planeta.
Narinder Sagoo, arquiteto associado da Foster+Partners e membro do júri deste ano, explicou porque ‘Site(s) of Flux’ foi escolhido como o vencedor da categoria Técnicas Digitais, “Nossa escolha pelo 'Sites(s) of Flux' como vencedor desta categoria tem ver com a forma com que Zachary cria uma narrativa a partir de seus modelos, fotos e pinturas dentro de um plano de imagem aparentemente bidimensional. Na verdade, o trabalho se revela na forma de um desenho dentro de um desenho e assim por diante. É possível explorar este trabalho por horas e horas, descobrindo mais e mais camadas a todo momento.”
Os desenhos vencedores e finalistas desta quinta edição do Architecture Drawing Prize serão expostos no Museu Sir John Soane na cidade de Londres entre os dias 19 de Janeiro e 19 e Fevereiro, onde o vencedor geral será anunciado no próximo dia 25 de janeiro.
London (19/01/22-19/02/22), where the overall winner will be announced on January 25th.
As propostas vencedoras e finalistas deste ano também serão incluídos na Retrospectiva de cinco anos do Architecture Drawing Prize, com curadoria do Museu de Sir John Soane e também apresentados de forma remota em uma galeria virtual projetada pela Make Architects. Para visitar a exposição on-line acesse aqui.
Os membros do júri do Architecture Drawing Prize de 2021 foram:
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Robin Brodie Cooper, sócio do Gleeds
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Lily Jencks, co-fundadora da LilyJencksStudio e JencksSquared
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Narinder Sagoo, arquiteto associado na Foster + Partners
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Ken Shuttleworth, sócio fundador do Make Architects
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Louise Stewart, curadora do Museu Sir John Soane
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Artista, Pablo Bronstein