O artista americano Theaster Gates revelou sua proposta para o 21º Pavilhão Serpentine. A edição de 2022, primeira não encabeçada por um arquiteto, terá como título Black Chapel e “homenageará as tradições britânicas de produção artesanal e manufatura”. O pavilhão será aberto ao público na sexta-feira, 10 de junho, em Kensington Gardens e terá supervisão de montagem feita pelo escritório de Adjaye Associates.
A Black Chapel “faz alusão às qualidades representativas e ao poder meditativo que uma pequena capela tem”, conforme consta no comunicado oficial. Projetado para minimizar sua pegada de carbono e seu impacto ambiental, o Pavilhão Serpentine 2022 será, predominantemente, uma estrutura leve, feita em madeira e totalmente desmontável. O pavilhão irá dispor de um espaço para performances, principalmente musicais e ao vivo, para cativar o público. A estrutura terá um óculo como única fonte de luz para criar um ambiente semelhante a um santuário e, na sua entrada, um sino proveniente da Igreja St. Laurence, que existia na zona sul de Chicago até ser demolida. O sino será usado “para chamar, sinalizar e anunciar apresentações”. Assim, fica evidente a preocupação contínua do artista com a criação de espaços por meio de intervenções urbanas e arquitetônicas.
Projetado pelo artista Theaster Gates, de Chicago, o pavilhão “compartilha o mesmo título de uma encomenda que Gates recebeu em 2019, do falecido diretor e curador do museu Okwui Enwezor para ativar o átrio central do museu Haus der Kunst, em Munique, originalmente construído para o Regime Nazista”.
O nome Black Chapel é importante porque revela as partes invisíveis da minha arte. Ele reconhece o papel que a música sacra e as artes sacras tiveram na minha arte, além da coletividade que essas iniciativas comunitárias proporcionam e do seu apelo emocional. A Black Chapel também sugere que nesses tempos poderia haver um espaço onde se pudesse descansar das pressões do dia e passar um tempo em silêncio. Sempre quis construir espaços que considerassem o poder do som e da música como instrumento de cura e comoção, permitindo que pessoas entrassem em um espaço de reflexão e/ou participação profunda. -- Theaster Gates.
A seleção do Pavilhão deste ano foi feita por: Hans Ulrich Obrist (diretor artístico do Serpentine), Bettina Korek (CEO), Julie Burnell (diretora de construção e projetos especiais), Yesomi Umolu (diretora de assuntos curatoriais e prática pública) e pela curadora do projeto Natalia Grabowska, juntamente com os conselheiros Sir David Adjaye OBE e David Glover. Bettina Korek, diretora executiva, e Hans Ulrich Obrist, diretor artístico, afirmam que “Estamos honrados em realizar este projeto notável com o principal artista visual Theaster Gates. Uma das vozes mais significativas em atividade hoje, a práxis de Gates combina formalismo, conceitualismo e impacto poderoso sentido em todas as comunidades em que trabalha e além. Estamos ansiosos para receber os visitantes da Black Chapel, uma plataforma para engajamento, espiritualidade e união.”
Continue lendo para saber mais sobre o artista Theaster Gates.
Theaster Gates (n. 1973) cria trabalhos que envolvem a teoria do espaço, desenvolvimento do território, escultura e performance. Valendo-se de seu interesse e sua formação em planejamento urbano e preservação urbana, o artista resgata espaços que foram deixado de lado. Seu trabalho luta pelo espaço negro como um exercício formal, definido pelo desejo do grupo, movimentos coletivos e pelas suas estratégias pragmáticas. Em 2010, Gates criou a Rebuild Foundation, uma plataforma sem fins lucrativos para arte, cultura e transformação de bairros que apoia artistas e fortalece comunidades por meio de divulgação de programação artística gratuita e equipamentos culturais inovadores no sul de Chicago.
Gates expôs e se apresentou no The Victoria and Albert Museum (2021), Londres, Reino Unido; Whitechapel Gallery (2013 e 2021), Londres, Reino Unido; Tate Liverpool, Reino Unido (2020); Haus der Kunst, Munique (2020); Walker Art Center, Minneapolis (2019); Palais de Tokyo Paris, França (2019); Sprengel Museum Hannover, Alemanha (2018); Kunstmuseum Basel, Suíça (2018); Galeria Nacional de Arte, Washington D.C., EUA (2017); Galeria de Arte de Ontário, Canadá (2016); Fondazione Prada, Milão, Itália (2016); Punta della Dogana, Veneza, Itália (2013) e dOCUMENTA (13), Kassel, Alemanha (2012).
Gates é o décimo segundo ganhador do Prêmio Frederick Kiesler de Arquitetura e Artes (2021). Em 2020, Gates recebeu o Crystal Award por sua liderança na criação de comunidades sustentáveis. Ele foi o vencedor do Prêmio Artes Mundi 6 e vencedor da Légion d'Honneur em 2017. Ele recebeu o Prêmio Nasher de Escultura 2018, bem como o Prêmio J.C. Nichols do Urban Land Institute para Visionários em Desenvolvimento Urbano. Gates é professor da Universidade de Chicago no Departamento de Artes Visuais e atua como Conselheiro Sênior de Inovação Cultural e Conselheiro do Reitor da Harris School of Public Policy.